set 17, 2014 Air Antunes Angatuba 2
Segundo a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) em nota difundida em 2009, seu investimento para a construção de 212 casas em Angatuba, ao lado do Jardim Domingos Orsi II, foi de R$ 8.9 milhões. Foi com este ímpeto financeiro que realizou-se no dia 24 de outubro daquele ano, na praça Monsenhor Ribeiro, o sorteio das unidades e aquilo tudo que aparentava a conquista do paraíso tornou-se um inferno dantesco pois até hoje as casas não foram terminadas, aliás, até parece que está longe disso. A prefeitura cala-se, não explica ou não consegue explicar.
O convênio para a construção daquele núcleo habitacional foi firmado entre CDHU e prefeitura de Angatuba na gestão do então prefeito José Emílio Carlos Lisboa (PMDB) no segundo semestre de 2008, e as unidades que não seriam geminadas seriam “moradias diferenciadas”, como o próprio secretário-adjunto de estado da Habitação, Ulrich Hoffman, garantiu na festiva manhã em que aconteceu o sorteio na praça da matriz, reiterando que teriam “dois dormitórios, pé direito mais alto, revestimento cerâmico no piso de todos os cômodos, muro divisório entre as unidades e aquecedor solar para diminuir a conta da luz em até 30%”. Por sua vez, ainda no sorteio, o prefeito Carlos Augusto Calá Turelli (PSDB), que havia assumido naquele ano a prefeitura em sua primeira gestão, ao destacar a qualidade das moradias, acentuou, “os novos projetos habitacionais da Companhia incorporam uma série de melhorias que garantem mais conforto às famílias”, enquanto que João Pereira, o primeiro munícipe a ser sorteado disse que nunca compraria a casa própria com o que ganha, “como as prestações da CDHU são baixas, teremos condições de arcar com os custos. Moro em sítio com a minha esposa, mas a nossa expectativa sempre foi vir para a cidade”. Outra contemplada, Vanir Machado, afirmando morar com o marido e filha,sentiu como se estivesse ganho na loteria no momento que a sua senha foi sorteada. “Não sei nem o que falar, estou emocionada”, disse.
Mas a realização do “eu tenho um sonho” de João Pereira e Vanir Machado e de outras pessoas o vento levou e , ao que parece, vai ser muito difícil voltar, e talvez nem volte. Assim, o que se configurou mesmo a respeito da “série de melhorias que garantem mais conforto às famílias” só vingou em favor daqueles próximos ao prefeito, aos que adquiriram mansões no litoral, prainha de Avaré, apartamentos em Sorocaba, propriedades de alto nível aqui , alí e acolá, postos de combustível, fazendas e sítios paradisíacos, etc,etc. Quanto às famigeradas casas populares, inacabadas, além de não atenderem à planta original estão à revelia de quem quiser ir até lá para usurparem de blocos, afinal de contas tudo o que fica no abandono está sujeito a não ser mais refém das regras.
Retrocedendo no tempo, mais de 1500 famílias estavam inscritas para o sorteio público, 93% delas com renda mensal entre um e três salários mínimos. Do total de imóveis 7% seriam destinadas às pessoas com deficiência, 5% a idosos e 4% a policiais e agentes penitenciários e tudo isso sob a ênfase do secretário -adjunto da habitação de que “a área onde as casas serão construídas já foi averbada à CDHU” e mais, conforme garantiu no dia do sorteio, “isso significa que os novos mutuários não terão problema com a documentação”. Ressaltou ainda que o governo estadual estava entregando imóveis regularizados e com qualidade.
A partir da data do sorteio as famílias contempladas deveriam comparecer entre os dias 3 e 5 de novembro na prefeitura e apresentar os documentos que comprovassem os requisitos exigidos pela Companhia para participar do programa. Para se ter direito a uma das casas era necessário ter renda entre um e dez salários mínimos, não possuir imóvel ou financiamento habitacional, não ter sido atendido em outros programas, ter comprovado ser morador de Angatuba há pelo menos três anos ou atestar que o chefe da família trabalha na cidade no mínimo pelo mesmo período. Outro detalhe importante: as famílias sorteadas participariam da construção dos imóveis.
Concluindo, e reiterando, cada unidade teria 43, 03 m2 de área construída, com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro, aquecedor solar, pé direito ampliado de 2,4 para 2,6 metros, piso cerâmico, azulejo, laje, esquadrias de alumínio e outros ítens que incorporavam o novo padrão de construção adotado pela CDHU na época.
E hoje, perguntas que não querem calar, entre outras são, quais foram os reais motivos do não término das casas?, como foi feita a licitação para a contratação da empreiteira ? Por que a Construplan? De quem era a Construplan, mesmo ? Que fim levou a Construplan ? Por que foi mudada a planta original? Por que mais pedidos de suplementação de verbas à câmara nos anos seguintes ?
happy wheels
nov 26, 2023 0
out 10, 2023 0
out 03, 2023 0
ago 25, 2023 0
O povo send feito de idiota como sempre e ainda elegendo os mesmos mentirosos.
Mas e a Deputada Iara Bernardi que prometeu um solução como fica?, ela vai resolver mesmo alguém tem notícia?
Engraçado que aquele povo aplaudiram e aplaudem o executivo até hoje.