jun 15, 2014 Air Antunes Artigos 1
Imagine a situação: vereador apresenta propositura pedindo verbas para o município. O pedido é encaminhado ao deputado que faz a reivindicação através de emendas. Efetuados todos esses procedimentos a verba sai. Por exemplo, R$ 1 milhão. Deste valor, R$ 300 mil vão para a caixinha do deputado. Não se deve esquecer que todo esse trâmite é de inteiro conhecimento de todos, o acordo já havia sido articulado entre vereador, seu grupo político na cidade e o parlamentar em Brasília. Este procedimento é um entre tantas outras formas de corrupção explicadas no livro “O Nobre Deputado”, do juíz de direito Marlon Reis, que valeu até reportagem no programa Fantástico da Rede Globo no domingo 8 de julho.
Segundo o juiz de direito autor do livro, uma campanha para deputado federal não sai por menos de R$ 5 milhões, assim ele, candidato a reeleição, procede desta forma com as concordâncias do vereador que fez o requerimento que, sem dúvida alguma, é do lado do prefeito pois se não fosse não daria certo. Quer dizer, todo mundo se sai bem além do deputado, prefeito e vereador e sabe lá quem mais leva o seu, a propina, de alguma forma. Operação concluída, depois é só elaborar um texto ordinário e publicar num jornal da cidade que já é pago justamente para fazer a propaganda e pronto. Na primeira página foto de todo mundo com sorriso de orelha a orelha, todos com as expressões de quem morrem de amores pele povo e só por ele são políticos, anunciando a verba. O vereador do grupo, antes do piscar de um olho, já apresenta requerimento na câmara pedindo título de cidadão ao caro deputado o qual é aprovado por unanimidade e, nas festas da cidade o tal parlamentar não falta, aparecem lá ele e toda sua curriola saindo, a pedidos, em fotografias com sorridentes e ingênuos cidadãos.
Este procedimento corrupto não é o único apresentado pelo “O Nobre Deputado”. Ali existem vários outros, o da compra de votos, os das doações de empreiteiras para as campanhas, as licitações fraudulentas, e o pior, segundo constatou o juiz de direito autor do livro, nestas maracutaias também, existem envolvimento de representantes do judiciário e do Tribunal de Contas.
No caso das empreiteiras, suas doações na verdade têm o caráter de empréstimo, pois depois da posse do político elas recebem de volta as “doações” com juros de 10% a 20% ao mês. As licitações fraudulentas completam todo um aparato de corrupção que chega a dar nojo, especialmente quando incluída no esquema de obras que às vezes nem são realizadas, ou quando são o material usado é infinitamente inferior ao que está afirmado nas documentações. É por isso que em muitas ruas asfaltadas recentemente, ou recapeadas, não demoram nem um pouco para aparecer buracos, às vezes verdadeiras crateras. Enquanto isso, prefeito, assessores, vereadores, empreiteiras vão engordando suas contas bancárias, e por sua vez o cidadão na caixa da prefeitura ao pagar sua conta do IPTU é cobrado também de R$ 1,20 que ficou do ano passado.
O povo, por sua vez, inocente, não se atenta, não fica esperto, fica mesmo é deslumbrado com certas coisas que lê ou que ouve. Ele não tem cuidado com a origem de certos escritos, de certas publicações. Troca as bolas acreditando em tudo, acredita que aquele político que ele acha o máximo na verdade é honesto, que não é um corrupto de marca maior. Não imagina que o seu político preferido está enriquecendo apenas com dinheiro público. Depois o povo é engrupido com as megas festas patrocinadas pela prefeitura, não sabe que aquilo é uma ilusão, que é um evento engana trouxa. Muitos não sabem que é o povo que tem condições de mudar toda esta situação votando certo e, principalmente, não se vendendo. A corrupção começa na compra do voto!
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Ninguém fiscaliza as obras que a prefeitura de Angatuba realiza? Os asfaltos que o Calá manda fazer são uma merda.