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O fascismo ronda o Brasil em 2014

out 16, 2014 Air Antunes Artigos 2


 

FREI BETTO

Ao votar este ano, reflita se por acaso você estará plantando uma semente do fascismo ou colaborando para extirpá-la

Jean-Marie le Pen, líder da direita francesa, sugeriu deter o surto demográfico na África e estancar o fluxo migratório de africanos rumo à Europa enviando, àquele sofrido continente, “o senhor Ebola”, uma referência diabólica ao vírus mais perigoso que a humanidade conhece. Le Pen fez um convite ao extermínio.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy propôs a suspensão do Tratado de Schengen, que defende a livre circulação de pessoas entre trinta países europeus. Já a livre circulação do capital não encontra barreiras no mundo… E nas eleições de 25 de maio a extrema-direita europeia aumentou o número de seus representantes no Parlamento Europeu.

A queda do Muro de Berlim soterrou as utopias libertárias. A esquerda europeia foi cooptada pelo neoliberalismo e, hoje, frente a crise que abate o Velho Mundo, não há nenhuma força política significativa capaz de apresentar uma saída ao capitalismo.

Aqui no Brasil nenhum partido considerado progressista aponta, hoje, um futuro alternativo a esse sistema que só aprofunda, neste pequeno planeta onde nos é dado desfrutar do milagre da vida, a desigualdade social e a exclusão.

Caminha-se de novo para o fascismo? Luis Britto García, escritor venezuelano, frisa que uma das características marcantes do fascismo é a estreita cumplicidade entre o grande capital e o Estado. Este só deve intervir na economia, como apregoava Margareth Thatcher, quando se trata de favorecer os mais ricos. Aliás, como fazem Obama e o FMI desde 2008, ao se desencadear a crise financeira que condena ao desemprego, atualmente, 26 milhões de europeus, a maioria jovens.

O fascismo nega a luta de classes, mas atua como braço armado da elite. Prova disso foi o golpe militar de 1964 no Brasil. Sua tática consiste em aterrorizar a classe média e induzi-la a trocar a liberdade pela segurança, ansiosa por um “messias” (um exército, um Hitler, um ditador) capaz de salvá-la da ameaça.

A classe média adora curtir a ilusão de que é candidata a integrar a elite embora, por enquanto, viaje na classe executiva. Porém, acredita que, em breve, passará à primeira classe… E repudia a possibilidade de viajar na classe econômica.

Por isso, ela se sente sumamente incomodada ao ver os aeroportos repletos de pessoas das classes C e D, como ocorre hoje no Brasil, e não suporta esbarrar com o pessoal da periferia nos nobres corredores dos shopping-centers. Enfim, odeia se olhar no espelho…COPIA 1

O fascismo é racista. Hitler odiava judeus, comunistas e homossexuais, e defendia a superioridade da “raça ariana”. Mussolini massacrou líbios e abissínios (etíopes), e planejou sacrificar meio milhão de eslavos “bárbaros e inferiores” em favor de cinquenta mil italianos “superiores”…

O fascismo se apresenta como progressista. Mussolini, que chegou a trabalhar com Gramsci, se dizia socialista, e o partido de Hitler se chamava Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista (de Nationalsozialist).

Os fascistas se apropriam de símbolos libertários, como a cruz gamada que, no Oriente, representa a vida e a boa fortuna. No Brasil, militares e adeptos da quartelada de 1964 a denominavam “Revolução”.

O fascismo é religioso. Mussolini teve suas tropas abençoadas pelo papa quando enviadas à Segunda Guerra. Pio XII nunca denunciou os crimes de Hitler. Franco, na Espanha, e Pinochet, no Chile, mereceram bênçãos especiais da Igreja Católica.

O fascismo é misógino. O líder fascista jamais aparece ao lado de sua mulher. Como dizia Hitler, às mulheres fica reservado a tríade Kirche, Kuche e Kinder (igreja, cozinha e criança).

O fascismo é anti-intelectual. Odeia a cultura. “Quando ouço falar de cultura, saco a pistola”, dizia Goering, braço direito de Hitler. Quase todas as vanguardas culturais do século XX foram progressistas: expressionismo, dadaísmo, surrealismo, construtivismo, cubismo, existencialismo. Os fascistas as consideravam “arte degenerada”.

O fascismo não cria, recicla. Só se fixa no passado, um passado imaginário, idílico, como as “viúvas” da ditadura do Brasil, que se queixam das manifestações e greves, e exalam nostalgia pelo tempo dos militares, quando “havia ordem e progresso”. Sim, havia a paz dos cemitérios… assegurada pela férrea censura, que impedia a opinião pública de saber o que de fato ocorria no país.

O fascismo é necrófilo. Assassinou Vladimir Herzog e frei Tito de Alencar Lima; encarcerou Gramsci e madre Maurina Borges; repudiou Picasso e os teatros Arena e Oficina; fuzilou García Lorca, Victor Jara, Marighella e Lamarca; e fez desaparecer Walter Benjamin e Tenório Júnior.

Ao votar este ano, reflita se por acaso você estará plantando uma semente do fascismo ou colaborando para extirpá-la.

Brasil de Fato

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2 thoughts on “O fascismo ronda o Brasil em 2014”

  1. Mara Rubya 16 de outubro de 2014 at 5:18 pm

    NÓS POVO, NÃO PODEMOS DEIXAR QUE ESSARAÇA MAFIOSA TOME CONTA DO NOSSO PAÍS, SERIA UMA DESGRAÇA VIVER AQUI SOFRENDO O MAL CAUSADO POR VC QUE COM CERTEZA VOTARÁ SEM PENSAR NAS CONSEQUENCIAS DE SE ELEGER UM TUCANO QUE NO PASSADO SÓ GOVERNOU PARA OS RICOS E PRETENDE FAZÊ-LO NOVAMENTE.

    Reply ↓
  2. Beto Leão 16 de outubro de 2014 at 2:10 pm

    Belo, rico e fértil texto, atualíssimo, propício a toda sorte de comentários. Esse Beto sabe das coisas, hein ? Da nossa parte, de Beto aprendiz de feiticeiro, aqui do interiorzão de SP, para o nosso grande Frei Beto, ousando ir além dos limites impostos pelas velhas dicotomias, direita e esquerda, capitalismo e comunismo, situação e oposição, partidarismo-eleitoral e golpismo-ditatorial, que, infelizmente, racham a sociedade, geram ódio, rivalidade, inimizade, revanchismo, guerras tribais primitivas por poder e dinheiro, e histeria social que, em épocas eleitorais, aliás, geram trevas que tornam todos os gatos pardos, vejo, claramente, a enorme encrenca em que a humanidade encontra-se envolvida, e que até hoje não foi e nem será resolvida com novas encrencas e novos encrenqueiros, e que, na verdade, só beneficiam os encrenqueiros da ora, tal qual os Hitleres, os Mussolinis, os Nopoleões, os Generais de guerra, os Al Sissis, os Saddans, os Fideis, os Pinochês, etc., etc. , etc. e tal, que cada um tem dentro de si, e que revela-se conforme o clima e o sorriso da oportunidade. E os que mais se beneficiam na verdade são, a máquina de propaganda e guerra mais poderosa da oportunidade que cria o clima, acolhe e protege o plantonista da ora e faz o o fato acontecer, porém quem mais tira proveito das oportunidades geradas nessas condições e circunstâncias são os psicopatas apaixonados por dinheiro e poder, sem limites, de forma insaciável, e que fazem de tudo e qualquer coisa para consegui-los, para si, sem se importarem com o estrago social que fazem ao seu redor, nas comunidades onde se instalam, tendo em vista que o que farta no patrimônio delles é o que falta na mesa dos menos aquinhoados, submissos que são ao ganho moral. Todavia, mesmo esses psicopatas apaixonados por dinheiro e poder , não obstante tudo de ruim que representam, e o desequilíbrio econômico, social e humanitário que causam no meio em que, apropriando-se de tudo que podem meter as mãos para si, não merecem o nosso ódio, porque são doentes que precisam ser detectados, tratados e reeducados para o bom, equilibrado e satisfatório convívio social que ainda é apenas um sonho, infelizmente. Quanto à próxima eleição, logo mais faço outro comentário. Aliás, até porque, a próxima eleição que nos foi imposta pelo partidarismo-eleitoral é uma daquelas bifurcações em que a gente tem que dizer de que lado está, o que estamos fazendo aqui e para onde desejamos seguir, sob pena de não termos outra oportunidade para dize-lo e até de perda do rumo do bom e melhor caminho para seguirmos juntos com a sociedade para chegarmos ao sucesso pleno não dos psicopatas apaixonados por dinheiro e poder sem limites, mas, isto sim, do bem comum do conjunto da sociedade.

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