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A ESCURIDÃO DA BRANQUITUDE

out 06, 2015 Air Antunes Artigos 0


Foto de Paul Clemence

Foto de Paul Clemence

 

GABRIEL HILAIR 

A branquitude é escura. Toda a indústria cultural no ocidente coopta expressões artísticas da periferia, transformando-as em produtos na prateleira do mercado, mas omitindo o fato dessas expressões serem oriundas dos guetos. A indústria Marcioassalta, sequestra e mata a arte periférica criada com anseio político e com o propósito de ser usada como ferramenta de articulação social contra o discurso de opressão às classes populares. Gasta-se fortunas para construir cenários de novelas, filmes, séries e programas de TV — escritos por autores de renome, que reproduzem a vida nas favelas e escondem a realidade atrás das muralhas de estúdios, como se todos vivêssemos nos tempos dos castelos medievais.

A ideologia branca de consumo usufrui privadamente de tudo o que a negritude constrói, mas seu olhar para as respectivas questões sociais vive na translucidez. A maior deficiência dos faddabrancos está na incapacidade de reconhecerem a luz que há nos negros. E é esse cisma em somente ver a escuridão da melanina que os impede de enxergar que enquanto a cultura negra apropriada lhes gera lucro, quem a criou continua à margem da sociedade.

Se tivessem avistado essa luz e respeitado as individualidades das culturas erigidas pelos povos das terras distintas, as quais invadiram ao longo de séculos, hoje a cultura eurocêntrica não precisaria ser tão veemente imposta e dominante. Se algum dia perceberem que a cultura negra tem seu valor e não tirarem proveito de seus diversos elementos, se apropriando dela, o povo que a produziu não seja mais silenciado.

Há um grave quadro de cegueira entre os brancos. E a escuridão que os acomete é tão grave que grande parte deles não percebe. Por isso este tem sido o maior inspirador dos escuros produtos midiáticos produzidos pela branquitude. Ao invés de tentarem reparar o erro histórico de terem invisibilizado, caçoado e excluído o negro desses espaços por tanto tempo — uma vez que nos primórdios das produções audiovisuais, não era permitido que negros interpretassem sequer personagens negros, comumente fadados ao humor ridicularizante, e, por este motivo, pessoas brancas se pintavam de tinta preta para representá-los, perpetuando os estereótipos de bandido, de violento, de palhaço, de serviçal e da hipersexualização.

Os gigantes da indústria cultural branca que fazem caricatura do preto são os mesmos que fazem vista grossa quanto aos crimes que esse povo sofre, que deixam passar o genocídio do povo negro e que resguarda as discrepâncias raciais. Em vista disso, itero a necessidade de extinguirmos o monopólio da mídia e buscarmos sempre narrativas alternativas, que nos incentive a fazer uso da razão para estabelecer posicionamentos e fugir do pensamento não precedido de reflexão, o qual frequentemente acoberta uma ideologia bastante cruel que nem percebemos reproduzir.

Se vissem a luz que há nos braços e nos cérebros dos negros, os brancos, juntariam-se a eles, e poderiam reorientar o modelo de produção da mídia em direção à representação verossímil das massas, afinal, já passou da hora de as minorias possuírem o aval para narrar suas próprias histórias. Se essa iniciativa fosse tomada, libertariam os negros da caricatura, do pensamento limitado de que estão atados a estereótipos e, acima de tudo, da invisibilidade.

Mas talvez isso seja esperar demais. Talvez nossos olhos não assistam o fim desse desserviço e um mundo onde a negritude seja representada sem que a indústria cultural branca lucre em cima de suas feridas. Apesar de terem se libertado da escravidão, os negros ainda arcam com o legado desse passado: ainda resistem e ocupam espaços pré-estabelecidos por brancos.

Gabriel Hilair é colaborador da revista Fórum

 

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