No âmbito nacional da política os partidos são protagonistas de méritos, tanto quanto os são de lambanças. Num momento um ou outro partido xis frustra estatuto, sua ideologia, ao praticar atos questionáveis; outro não deixa por menos e comete as mais absurdas arbitrariedades contra a Constituição, contra o povo, enfim, eles, na abrangência nacional são desafetos entre si. Às vezes, atendendo a conveniências até compõem com velhos inimigos. Contudo, a natureza do convívio, ou da hostilidade, em nível de nação, nem sempre se compatibiliza com as peculariedades próprias dos partidos nos municípios.
Quando se vê formadores de opinião, fanáticos alienados e os ideologicamente corretos sugerindo não votar, de forma alguma, num partido no nível municipal, em função do que acontece no nacional, isso sob a velha prática decorrente, não tem muito sentido. No Brasil, o militante político do município, com exceção do ideologicamente correto, se filia em partido atendendo às conveniências locais, ou porque aquele partido num determinado momento representou o anseio do povo, era historicamente convidativo em especial na sua cidade, ou por causa da afinidade com a militância municipal ou regional. Para este militante estar num ou noutro partido, isso não o diminui no aspecto seriedade e na convicção de suas boas intenções. É lógico que, coincidentemente, pode ocorrer que o tirano local nada difere da tirania representada pelo seu partido nacionalmente,
A grande maioria dos partidos brasileiros, atualmente, são mais uma frente partidária do que propriamente partidos estigmatizados sob uma ideologia. Enquanto uns atendem a critérios específicos para formar os seus quadros outros optam em atender aos apelos do mercado, e, assim, inclui nas suas fileiras a pura nata que prioriza mais uma elite, mais os interesses dos grandes complexos empresariais, do que do cidadão comum que, por sua vez, também é um contribuinte. Além disso, partidos políticos, no nível nacional, podem seguir um raciocínio que nada tem a ver com o que pensa seu militante lá na pequena cidade do interior. Quase sempre, muitos se filiam num partido ou noutro apenas porque aquela sigla apareceu primeiro, mas isso nada vai interferir nos seus ideais de trabalho com seriedade e respeito.
Até haveria sentido a sugestão de votar ou não num partido, no município, com reflexos de cima, caso houvesse uma verticalização generalizada do âmbito nacional ao municipal. Mas não tem. Os municípios protagonizam os mais curiosos vínculos, alguns impensáveis nos níveis federal ou estadual. É natural que as lideranças dos partidos, nas executivas nacionais, até intervenham quando sabe que lá num município uma relação de seu partido é altamente comprometedora ao fator ideológico. Porém, quando isso ocorre a culpa é menos das relações das militâncias domésticas do que do desrespeito ao programa partidário imposto pelas lideranças nacionais.
No nível municipal, às vezes ocorre que um líder é um extrema-direita enquanto que seu partido é de esquerda, mas isso é algo que aos poucos se corrige, enquanto que no sentido contrário nem sempre existe o conflito. O principal mesmo, é que o prefeito, seja de qual partido for, faça bom uso dos recursos recebidos da União e do Estado , que seja honesto nas suas aplicações, que faça o povo ser único beneficiado. Verbas existem, Angatuba, por exemplo, recebeu cerca de R$ 27 milhões do governo federal, em 2015, e de mais ou menos R$ 22 milhões no mesmo periodo, do Estado.
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Conveniência e outras situações levam pessoas a se filiarem a partidos, no interior do país, sem se quer saberem fazerem um discurso, com discernimento e propositura de ações políticas. Puxadores de votos, ou simples interesse numa boquinha. Enfim, numa época, em que muitos estão se declarando apolíticos ou, como tantos, que dizem que não se interessam pela política; então o que vai sobrar eu não sei. Afinal, todos são sábios e honestos. E botam sempre a culpa nos outros, pelos problemas que lhe afligem.