nov 14, 2014 Air Antunes Artigos 2
Imaginem o diálogo:
-Ei, o que você está fazendo?
-Estou colocando o adesivo do nosso candidato no seu carro, você é funcionário !
-Mas isso não pode, eu não quero adesivo algum em meu carro.
-Tudo bem, você não é obrigado adesivar mas o prefeito quer os nomes dos funcionários, seus números de telefone, que não deixaram colocar o adesivo.
O diálogo acima teria ocorrido entre um funcionário municipal e um assessor do prefeito, daqueles ditos puxa sacos, que só estão no serviço público não para servir o público, mesmo porque nem para isso tem competência, mas para desempenhar a função de leão-de-chácara.
O serviço público municipal em algumas cidades é usado por políticos oportunistas para chegarem e manterem-se no poder. Nas suas campanhas políticas prometem emprego e para uma grande parte até atendem. Lotam os mais variados setores da prefeitura de gente que às vezes não tem competência alguma. Em alguns lugares tem funcionários tropeçando uns nos outros, muitos fingindo que estão fazendo algo e seus protetores fingindo que estão acreditando. Enfim, para tais políticos o que importa é que as famílias dos “funcionários” de cabide de emprego vão votar novamente no prefeito ou em quem ele indicar. Muitos destes até passam em concursos arranjados, manipulados para que passem, e suas situações fiquem resolvidas.
Por outro lado, existem aqueles funcionários que estão no serviço público, que lá chegaram não por cabide de emprego, por promessa de campanha, mas sim porque tem conhecimento da área em que atuam, que passaram com méritos em concursos independentemente se o prefeito era X ou Y. Estes não devem favor algum para o prefeito, eles estão lá porque são imprescindíveis ao serviço público, não precisam de forma alguma fazer média ao chefe de setor, não precisam fazer o papel de dedo duro para agradar ao chefe do executivo, não precisam ficar espionando o que faz ou deixa de fazer o colega de trabalho.
A diferença entre o funcionário público, de fato e de competência, com o parasita que suga o dinheiro público sob a proteção do prefeito, às vezes até ganhando mais, é gritante. Enquanto os primeiros trabalham atendendo à técnica de suas funções, zelam pelo bom relacionamento entre o serviço público e os usuários, os outros fazem “futrica”, mentem para o povo que se o prefeito de então perder a reeleição, determinado benefício vai acabar, são mentirosos, malvados, são capachos, são um grande desperdício de dinheiro público.
Na ocasião de eleição, é importante salientar que o funcionário que entrou na prefeitura pela porta da frente, levado pela sua competência tão exclusivamente, não tem obrigação alguma de filiar-se ao partido do prefeito, a não ser que o faça pela sua livre e espontânea vontade. Ele não é obrigado a adesivar seu carro para fazer propaganda política porque o prefeito mandou, não é obrigado a colocar placas na sua casa e nem sequer sair entregando panfletos pelas ruas. Esse funcionário é livre, só é obrigado a desempenhar sua função de acordo ela exige, apenas isso. Diante de qualquer coação em trabalho ou fora dele, de ameaças do prefeito ou de algum cupincha, para fazer qualquer coisa que não faz parte de suas obrigações como funcionário municipal, ele deve denunciar ao Ministério Público, existe 0800 para isso se não quiser falar diretamente com o promotor. O que não pode ocorrer é essa bandidagem que suja o serviço público, que depõe contra a instituição, que escoarcha os cofres públicos para beneficiar os parasitas que se travestem de funcionários.
happy wheelsfev 11, 2024 0
jan 05, 2024 0
nov 12, 2023 0
out 12, 2023 0
Muito bem descrita a situação. É gritante essa situação. Temos que olhar com muito cuidado a administração próxima a nós.
Muito descrita a situação. É gritante essa situação. Temos que olhar com muito cuidado a administração próxima a nós.