maio 28, 2014 Air Antunes Efeméride Musical 0
CYRO MONTEIRO– Cyro Monteiro, cantor e compositor. Costumava cantar informalmente em casa para os amigos, até que um dia, em 1933, Sílvio Caldas, que frequentava sua casa, chamou-o para substituir Luís Barbosa em um programa da Rádio Philips. No ano seguinte foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, onde passou a cantar sempre em dupla com Luiz Barbosa e caracterizou-se por se acompanhar sempre com uma caixa de fósforos para marcar o ritmo. Em 1936, fez a primeira gravação para o carnaval daquele ano, o que o projetou para o sucesso, levando-o a cantar ao lado de Carmen Miranda, Francisco Alves e Mário Reis. Um ano depois gravou seu primeiro grande êxito, “Se acaso você chegasse”, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. Teve muitos outros sucessos nos anos 40, como “Falsa baiana”, “Escurinho” (ambas de Geraldo Pereira) e “Boogie-woogie na favela” (Denis Brean). Em 1956, participou como ator da peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes. Ainda nos anos 50 e 60 participou de programas de televisão como O Fino da Bossa e Bossaudade, gravou discos e fez muitos espetáculos. Cyro nasceu no Rio de Janeiro em 28 de maio de 1913 e morreu em 13 de julho de 1973.
GYÖRGY LIGETI– György Sándor Ligeti, compositor judeu húngaro, amplamente considerado como um dos mais notáveis compositores de música erudita do século 20. Sua obra mais famosa é a ópera Le Grand Macabre, mas também peças para grande orquestra como “Lontano” e “Atmosphéres”. Também é conhecido por algumas músicas das trilhas sonoras de filmes como 2001: Uma Odisséia no Espaço e Eyes Wide Shut. É preciso que se esclareça que Ligeti não compôs tais músicas como trilhas desses filmes, mas elas foram utilizadas por Stanley Kubrick pelo seu apreço pelo compositor e a extrema adequação entre suas linguagens.Ligeti deu aulas em Darmstadt, Hamburgo, Estocolmo e Stanford. Foi também professor na Hamburg Hochschule für Musik und Theater em 1973, retirando-se em 1989. No início da década de 1980, sofreu problemas cardíacos que o levaram a se ausentar por vários anos do cenário musical, até ter aparecido com o Trio para Trompa, Violino e Piano (1983). Desde então, sua produção foi abundante até os anos 1990. Após 2000, seus problemas de saúde voltaram a aparecer e nenhuma obra mais foi escrita desde o ciclo de canções Síppal, dobbal, nádihegedüvel (“Com pipas, tambores, violinos”, 2000). Faleceu em Viena, em junho de 2006. Além da música, Ligeti também se interessou pela geometria fractal de Benoît Mandelbrot, e nas obras literárias de Lewis Carroll e Douglas R. Hofstadter. As primeiras obras de Ligeti são uma extensão da linguagem musical de seu compatriota Béla Bartók. Por exemplo, suas peças para piano “Musica Ricercata” (1951 – 53), foram comparadas com as do Mikrokosmos de Bartók. A coleção de Ligeti tem onze peças ao todo, A primeira usa somente uma nota “lá” executada em diversas oitavas. Só no fim da peça é possível escutar a segunda nota – “ré”. A segunda peça emprega três notas diferentes, a terceira emprega quatro, e assim até o fim, de tal forma que a décima-primeira peça usa todas as doze notas da escala cromática. Nessa primeira parte de sua carreira, Ligeti foi afetado pelo regime comunista da Hungria daquele tempo, que impunha a estética do realismo socialista. A décima peça da Musica Ricercata foi proibida pelas autoridades por considerarem-na “decadente”. Isto se deveu provavelmente ao uso muito livre dos intervalos de segunda menor. Devido à ousadia de suas intenções musicais, é fácil de supor a razão por ter decidido deixar a Hungria. Da década de 1970 em diante, Ligeti se afastou do cromatismo total e começou a se concentrar no ritmo. Interessou-se, particularmente, nos aspectos rítmicos da música africana, em especial na dos pigmeus. Em meados de 1970, escreveu a ópera “Le Grand Macabre”, com base no teatro do absurdo com muitas referências escatológicas. Sua música dos anos 1980 e 90 deram ênfase a complexos mecanismos rítmicos, em uma linguagem menos densamente cromática (tendendo a favorecer as tríades maiores e menores deslocadas e estruturas polimodais). A última obra de Ligeti foi o Concerto de Hamburgo para trompa e orquestra de câmara (1998-99, revisado em 2003) Nasceu em Dicsőszentmárton, em 28 de maio de 1923 e morreu em Viena em 12 de junho de 2006.
ARTO LINDSAY- Arthur Morgan Lindsay, cantor, guitarrista, produtor musical e compositor norte -americano. Com uma voz notavelmente suave e rouca, e uma técnica instrumental distinta e construída de modo auto-didata, descrita por Brian Olewnick como “estudadamente ingênua… soando como uma criação bastarda de Derek Bailey” sua ruidosa e intensa guitarra é contrastada muito frequentemente com a suavidade e a sensualidade da MPB. Tendo nascido nos EUA, Lindsay passou a maior parte da sua juventude no Brasil com seus pais missionários e viveu no país sul-americano durante o período cultural marcado pelo movimento tropicalista. Esta era de experimentação e intercâmbio de linguagens e influências artísticas impactou profundamente o jovem Lindsay. De retorno aos EUA, em Nova Iorque, Lindsay começou a apresentar suas ambições artísticas como escritor, mas seu interesse rapidamente passou às cenas artísticas e musicais que evoluiam em Nova Iorque para mais além da cena punk. No final dos anos 70 ele participou da banda DNA, que frequentava a cena underground de Manhattan. Em 1978, DNA foi lançado no álbum-projeto No New York (produzido por Brian Eno) ao lado de 3 outras bandas de New Wave e com este álbum conseguiram alguma notoriedade inclusive internacionalmente, se tornando rapidamente a referência fundamental do gênero, que se propunha a ser uma antítese artística e sonora do New Wave . Ao começo dos anos 80, Lindsay, com seu particular estilo de tocar guitarra, se tornou uma figura fácil do circuito musical de Manhattan tocando com as bandas jazzísticas The Lounge Lizards e The Golden Palominos ou produzindo faixas para Laurie Anderson ou David Byrne contribuindo artísticamente com o selo estadunidense de World Music Luaka Bop entre outras atividades tanto propriamente musicais (como instrumentista, cantor e compositor) como de suporte à arte (como a de tradutor ou produtor). Ao deixar o The Lounge Lizards Arto formou o Ambitious Lovers com o tecladista Peter Scherer. Nesta etapa a música de Arto Lindsay passou a apresentar mais fortemente influências rítmicas do pop e dos gêneros brasileiros (sobretudo a bossa-nova e o tropicalismo com) os quais tinha tido contato. Apesar de terem sido lançados por majors como EMI e Elektra e de terem recebido positivas críticas da imprensa especializada, a banda jamais atingiu o mainstream. Os Ambitious Lovers se separaram em 1991, entretanto Lindsay guardou uma forte relação de trabalho com Scherer, e continuou a gravar com ele. Em meados dos anos 90 Arto deu início a sua carreira solo significantemente, desta vez mais do que nunca, orientada em direção às suas raízes brasileiras, cantando em português mais frequentemente, contando com a colaboração recorrente de Vinícius Cantuária, brincando e eventuais coveres de clássicos da música brasileira como “Este Seu Olhar”, de João Gilberto, e atualizando sua sonoridade através da mescla com estilos então contemporâneos como o Techno e outras correntes da música eletrônica. Arto Lindsay nasceu em Richmond, Virginia, em 28 de maio de 1953.
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