
fev 23, 2025 Air Antunes Angatuba 0
No sábado, 21 de junho de 2008, a Banda de Música Maestro Antônio Lisboa comemorou 120 anos de sua fundação. Naquele dia as duas formações da banda, a tradicional e a infantojuvenil, se puseram a tocar desde cedo. Logo às 7 horas, a banda regida pelo maestro Deny Lisboa, saiu do Fundo Social (antigo Cran) e desfilou por várias ruas numa alvorada que terminou na praça da matriz. Às 10 horas foi a vez da banda infantojuvenil regida pelo maestro Nenê Basile, que se apresentou no coreto da praça; às 11 horas a banda de Deny abrilhantou a inauguração do terminal rodoviário, no final da missa das 19h30, a banda do Nenê tocou e emocionou a todos com a execução da obra “Nuvens Escuras”, composta por Antônio Lisboa em 1915. Na ocasião, uma revista (edição especial) produzida pela professora doutora Maria Aparecida de Morais Lisboa aludiu aos 120 anos da banda. Com ótima diagramação, texto eloquente e papel de boa qualidade, a revista , de forma didática, apresentou aspectos sobre banda de música e destacou com inúmeras fotos toda a história da corporação musical, assim como a própria história do maestro Antônio Lisboa o que, consequentemente, acabou por revelar parte importante da história do município.
Mas qual é o porquê de tal comemoração agora aqui ser lembrada? Ora, porque ali foi celebrada a importância de uma instituição que, não apenas pela sua existência cronológica, desempenhou um papel fundamental na vida cultural e social da cidade, contribuiu para a formação da identidade local e promoveu a coesão comunitária. Teve importância que pode ser observada em diversos aspectos, desde a educação musical até o fortalecimento da vida comunitária. Agora tudo isso vem à tona também porque não se tem a certeza de que a banda, que já completou 130, completará 140, daqui a três anos. Munícipes que cresceram vendo a banda de música nas festas cívicas, nas mais variadas apresentações, que tiveram familiares , antepassados, a integrando, querem saber o que foi feito dela, se ao menos ainda existe. A banda que teve Mestre Adão, escravo liberto, como o primeiro regente, em 1888, depois o carpinteiro Quim, como maestro no início do século 20, ainda Antônio Lisboa, e mais recentemente, Deny Lisboa e Antônio Salvador Basile, o Nenê, jamais poderia ter um fim, melancólico por sinal, como está parecendo ter. Mesmo de parte da atual administração municipal não existe uma definição sobre como está a banda, ou o que poderá ser feito, ou se ao menos existe algum projeto. Instrumentos são ainda de outros tempos, inclusive vários deles, os melhores, nem são da banda mas sim dos próprios músicos.
Ao se referir a atual administração, assim como as outras de 2009 para cá, o que ficou, e fica claro, é que há uma insensibilidade quanto a importância da cultura, há o desconhecimento de que a banda, em outras épocas, ofereceu uma plataforma para a educação musical, proporcionou oportunidades para que músicos de todas as idades desenvolvessem suas habilidades e aprendessem a tocar instrumentos, integrou jovens que, além de aprimorarem suas técnicas musicais, aprenderam sobre disciplina, trabalho em equipe e responsabilidade. Essa formação não apenas enriqueceu a vida dos envolvidos, mas também elevou o nível cultural da comunidade como um todo. Enfim, a Banda Municipal Maestro Antônio Lisboa igualmente atuou como um agente de transformação social ao longo de toda sua história, e que tão somente por isso já mereceria uma consideração.
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