jun 17, 2019 Air Antunes Angatuba 3
Uma das áreas que mais geraram expectativas em Angatuba com o poder municipal na atual administração foi a cultura. É imprescindível salientar mais uma vez que a gestão anterior, com o PSDB oito anos a frente, praticamente reduziu a cultura ao pó, pior ainda, mediocrizou a população fazendo-a confundir rodeios de bois e cavalos com manifestação cultural. Enfim, a chegada ao poder do prefeito Luiz Antônio Machado, com praticamente 80% da vontade popular e com o respaldo de uma consistente e responsável comissão suprapartidária, gerou a esperança de resgatar a cultura em mais sua fiel configuração, em sua plenitude. Angatuba voltaria a fluir seus melhores tempos de teatro, da sua literatura, da sua arte plástica, da sua inspiração musical, das suas performances no Mapa Cultural Paulista e no Revelando São Paulo-o maior acontecimento do folclore paulista. Mas nada disso aconteceu. Em 2018 chegou a ser promovida a 1ª Semana Cultural de Angatuba, evento de boa qualidade que até propiciou a apresentação de ilustre orquestra sinfônica na praça da matriz para cerca de três mil pessoas. Mas aquilo que na sua denominação sugeria uma 2ª semana em 2019, uma 3ª em 2020 e assim por diante, perdeu força, se extinguiu e nada mais aconteceu, assim como não há qualquer vestígio de que volte a acontecer. Bom ressaltar que o Sarau Lítero Musical, evento cujo início deu-se em 2017, não é uma idealização da prefeitura, mas sim de alguns abnegados que lutam para que a cultura não se acabe de vez ,ou que não corra o perigo de se tornar conceito de lazer popularesco como são as festas do peão.
Quase que é impossível criticar o vazio cultural existente sem elencar o setor em seu tempo áureo, como quando 39 alunos, com o patrocínio da prefeitura, estudavam no Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos de Tatuí; como quando todos os sábados a banda de música municipal Maestro Antônio Lisboa, na sua versão infanto-juvenil ou na sênior, se apresentava no coreto da praça da matriz, durante a feira livre, respectivamente sob as regências dos maestros Antônio Salvador Basile, o Nenê, e de Deny Lisboa; como quando todos os finais de semana havia sessão do Cinema no Bairro tanto no perímetro urbano como na zona rural; como quando a cidade tinha quatro grupos de teatro sempre desempenhando boas peças.
Especificamente sobre música, sob a coordenação de Nenê Basile, também remanescente do conservatório de Tatuí com cursos de regência e em métodos coletivos, o setor da cultura além dos ensaios e apresentações semanais da banda tinha oficinais bastante atuantes, aula de teclado, aulas de canto coral, de violão clássico, de violão básico e de viola. Ainda de dentro da banda tinha o trabalho paralelo de um quarteto de MPB, blues e big band e de uma orquestra de violão. Interessante lembrar que Nenê estendeu cursos de músicas às escolas além daqueles que já existiam na casa da banda.
Desta mobilização toda da cultura local, em especial da música, alguns nomes da banda se destacaram além das fronteiras angatubenses e até regionais, como Isaura Melo que , com sua flauta transversal, classificou-se em segundo lugar no “Prelúdio”, programa da TV Cultura conduzido pelo maestro Julio Medaglia. Posteriormente a premiada Isaura participou de festival na Alemanha. Ana Carolina da Costa Neves esteve em festival de instrumentos de sopro na Itália. José Aparecido Camilo Neto atualmente é professor no Projeto Guri na cidade de Salto. Cezar Garcez tornou-se premiado clarinetista. Estes são alguns daqueles alunos e integrantes da banda que tiveram grande destaque, assim como Renan Adriano, Fabiano Correa, Renato Martins entre outros.
Atualmente a cultura vem sendo feita de forma paliativa, um misto de atividade social com alguma mobilização artística que não se projeta já que eventos inexistem. A banda, por sua vez, foi aos poucos se reduzindo e quase não se apresenta, embora tenha agora maestro produzido em concurso público. As oficinas de música atendem apenas a um protocolo do estilo “mais pra falar que não tem” do que propriamente por uma motivação cultural extraída da própria veia artística do angatubense. Nas fotos um pouco do melhor período cultural da cidade.
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nov 26, 2023 0
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ago 25, 2023 0
Olá, Élcio, sua caravana literária foi belíssima, o que quis referir aqui é a respeito da iniciativa do poder público, como havia nas gestões anteriores a 2009, por isso que citei eventos apenas daquela época.
Em relação às atividades culturais em Angatuba, devo destacar que o texto não citou a Caravana Literária que aconteceu em março de 2018. Foram envolvidas escolas municipais, estaduais e da rede privada de ensino. Não houve qualquer tipo de cobrança financeira e muitos livros foram doados pelo autor. Também destaco que a ação foi independente, sem qualquer despesa para a Administração municipal. Élcio, escritor, angatubense, 21/06/2019.
Um jardim sem jardineiro.
poxa,seu Ayr,sua matéria me fez viajar da Angatuba de hoje para uma Angatuba feliz onde tinham pessoas que valorizavam pessoas, através das expressões artísticas.
Muito triste os dias de hoje,anos e gestões se passaram e passam levando desapercebidos levas de talentos que se perdem aos olhos daqueles que tinham e tem o dever de encherga-los.Aqueles que euforicamente diziam
resgatar a cultura local trazendo de volta um projeto Municipal que deslanchou em épocas passadas, artes que foram plantadas, germinadas até que floresceu. Havia sim o amor pela arte, interesse em dar oportunidades e cuidar de nossas crianças de forma absoluta, fisicamente,intelectualmente e espiritualmente para o crescimento de nossa cidade.
Infelizmente como se vê,hoje de fato, uma cultura aterrisada e enraizada.
Temos um Jardim que foi cultivado e adormecido a espera de um Salvador que simplesmente chegue e diga:
Eis aqui um Jardim..