jul 11, 2014 Air Antunes Artigos 0
A Copa do Mundo no Brasil já se configurou como a melhor realizada e surpreendeu o mundo revelando um país muito melhor do que o estrangeiro vislumbrava até então. Além do aspecto estrutural com uma organização perfeita e da nova cara que o Brasil mostrou ao mundo de que o país não é um “coitadinho”, de que oferece serviços iguais ou até melhor do que países ditos do primeiro mundo, revelou-se também que é turisticamente viável. Outros povos viram que o Brasil não se resume a Rio de Janeiro, São Paulo, e Amazônia. Apesar de tudo praticamente ter transcorrido maravilhosamente bem, eis que surge o vexame nacional dentro das quatro linhas com a seleção brasileira. Ressaltemos que os defeitos inseridos no título deste artigo diz respeito exclusivamente ao futebol brasileiro.
Um vexame nacional! Não dá para caracterizar de outra forma a derrota brasileira, de goleada, para a Alemanha. Aquele placar de 7 a 1 não vale justificativa alguma que não seja o fraco desempenho da organização do futebol do Brasil e de sua incapacidade de ser frio nos momentos decisivos. Dizer que deu um “apagão” naquele jogo é desculpa que não pode ser aceita em hipótese alguma, o Brasil não é a Bosnia, que estreou em Copas em 2014, mas uma seleção que ganhou 5 mundiais, que é pentacampeã do mundo.
E então por que o Brasil foi fraco, e não teve equilibrio emocional para ao menos tornar aquele jogo algo muito difícil para o adversário e que se perdesse fosse de forma digna? No futebol , como em outros esportes, ou se ganha ou se perde, lembrando que naquela fase o empate não contava. A fraqueza, a identificamos no momento em que a principal entidade do futebol brasileiro, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não consegue elaborar calendário eficiente no país, não consegue tornar as competições nacionais mais atrativas e assim os times, mesmo os chamados grandes, não conseguem manter seus elencos; quando revela um craque não consegue segurá-lo e a revelação vai embora para o futebol europeu. Assim, um times grande às vezes num ano é o campeão e no outro está lutando para não cair para a segunda divisão.
O futebol europeu hoje está muito melhor justamente porque consegue manter o que era feito no Brasil em décadas passadas, quando times como Santos, Palmeiras, Botafogo, São Paulo, Corinthians, etc., conseguiam manter um elenco por vários anos seguidos. Em quantos times Pelé jogou no Brasil, e Tostão, e Rivelino, Ademir da Guia, Garrincha? Hoje qualquer jogador de 21 anos já é um cigano no futebol e não demora está indo para a Europa, Oriente Médio, Japão.
Por conta dos times brasileiros de outras épocas terem conseguido manter seus elencos não era difícil montar a seleção. Um selecionado de primeira só se sconsegue quando é formado com base num time do país, como ocorreu no Brasil na conquista de seus três primeiros títulos mundiais, como ocorre agora com a Alemanha que tem como base o Bayer de Munique. É lógico que se um país não consegue formar um selecionado com base em um time então que ao longo das preparações convoque os mesmos jogadores, que mude um nome ou outro, como ocorre com a Argentina e com a Holanda. O que não pode é ocorrer como se prepara a seleção brasieira, que sai “catando” jogadores espalhados pelo mundo e que muitas vezes só estão bons lá por causa da boa estrutura dos times em que jogam. É necessário repensar o futebol brasileiro desde suas competições nacionais até a formação da seleção.
Fora os erros dentro das quatro linhas, o fator mais triste provocado pela goleada foi a sequela popular, o balde de água fria sobre o povo brasileiro que estava feliz, que enfeitou suas casas, que hasteou a bandeira de seus país. O povo sentiu-se profundamente ferido, sentiu-se como se sua entidade de brasileiro estivesse sido perdida, como se sua pátria tivesse perdido a soberania. Que esta lição jamais se repita e que jamais seja esquecida.
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