Geração após geração os angatubenses sabem que as sessões ordinárias da câmara municipal são realizadas às segundas-feiras, às 19 horas. Mesmo que haja pouco ou nenhum público, essa agenda semanal é de conhecimento de todos mas, como tem ocorrido nos últimos tempos no município, inúmeros hábitos mudaram, inclusive o horários das sessões ordinárias que agora passaram a ter início às 18h30 com detalhe de que não duram mais de 20 minutos.
Como o inusitável passou a ser hábito na política local a câmara não se portou diferente ao adiantar em 45 minutos o horário de suas meteóricas sessões, justificando para isso a adequação da necessidade de dois vereadores seguirem para estudar em Itapetininga. Os vereadores Akamilton Gomes de Almeida (PR) e Vanusa de Oliveira (DEM) precisam rumar para suas faculdades às 18h30.
Como seus pais, avôs e bisavôs, em outros tempos, recentemente alguns munícipes chegaram à câmara às 19 horas para acompanhar a sessão, quando para seus espantos encontraram a casa de leis às escuras, primeiro porque houve a mudança e segunda porque antes de alguém pronunciar uma palavra como “Pin-da-mo-nhan-ga-ba” a sessão acabou, ou seja mal da para o cidadão se acomodar em sua cadeira. Um bom negócio para os vereadores que ganham mais de R$ 4 mil por mês e ainda dá tempo para chegarem em casa para a novela das 19 horas, horário em que os dois edís estudantes estão cruzando as portas de suas salas de aulas em Itapetininga.
O negócio não é bom mesmo para o bolso do contribuinte que paga cerca de R$ 500 mil por ano, no mínimo, para pagar vereadores, cujos, como representantes do povo, têm sido tão eficientes quanto a contribuição do conflito da Ucrânia para o progresso de Angatuba. Não deve se esquecer que os gastos com a edilidade não param no pagamento dos veredeadores. Por outro lado, deve ser lembrado que a decisão tomada décadas atrás em marcar para às 19 horas deve-se ao fato de adequar melhor horário para a população assistir as sessões ordinárias. 
Quanto ao horário das 18h15, outro detalhe, como deverá ocorrer quando houver algo polêmico a ser debatido e para isso demandar mais tempo do que parcos 20 minutos ? A câmara irá debater nas insossas sessões extraordinárias ou a decisão será tomada pelo prefeito, o chefe do legislativo, ou melhor, do executivo?
happy wheels
é isso Claudemir, a gente era feliz e não sabia. Antes tivemos câmara com o professor Izaias Leite, o professor César, o professor Nego, já tivemos o professor Bruno Pucci, se a gente for lembrar aqui, de vereadores de todos os tempos lá atrás, vamos morrer de raiva e de nojo do que virou a câmara hoje, um lixo, um bando de pau mandado do prefeito, não dá nem mais pra chamar de câmara.
Deus do Céu, que saudade daquela Câmara da legislatura 1996/2000, eramos felizes e não sabíamos. Com aqueles debates acalorados, férteis, donde brotavam excelentes proposituras, projetos, vetos, enfim uma produção legislativa fantástica, jamais vista em toda a história de Angatuba, onde uma minoria de 4 vereadores, p. ex., peitava de cabeça erguida a maioria de 9 vereadores, lutando o bom combate em prol do bem comum do povo angatubense. A Câmara lotava, o público comparecia, tinha orgulho de ser representado por vereadores combativos, idealistas, que não tinham receio nenhum de bater de frente contra coisas erradas, mulhres e homens do quilate, p. ex., de Ana Santi, João da Mala, Carlo Facão, Dr. Leão, entre outros, face aos quais os munícipes lotavam a Casa. No horário pouco antes do início das sessões via-se nas ruas de Angatuba aquele monte de gente, alvoroçada, correndo para a Câmara, daí vc tentava parar um ou outro para conversar nas ruas, e eles apressados falavam: “não, agora não posso conversar, estou indo na Câmara, vai começar a Sessão, não posso perder o que o Dr. Leão e demais vereadores, vão debater lá hoje, o Bicho vai pegar”. Que época e que Câmara legal que foi aquela. Será que um dia ainda teremos outra igual àquela , ou pelo menos parecida ? Juro que vi, na legislatura de 96/2000, na Câmara de Angatuba, a apresentação, discussão e votação, de uma emenda inédita em todo o Brasil, de autoria do Dr. Leão reduzindo os subsídios dos vereadores para um salário mínimo, senti muito orgulho daquele gesto desprendido, contra o Projeto de Resolução da Mesa Diretora da Câmara que pretendia aumentar os subsítidos então de R$ 900,00 para cerca de R$ 1.200,00. Foi um verdadeiro Deus nos acuda, com o Dr. Leão rugindo firme e forte a favor da razoabilidade e moralização dos subsídios da vereança de Angatuba para todo o Brasil. Mas, infelzmente, ninguém ajudou o Dr. Leão, os subsídios foram aumentados. E hoje, pasmem, os subsídios estão fixados em cerca de R$ 4.500,00, e ninguém fala nada, não dão sequer um pio. Coitado do Dr. Leão, exigiam tudo dele, até santidade, e dos outros, depois dele, nunca exigiram nada, nem vergonha na cara.
Não sei o que é pior: se a falta de comprometimento dos nossos representantes da casa de leis ou pelo fato do povo (eu me incluo) não poder mais comparecer às sessões… Como profissional liberal que luta diariamente para conquistar seu sagrado pão (inclusive adentrando a madrugada às vezes) não posso me dar o luxo de encerrar meu expediente antes pois o tempo nem sempre esta a nosso favor! Um outro ponto que me incomoda é a passividade coletiva, não consigo entender o motivo de nós cidadãos aceitarmos tão calmamente tudo isso! Não estou criticando o ato louvável dos vereadores que estudam em outro município, isso nunca! Pois o conhecimento é libertação! Se o problema é horário, então que se realizem tais sessões aos sábados! De preferência a tarde! A casa de leis é importante ferramenta Constitucional (segundo Montesquieu – Em “o espírito das leis”) que garante o equilíbrio tripartite. Espero que os nobres Edis analisem melhor o que fizeram e adaptem às sessões em um horário mais acessível a todos!
Na condição de um comentarista e não do editor do blog, quero deixar claro aqui que nesta história toda deve ser enaltecido o fato de dois vereadores terem voltado a estudar, aprender mais sempre é bom. A matéria restringe mesmo é a situação que propiciou a mudança do horário das sessões ordinárias, afinal de contas da forma que foi feito dá-se a impressão que ser vereador é um “bico”!
PIADA NE?
2016 TA AI.
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