maio 17, 2014 Air Antunes Artigos 1
MARCOS COIMBRA
À medida que o tempo passa, mais claro fica o quadro: nenhum dos possíveis adversários de Dilma Rousseff na eleição deste ano demonstra ter fôlego para vencê-la. Não é impossível que algum venha a encontrá-lo, mas o certo é que, até agora, ninguém conseguiu.
A afirmação pode soar estranha a quem presenciou a celebração de nossa “grande imprensa” nos últimos dias, a propósito da divulgação de pesquisas de institutos como MDA, Datafolha e Sensus. Em manchetes às vezes garrafais, a mídia corporativa as apresentou como reveladoras de um quadro novo, desfavorável à presidenta e propício às oposições.
Foram pesquisas a respeito de intenções de voto e avaliação do governo federal. E todas mostraram uma queda na popularidade da presidenta e do governo, acompanhada de uma redução quase idêntica na proporção daqueles que dizem pretender votar em Dilma.
Até aí, tudo natural. Se alguém está insatisfeito com o desempenho do governo, se está convencido de que as coisas não vão bem em Brasília, é lógico não desejar a continuidade. O passo seguinte é igualmente lógico: não querer votar em quem a representa.
Eleições são, no entanto, semelhantes àquilo que os economistas chamam jogo de “soma zero”, o que um jogador perde é igual ao que o outro ganha. Neles, é impossível todos lucrarem ou terem prejuízo ao mesmo tempo. Na divisão de um bolo, por exemplo, se alguém aumenta o tamanho de seu pedaço, a parte restante aos outros fica menor. Os votos que um candidato não consegue obter (ou deixa de ter) são repartidos pelos demais.
Desse modo, era de esperar que a queda de Dilma beneficiasse algum ou vários de seus adversários. Mas não foi o que as pesquisas mostraram.
Note-se: esses levantamentos foram feitos logo após o ciclo de propaganda partidária dos oponentes de Dilma. Como sabemos à luz do ocorrido em eleições anteriores, pesquisas feitas nesses momentos costumam provocar “picos” nas intenções de voto, que tendem a desaparecer com o transcurso do tempo.
Primeiro foi a vez de Eduardo Campos, que, no fim de março, usou as inserções e o programa do PSB para se promover. Depois, Aécio Neves, em meados de abril, fez o mesmo com o tempo do PSDB. Até o Pastor Everaldo, na segunda quinzena de abril, utilizou o estratagema de dizer que fazia propaganda de seu partido, o PSC, para praticar, de fato, proselitismo a favor de sua candidatura (o que a legislação proíbe, mas ninguém respeita).
Quando se consideram o contexto em que as pesquisas foram realizadas e a queda apontada de Dilma, deveríamos ter resultados favoráveis aos adversários da presidenta. Pelo que vimos no passado, a expectativa, na verdade, é que fossem muito favoráveis.
Contudo, só o tucano cresceu e em patamar modesto. O pernambucano e o pastor ficaram fundamentalmente iguais, movendo-se dentro da margem de erro. As oposições melhoraram pouco, menos do que deveriam e menos do que precisam para alcançar a candidata do PT.
A esta altura da eleição, os problemas que atingem a imagem da presidenta, do governo e do PT afetam a candidatura, mas pouco benefício trazem às oposições, apesar da ininterrupta campanha de desconstrução movida pela mídia oposicionista. O saldo? Dilma cai (apesar de menos do que seus inimigos gostariam) e ninguém sobe (de maneira significativa).
É sempre bom lembrar que, com números de popularidade e intenção de voto semelhantes aos de Dilma hoje, Fernando Henrique Cardoso reelegeu-se no primeiro turno em 1998. Em junho daquele ano, estava empatado com Lula. Na urna, o ultrapassou com folga. E era Lula e não algum candidato pouco conhecido e com imagem problemática.
Vamos fazer neste outubro uma eleição diferente. Não será de pura continuidade, como aquelas de 1994, 1998, 2006 e 2010. Não será tampouco de pura mudança, como as de 1989 e 2002. O eleitorado busca agora uma boa mistura entre as duas possibilidades.
Os adversários de Dilma, empurrados para a radicalização pró-mudança pela fúria do oposicionismo de uma parte da sociedade, do empresariado e da mídia, agradam apenas a quem detesta o lulopetismo. Afastam-se, porém, daqueles que desejam que diversas coisas mudem no País, mas têm certeza de que há muito que deve continuar. E permanecem a léguas da ampla parcela que prefere a continuidade.
Marcos Coimbra. Sociólogo, é presidente do Instituto Vox Populi e também colunista do Correio Braziliense
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“O CASO DO MENINO BERNARDO. Portanto, Senhores e Senhoras, os mais antenados já perceberam que tudo faz parte do conjunto da obra, desde a origem e genéticas envolvidas até os dias atuais, considerando que somos ainda um caldeirão racial em ebulição em busca de um produto final a ser batizado de raça brasileira, que, permita Deus, seja o “Novo Homem” ( de paz, amor, perdão, conciliação, união e mobilização pela Mega-Solução), que o mundo precisa, em que pese a máxima segundo a qual, no mundo, “quanto mais se reza e ora mais assombrações aparecem”. Movido pela curiosidade nata, de neto do encontro de diversas raças (espanhol, calabrez, quiçá judeu, português, afro, índio e cia), não é de hoje que me dedico à observação do bailão racial existencial e o que mais me assusta é o fato de eu talvez ter razão quanto à possíbilidade de termos chegado ao desenvolvimento de um tipo dominante capaz de mudar a consistência de todo o rebanho e que, a meu ver, é o pior tipo possível, tal seja o psicopata apaixonado por dinheiro e poder e que faz de tudo e qualquer coisa para conseguí-los, tipo esse que, infelizmente, tenho detectado em todas as classes e segmentos sociais ( não sei se já perceberam, mas devo ter pronunciado esse infeliz achado mais de mil vezes na rede, tentando chamar a atenção à gravidade da problemática social, e se me ouvem não estão dando a mínima ao problema, ao que parece, não obstante centenas e milhares de vidas já interrompidas). E é isso que me apavora e que, face ao adiantado da hora, me leva a forçar a barra no sentido de reinventarmos o Brasil, provocando um grande impacto capaz de redirecionar tudo isso, não por mim, posto que já me considero em estágio de hora extra sobre a terra, mas pelas novas gerações de inocentes que já estão por aí, pagando o pato, como me parece ” o caso do menino Bernardo”, e das futuras gerações que não têm culpa nenhuma do enorme hospício que está formado há muito tempo, que nos está sendo legado, que estamos legando às gerações vindouras, e que ninguém entre os principais responsáveis pelo velho nosocômio se encoraja a demolí-lo e reconstruí-lo, para que tenhamos pelo menos alguma chance de mudar o curso da nau à deriva, não obstante os até excessivos sinais sociais diários. E depois ainda vem o maluco do froes e diz que o louco sou eu. Talvez até seja eu mesmo por ousar tentar mudar o Mega-Hospício, mas não devo ser o único.”