Há exatamente 20 anos foi assinado o Decreto Municipal 027/2005 (na íntegra no final da matéria) que declarava de “valor histórico, artístico, estético, paisagístico, turístico e cultural…”, o prédio da rua Antônio Bento Rodrigues,, 1276, até então sede da delegacia de polícia e pertencente ao Estado. Com aproximadamente 120 anos, o prédio possui área edificada de 417, 33 metros quadrados, um local que sediaria perfeitamente o Centro de Memória de Angatuba, algo que representa a luta da professora Maria Aparecida Morais Lisboa, doutora em Educação FE- Unicamp, pesquisadora da História, da Cultura e da Memória do Alto Vale do Paranapanema, macro-região de Sorocaba, micro-região de Itapetininga, e, naturalmente, o município angatubense. Mesmo com todo o aparato burocrático resolvido, a professora que, por sua vez, já tratou da legalização do Centro de Memória, não vem sendo correspondida ao que se refere às incumbências da prefeitura, incluindo a uma reforma decente do prédio.
Explica a professora que o Centro de Memória não se trata de um capricho seu, mas sim algo para elevar culturalmente o nome de Angatuba. Um Centro de Memória é fundamental para a cidade porque preserva, valoriza e compartilha sua história, cultura e identidade. Ele funciona como um espaço de guarda e difusão de documentos, fotografias, objetos, relatos orais e registros que ajudam a contar a trajetória da comunidade, suas lutas, conquistas, tradições e transformações ao longo do tempo.
Para Maria Aparecida é muito importante manter viva a memória coletiva , algo que permite que os cidadãos se reconheçam em sua própria história, fortaleçam seus sentimentos de pertencimento e compreendam melhor o presente. Além disso, um Centro de Memória é uma ferramenta essencial para a educação, estimulando pesquisas, projetos escolares e ações culturais que promovem o conhecimento e o respeito à diversidade. Ao proteger o patrimônio material e imaterial, esse espaço também contribui para a construção de uma sociedade mais consciente, crítica e participativa, onde as experiências do passado servem de aprendizado para as futuras gerações.
Quanto à prefeitura, em sua gestão atual, não tem ocorrido sequer uma resposta conclusiva acerca da liberação do prédio, quanto à uma reforma do prédio a questão se confronta com o custo, jamais ocorre argumentação impeditiva para a eventualização da sede do Centro de Memórias, mas também não é apresentada qualquer evidência de quando isso poderá ocorrer.