out 01, 2013 Air Antunes Angatuba 0
Grande líder defensor dos direitos civis dos negros, nos Estados Unidos, nos anos 60, Martin Luther King, em seu famoso discurso declarou, “eu tenho um sonho!”. Alguns anos após na mesma década o líder da banda de rock inglesa The Beatles, John Lennon, disse a célebre “O sonho acabou!”. Nesta divagação onírica concluímos que os sonhos são uma espécie de combustível do ser humano. Muitos inclusive vivem tanto de sonhos que até se esquecem de viver. Sonhar todos sonham, basta ir para a cama e dormir, mas o que se debate aqui é o sonho que as pessoas tem, uns mais outro menos, acerca de tudo de melhor que esperam para suas vidas.
O título em questão, um tanto beatlemaníaco, no entanto, refere-se ao atual momento de Angatuba, um período em que sonhar tornou-se misto de otimismo e ingenuidade. Alguns angatubenses vivem numa espécie de trauma, pois lhe mostraram um suntuoso castelo no qual seriam hóspedes permanentes com direito à saúde decente, à educação de melhor nível, à cultura e ao bem estar social, mas não lhe falaram que o castelo referido era de areia, algo inócuo, frágil, efêmero, e que cairia por terra diante da primeira lufada de brisa soprada pela natureza do bem.
O famigerado slogan “você em primeiro lugar” foi algo emitido por um péssimo fabricante de sonhos ou por um marqueteiro caçoador. Um excelente fabricante seria aquele cujo sonho é o que impõe a realidade proposta de governo sem fantasias, sem príncipes encantados, fadas madrinhas, cinderelas ,gnomos e, o principal, sem Ali Babá e os 40 ladrões. Aliás, “você em primeiro lugar”, antes de sinalizar o bom sonho que cada um pudesse ter e, consequentemente, a configuração da realidade esperada, não deixou de ser o canto da sereia, ou algo cantado mas não entoado, algo repleto de notas que soaram melodiosas mas apenas aos ouvidos de poucos, de bem poucos.
O consolo de tudo isso, deste “o sonho acabou”, fica por conta de quem sonha com o fim de tudo isso que na verdade tornou-se um pesadelo. Há quem pense este momento angatubense como algo dantesco, imaginando ser a atual fase a passagem pelo inferno mas já com o vislumbre das luzes do paraíso logo ali em frente. Por outro lado, quem apostou tudo no “você em primeiro lugar”, neste momento, o sonho acabou no sentido de que tudo isso transformou-se no inesperado, nas desilusões, nas decepções e num futuro sem grandes perspectivas, afinal de contas, em primeiro lugar ficaram mesmo quem, no sistema, comprou fazendas, imóveis, veículos caros, postos de combustível e sabe se lá o que mais.
Editorial do Jornal de Angatuba
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