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A cultura de Angatuba

set 26, 2024 Air Antunes Angatuba 0


Primeiramente, é necessário entender o mínimo do conceito de cultura para explaná-la como proposta de campanha eleitoral. É necessário entendê-la como o conjunto de conhecimentos, nomeadamente, costumes, comportamentos, valores e práticas que caracterizam uma sociedade ou grupo social, como algo que é transmitido de geração em geração, que molda a identidade de um povo, que influencia sua forma de ver o mundo, suas tradições, língua, arte, religião e modos de vida. A cultura deve ser entendida como algo que se adapta e evolui ao longo do tempo, refletindo as mudanças sociais, políticas e tecnológicas. Algo que é o reflexo da vivência coletiva e das experiências compartilhadas por um grupo humano. É importante ressaltar tudo isso antes de se contrapor a um pretenso político que afirmou recentemente ser Angatuba uma cidade que nunca teve cultura, uma afirmativa parte de discurso eleitoreiro, como este editor ficou sabendo.

Angatuba, oficialmente fundada em 1872, é uma imensa fonte de manifestações culturais, e algumas até valem ser elencadas como a “recomenda”, uma prática trazida pelos portugueses ao Brasil, especialmente no contexto religioso, e que se difundiu entre os angatubenses rurais, A “recomenda” consiste em uma oração ou súplica feita a um santo ou divindade para pedir proteção, bênçãos ou favores. Frequentemente realizada em momentos de crise, como doenças, perigos ou tempestades, era uma forma de expressar fé e buscar intervenção divina. No Brasil colonial, esse costume se difundiu entre as comunidades, muitas vezes associado a festividades religiosas e à tradição católica, consolidando-se como parte da cultura popular em várias regiões do país.

Angatuba tem também o fandango, um estilo musical e de dança que chegou ao Brasil durante o período colonial, trazido por influências ibéricas, especialmente de Portugal e Espanha. No Brasil, ele se desenvolveu principalmente nas regiões litorâneas do Sul e Sudeste, sendo muito associado às comunidades caiçaras. O fandango é caracterizado por ritmos animados, executados com violas, rabecas e percussão, acompanhando danças sapateadas em grupo. Além de expressar a cultura popular, o fandango também é uma manifestação festiva, celebrando eventos sociais e religiosos, como colheitas e festividades comunitárias.

E, por falar em fandango, Angatuba tem também a professora Maria Aparecida Morais Lisboa, autora do “Fandango do Miliano”, livro que transcreve a saga de Emiliano Leite o pioneiro do fandango na região, o sediando mais enfaticamente no bairro rural dos Leites. Maria Aparecida, historiadora, fez seu mestrado e doutorado com o estudo “A política dos coronéis e a difusão do Ensino Primário em Angatuba (1870-1930)”, um tema que desenvolveu-se no âmbito da pesquisa histórico-sociológica e que objetivou analisar a estruturação e a evolução da rede pública de ensino primário no município.

No aspecto cultural é oportuno lembrar Angatuba igualmente como cidade natal de Dina Lisboa, atriz que teve uma notável carreira no teatro, na televisão e no cinema. Na sétima arte, estreou em 1951, trabalhou na Vera Cruz em produções antológicas, esteve com frequência nos filmes de Mazzaropi. Na televisão era uma das atrizes preferidas do diretor Geraldo Vietri. Tia de Maria Aparecida e do ex-prefeito Emílio Lisboa, Dina é doadora de grande parte do acervo da Biblioteca Municipal Deputado Araripe Serpa e, em sendo assim, pode ser dito que ela também contribuiu efusivamente com a cultura angatubense.

Fosse se estender sobre a cultura que Angatuba protagoniza ao longo de sua história o texto haveria de ser muito longo, além de citar José Orlando Cardoso, o Joinha, que até hoje encanta a todos com sua arte de repentista, não poderiam ser esquecidas figuras como a saudosa Floriza Maciel Manfredini, com sua maviosa voz de cantora; o saudoso  médico Renato de Carvalho Ribeiro, que deixou várias obras de artes, fotografias e até ousou na produção de filmes; a professora Lúcia Ribeiro Penatti, falecida no último mês de agosto; vários artistas plásticos, cantores , compositores, e talentos que desenvolveram os eventos carnavalescos. Também jamais poderia ser deixado de mencionar a Banda Municipal Antônio Lisboa, fundada faz 136 anos, uma instituição pela qual passou uma infinidade de angatubenses, de muitos músicos lembrados até os dias atuais, de maestros como o saudoso Deny Lisboa e Antônio Salvador Basile, o Nenê Basile, que desenvolveu seu trabalho com músicos mais jovens. Quanto à música ainda deve ser enaltecido o período em que cerca de 50 jovens angatubenses estudavam no Conservatório Dramático e Musical Carlos de Campos, de Tatuí, num admirável esforço da então administração do prefeito Emilio Lisboa.

A cultura de Angatuba continuou a manter-se hegemônica neste século 21, embora tenha surgido um período em que tentaram conceituar festa do peão e shows popularescos como movimentos culturais, mas essa é outra história. Antes, a cidade mereceu destaque no Revelando São Paulo, uma realização do Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria da Cultura então em parceria com a Abaçai Cultura e Arte, o maior festival de cultura tradicional do estado paulista realizado no Parque da Água Branca, em São Paulo. No Revelando, evento que proporciona  troca de experiências, a articulação entre comunidades, o intercâmbio de saberes e fazeres e geração de renda, Angatuba participava com várias modalidades, o artesanato, a cozinha artesanal com a participação do Recanto da Cachaça, violeiros (a dupla Raphael Henrique e Pedro Lúcio), o Fandango Mirim do bairro dos Leites, a quadrilha da Terceira Idade, Joinha apresentando seu repente, os bonecões, todas essas atrações manifestavam um pouco da cultura angatubense.

A participação do setor cultural local também não deixou de integrar o  Mapa Cultural Paulista,  uma competição realizada pela Secretaria da Cultura do Estado com o intuito de premiar e promover por todo o estado os melhores indivíduos e grupos artísticos de cada uma de suas 13 regiões administrativas. O Mapa Cultural foi criado em 1995 tendo como principal objetivo o de promover o intercâmbio da produção artística no Estado, ao mesmo tempo em que estimulava a participação dos municípios em atividades culturais. Foi considerado um dos mais importantes projetos culturais de São Paulo do ponto de vista formativo, informativo e de circulação de artistas do interior do Estado, e Angatuba sempre se fazia presente. A competição se desenvolvia (continua se desenvolvendo porque ainda existe)  em três fases: municipal, regional e estadual. A fase municipal seleciona os melhores artistas e grupos, que representam a cidade na fase regional. Para esta etapa os municípios são agrupados em treze regiões: Araçatuba, Araraquara, Baixada Santista, Bauru, Campinas, Grande São Paulo, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba,  (da qual pertence Angatuba) e Vale do Ribeira. Finalmente, os selecionados em cada região participam da fase final, que acontece na cidade de São Paulo. Uma das grandes honras para Angatuba foi o grupo de Teatro Elementos Anônimos ter chegado à fase estadual, o que lhe permitiu a se apresentar no Teatro Sérgio Cardoso, na capital.  Bom registrar também que Angatuba chegou a ter quatro grupos de teatro num mesmo período.

A difusão cultural já na década de 2000 foi eloquente e para isso houve intervenções de alta positividade, como a da coordenadora Lúcia Libâneo, da assistente social Raquel de Medeiros Alves Isaac que sempre colaborou com os artesanatos de seu setor para o Revelando São Paulo. Num momento seguinte, houve o estabelecimento do Cinema no Bairro, projeto idealizado por este editor (Air Antunes) quando coordenador da cultura, ocasião em que cada final de semana filme era exibido ao ar livre em um bairro, rural ou urbano. Ainda, na mesma coordenadoria, enquanto se organizava as participações no Revelando e no Mapa Cultural Paulista, o evento musical “Noite da Seresta” era atração na praça da matriz e na Casa da Cultura com a coordenação de Lúcio Lisboa que, ainda, atualmente coordena o Sarau Líteromusical;  peças de teatro eram apresentadas no Espaço Cultural, agora extinto, aulas de xadrez eram ensinadas para crianças, cursos de pinturas eram dados por professores da Oficinal Cultural Grande Otelo de Sorocaba, órgão da Secretaria da Cultura do Estado, comemoração do Dia Nacional e Municipal do Saci, na praça da matriz;  mais guindados para o lazer tão somente o grande evento AngaRock, e mensalmente, o Rock na Praça. Era uma cultura elevada registrada em fotos e vídeos pelo assessor Nilton César Rodrigues, um belo trabalho por sinal;  ainda, reforçada ostensivamente pelo João Baptista Rodrigues, o João da Cultura, que também fazia o seu teatro e sempre colaborou com as logísticas de vários eventos.

Enfim, dizer que em Angatuba nunca teve cultura chega ser uma atitude leviana e ignorante, considerando toda uma historicidade que vale a pena e deve ser pesquisada. Mas, enquanto isso, para que o setor volte a ser efusivo como noutros tempos, que haja criatividade e que haja bom uso de recursos como os das leis federais Aldyr Blanc e Paulo Gustavo, que são recentes, que haja , finalmente, a instalação do Centro de Memórias, esperando que  as verbas culturais não sejam empregadas em rodeios e shows popularescos de cantores profissionais nas festividades de final de ano ou de qualquer outra época.


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