Antônio Salvador Basile, o Nenê Basile, assim conhecido em Angatuba como maestro que regeu a Banda Municipal Maestro Antônio Lisboa, é oportunamente entrevistado neste espaço não simplesmente porque é candidato a vereador mas por ser uma pessoa cujo vínculo cultural tem um significado muito positivo para a formação musical de inúmeros jovens angatubenses. Ele regeu a banda no setor que incluiu a geração que chamamos de infanto-juvenil, e não apenas isso, Nenê assessorou esse pessoal todo no profícuo período em que praticamente 50 jovens da cidade estudaram no Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, uma instituição fundada em 1954 que forma instrumentistas, cantores, atores e luthiers, e que é uma das maiores e mais renomadas escolas musicais da América Latina, que recebe estudantes de diversos países. Nenê, filho do ex-prefeito Amadeu Basile (gestão 1992-1996), o Neco, sem mais apresentações, inquirido nesta entrevista é quem detalhará mais ao responder as perguntas da editoria do blog Onda 21.
A ENTREVISTA:
Onda 21: Sabemos que você, apesar de já ter trabalhado na prefeitura, de ter um pai que já foi vice-prefeito, e pelo fato de ter sido maestro da banda estar sempre próximo dos gestores públicos, nunca se interessou numa candidatura a um cargo eletivo. A pergunta: por que agora, e por que houve esse interesse considerando que na sua função pública a sua contribuição não foi e não é algo menos importante?
Nenê Basile: Penso que pude contribuir para o desenvolvimento direto de diversas crianças e adolescentes na época em que fui professor de música, hoje todos estão muito bem formados, com famílias lindas, logo na vereança posso trabalhar no desenvolvimento de projetos que abracem os filhos deles e toda população. Além disso, durante anos observando os detalhes, percebi que o poder legislativo precisa de seriedade, ou seja, quero fazer diferença numa posição diferente.
Onda 21: O seu grau de parentesco com o prefeito atual, fato que não é desconhecido, você acredita que é fator positivo, ou você considera que independentemente da vitória de ambos (sua e dele) isso não influirá na sua gestão enquanto vereador, ou seja, que um “sim” ou um “não” seu, lá na Casa de Leis, não terá qualquer influência do vínculo familiar?
Nenê Basile: É importante deixar claro que enquanto vereador estarei atuando para o bem da população, não importa quem seja o prefeito, além disso, é necessário saber separar as coisas e não misturar o trabalho com a família.
Onda 21: Nenê, sabemos que você apesar de ter trabalhado em governos do PSDB, PMDB, no nível municipal, nunca foi filiado a partido político, embora estivesse sempre alinhado ao discurso do desenvolvimento social e cultural do município. Agora, filiado ao PSB, o que diz disso, foi uma opção por ser esse partido de natureza progressista, ou simplesmente foi por acaso?
Nenê Basile: Todos temos ideais na vida, precisamos crescer e crescer dentro de nossas correlações, repercutindo positividade. Tive vários convites partidários, mas sem interesse da minha parte uma vez que estava envolvido como responsável pelo setor de música em nossa cidade. Eu penso que se um funcionário que é versátil em sua função é ali que ele deve estar e assim foi comigo enquanto servidor público. Hoje após anos desligado do funcionalismo público me vi no momento de enfrentar essa nova etapa de minha vida. Não por acaso sou candidato por esse partido.
Onda 21: Você bem sabe que o país nos últimos anos protagonizou uma polarização enorme, a defesa ferrenha de ideias, principalmente daqueles que se alinharam à direita, foi um fator que dividiu pessoas, criou problemas até em meios familiares, em amizades, etc., e que tudo isso não é algo isento aqui em Angatuba. Sabemos que as siglas partidárias envolvidas têm suas lideranças por aqui, seus correligionários, simpatizantes e mesmo candidatos. A pergunta, como desvencilhar disso tudo em nome do progresso da cidade, do desenvolvimento local?
Nenê Basile: Mantendo firme as ideias que sempre favoreçam a nossa população, lembrando que vivemos num país democrático, respeitando a opinião de todos e principalmente não se deixar levar pelas acaloradas discussões que sempre protagonizaram a polarização política. O diálogo sempre será a melhor solução.
Onda 21: Nenê, fizemos uma apresentação sua para esta entrevista tratando apenas do vínculo cultural, mas sabemos que sua plataforma política vai além disso. É interessante que você explane suas idéias. E, então?
Nenê Basile: Bom, as ideias são muitas, mas tenho como as principais propostas elaborar projetos que possam incluir as aulas de música e língua brasileira de sinais (LIBRAS) na rede municipal de educação, penso muito na importância de manter a nossa cidade limpa, valorizar nossa natureza, nosso rio Guareí, nascentes, e antes de ser candidato já pensava no LimpIpê, que tem como objetivo cuidar dos ipês plantados na área urbana. Sabemos também que o salário dos funcionários públicos está defasado, então tenho como compromisso a valorização desses profissionais. Gostaria que pudéssemos voltar com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), para fortalecer nossos pequenos agricultores e claro, buscar outros programas de incentivo para a nossa população. E reiterando, incentivar ainda mais a cultura do nosso município.
Onda 21: Uma última pergunta. Qual é a sua mensagem para aquele cidadão angatubense que pretende uma cidade melhor, uma política mais desenvolvimentista do que uma política de intrigas, e, principalmente, de homens e mulheres públicos honestos?
Nenê Basile: Diante de tudo que nós vemos, seja na política local ou não, estamos cansados desse circo que é armado durante todo período eleitoral, acredito que seja a hora de entender que nosso voto é importante e é por ele que grandes mudanças podem acontecer. Nossa cidade tem muito potencial e além daquilo que fazemos diariamente, o nosso voto é o que irá fazer a diferença.
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