out 25, 2014 Air Antunes Politica 3
LEVY LISBOA NETO
A instituição suporte do capitalismo, a imprensa, possui no Brasil vício de origem: o vínculo inato com os valores do estamento burocrático-patrimonialista – uma comunidade fechada que atua em defesa de seus privilégios, a partir da consolidação de um Estado politicamente autoritário e socialmente excludente. Isto é, a imprensa nunca foi ingênua, sempre atuou como instrumento político de relevo nos embates socioideológicos ao repercutir interesses conservadores e interferir nos confrontos que pautam a disputa política, principalmente àqueles ligados à estrutura do Estado brasileiro. Ao longo de nossa história, quem ousou mexer na base da estrutura do Estado brasileiro sentiu a força e o poder do estamento burocrático-patrimonialista. O tiro no peito de Getúlio Vargas em 1954, o Golpe Militar de 1964 (a queda de João Goulart), a eleição manipulada de Fernando Collor em 1989, a condescendência e complacência com a corrupção e a privataria (a entrega do patrimônio do povo a meia dúzia de saqueadores da Nação) dos Governos Fernando Henrique Cardoso (I e II) e a raiva e o ódio com o qual tratam o ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora, Dilma Rousseff, são exemplos irrefutáveis do modo com o qual o Estado e seus aparelhos ideológicos imprimem sua força no sentido de perpetuar a estagnação sociopolítica, privilegiando uns (poucos) em detrimento de outros (muitos).
A criação do Correio Braziliense (distribuído no Brasil, mas impresso em Londres) é um exemplo clássico da proximidade congênita da imprensa com bandeiras (os posicionamentos) específicas do establishment político e econômico, que, de certa maneira, sintetizam ou caminham na direção dos valores da comunidade estamental brasileira. Com o passar do tempo, alguns ideólogos liberais tentaram apagar a deformidade de origem reiterando o papel decisivo do quarto poder na organização institucional da democracia, como meio imprescindível de oxigenação societal garantidor da ampliação do espaço público. Em princípio, a imprensa seria o grande instrumento canalizador de um ambiente marcado pela liberdade de opinião, em condições de vocalizar a multiplicidade das demandas e dos interesses da sociedade por meio de um artifício próprio, a capacidade de produzir mecanismos de controle social de natureza consensual – não coercitivos (perspectiva Habermasiana).
Contudo, talvez de maneira oportunista, os ideólogos liberais marginalizaram os imperativos econômicos no desenlace do próprio liberalismo político. O capitalismo aniquila o desabrochar da sociedade civil através da burocratização da vida, promovida pela “autonomização” da esfera estratégica da ordem burguesa, a economia. Seu resultado direto é observado através do estabelecimento (emergência e constituição) de um Estado restrito, que insula seus comandos da vida social afetando a autonomia e a independência do indivíduo (suposto cidadão). (Marilena Chauí em Cultura e Democracia). O capitalismo sobrevive fundamentado na racionalização economicista. Esta é a lógica que prevalece e embasa a vida contemporânea, atingindo sobremaneira a imprensa (e a mídia em geral). Os efeitos da racionalização economicista nocauteiam o discurso liberal propagado nos manuais de redação dos grandes veículos de comunicação do Brasil, os quais defendem, HIPOCRITAMENTE, independência, imparcialidade, objetividade e autonomia.
Como defender tais princípios, se do ponto de vista econômico a notícia, notadamente, tem valor de uso e valor de troca. No mundo burguês, a notícia é mercadoria, é apenas mais um produto a serviço do capital!!! A notícia gera dividendos por meio da audiência (TV) e de manchetes (vendagem de Jornais e Revistas Impressas e on-line), além de promover e defender, implícita ou explicitamente, interesses sociopolíticos específicos. Como relata o jornalista e professor Fábio Silveira em Imprensa e Política: o Caso Belinati: “no jogo do poder, a imprensa repercute interesses econômicos, políticos e ideológicos ao legitimar a ordem estabelecida e o modo de produção, por meio da racionalidade da dominação dos economicamente mais fortes sobre a sociedade”. Trata-se de uma atuação inserida num contexto absolutamente competitivo, em que o darwinismo social dá as cartas de modo absoluto!
Neste caso específico, a imprensa fundamenta suas ações nos axiomas modernos do capitalismo: a necessidade do desenvolvimento econômico sem limites fincada no ideal de produtividade crescente. Porém, sem fazer a lição de casa de forma honesta (beabá reflexivo basilar), como, por exemplo, questionar se o crescimento econômico por si só conduz ao desenvolvimento (qual desenvolvimento), aos moldes do que fazia o economista Celso Furtado. Nessa direção o jornalista e escritor uruguaio, Eduardo Galeano, escreveu em As Veias Abertas da América Latina: “o desenvolvimento desenvolve a desigualdade[…]”! Pois, para Galeano, “A história do subdesenvolvimento da América Latina integra a história do desenvolvimento do capitalismo mundial”. Obviamente a imprensa distancia-se desta leitura, aliás, ela não questiona as formas para superar o subdesenvolvimento, nem suas causas. Quando se presta a este papel, o faz de maneira torta, enviesada. Não à toa, veiculam (servem) o “repasto” reacionário, de preferência, a partir de três canapés favoritos: a questão tributária (pela via do impostômetro), a questão da violência (pela via repressiva) e a questão do crescimento econômico (pela via do desenvolvimento ilimitado, sem limites). Em síntese, como diria Silveira (2004), “não se propõe a explicar e sim seduzir”, levando a farra mistificadora às últimas consequências. Trata-se de uma aliada política do establishment para manter o status quo, atuando como instrumento modelador de consciência com forte impregnação ideológica. É o que Louis Althusser vai denominar de Aparelho Ideológico de Estado (AIE) de caráter privado, o qual funciona através da ideologia, NÃO DA VIOLÊNCIA, como enfatizava Karl Marx em relação aos Aparelhos de Estado!
Nesse sentido, a guerrilha foi para o espaço (perdeu sentido): o que é um fuzil ou uma metralhadora perto de um aparelho de televisão, de um jornal ou uma revista acomodados na sala de estar de cada brasileiro? Quem coopta as mentes de nosso povo? A mídia, pela via da imprensa. Trata-se de um caminho único, que não dá sequer direito ao contraditório. Dessa forma, “a produção de notícias trata os fatos como mitos, evita uma leitura crítica sobre a realidade e busca silenciar os grupos não conformistas”, dispara Fabio Silveira (2004). O professor e jornalista vai mais adiante: “O caso da construção da hegemonia neoliberal, enfatizada pelo professor Bernardo Kucinski é emblemático: o jornalismo foi decisivo como linha auxiliar na campanha neoliberal do anos 90 pelo desmonte do Estado social-democrata, na sedução dos jovens ao ideal do sucesso pessoal, na disseminação da utopia das classes médias: a de possuir o próprio negócio”.
Definitivamente, exercício dialético honesto, atitude sociofilosófica consistente amparada em abordagens críticas substanciais, não balizam a forma de agir da imprensa. Com isso, a imprensa foge da “verdade”, distancia-se do real. Ela abraça a vida burguesa sem o menor pudor, isto é, com a maior desfaçatez, pois ao mesmo tempo em que se propõe ficar atrelada a uma aura casta, cheia de virtudes, a realidade apresenta uma folha corrida extensa, onde os desvios de conduta evidenciam a demagogia de seu ideário, o qual esconde um propósito maior: servir de instrumento político intrassistêmico em defesa do capitalismo. E no caso brasileiro atua com o agravante de consolidar uma visão de mundo tradicionalista, retrógrada marcada por um histórico de injustiças e preconceitos: um capitalismo peculiar, sui generis, que faz dobradinha política com o estamento burocrático.
É capitalismo incompleto, a moldar-se conforme condições específicas; é capitalismo quando não interfere nem altera os interesses do estamento-burocrático, do contrário, em última instância, prefere até perder o lucro do que o poder sobre a nação.
Se se permitisse uma gota de decência e verdade, a imprensa, no caso da abordagem a questão da corrupção, teria obrigação moral de contextualizar o assunto a partir de uma explicação sobre o processo de formação da estrutura sociopolítica do país perpassada por três indagações basilares: se o corrupto existe em função de um corruptor, quem seria o corruptor? Qual a força desviante que leva o probo a tornar-se meliante? Quem é o maior corruptor do país desde a época Colonial ou, em outros termos, como se processou a relação público/privado na constituição do Estado e como essa relação repercute, por exemplo, na elaboração e efetivação do Direito Penal brasileiro? A partir desse contexto, nós, no Brasil, já sabemos, mesmo antes de as crianças nascerem, quem serão as consideradas limpinhas e quem serão as sujinhas, a ralé.
Por isso, não nos enganemos, a imprensa e a mídia em geral são acríticas e seguem, propositalmente, uma linha editorial promotora de descontextualizações. Nesta linha, naturalmente, o leitor, o ouvinte e o telespectador sempre ficarão reféns de notícias e reportagens (ou reporcagens) veiculadas pelos grandes meios de comunicação vinculadas ao grande capital, ao sistema financeiro como um todo, uma vez que a bolsa de valores, o câmbio em relação ao dólar, o superávit primário, a arrecadação governamental, o PIB são mais importantes do que qualquer outro assunto relacionado diretamente ao cidadão. O especulador, o “investidor” da bolsa de valores, em suma, os agentes do sistema financeiro têm prevalência sobre os “homens comuns”. Mais que isso, nesta lógica, as commodities têm vida própria: é o que Karl Marx chama de fetiche da mercadoria. A condição humana não é levada em conta, pois a relação mercantil se dá entre coisas e não entre pessoas. Com isso, as coisas passam a ser o sujeito da relação social e os Homens objeto. Isto é, há uma inversão na relação sujeito/objeto. O sujeito passa a ser objeto e este, por sua vez, sujeito. Trata-se de um processo contínuo e devastador que traduz a decadência humana nos dias correntes, pois se um dia fomos considerados cidadãos, à posteriori, a partir da mercantilização, passamos a indivíduos e, agora, não somos cidadãos nem indivíduos, apenas números diante da financeirização do mundo, ou melhor, um simples e mísero dado estatístico que diz o quanto consumimos neste universo de bolsa de valores. O que importa mesmo são as commodities! Assim fica fácil perceber a onipresença de Wall Street em todos os recantos deste planeta.
Portanto, não tenhamos dúvida, o ponto inconteste da imprensa se dá na relação com a política. Imprensa é política, no sentido de ter pretensões (individuais ou coletivas) de exercer o domínio. Instalada numa posição privilegiada da democracia liberal, a imprensa opera e intervém nos choques entre as posições intersubjetivas que norteiam a construção de identidades na arena da realização ideológica da sociedade, a política (Almeida Filho & Barros). Nas contendas políticas, a imprensa tem lado e faz valer sua força de modo a cristalizar seus interesses e suas opções. A revista VEJA e a TV Globo, nada mais são do que o lado obscuro desse cenário, em que os posicionamentos aparecem radicalizados em razão de algum desconforto (perda de espaço ou a busca de caminhos alternativos) à sua visão de mundo. Veja e Globo estrilam porque a estrutura do Estado brasileiro está sofrendo algum processo mudancista, transformador (mesmo tímido).
O reordenamento societário, a partir da incorporação de setores marginalizados à dinâmica dos processos decisórios político e econômico, verificada nos últimos anos, talvez seja o motivo que leve VEJA, Globo e congêneres a desferirem a cantilena moralista numa provável medida de sobrevivência última. O descontrole visto através da aversão à proposta do Governo Dilma Rousseff (PT) em criar o Programa Nacional de Participação Social (PNPS), por meio de decreto constitucional, é sintomático. Ressaltemos: esta foi a grande resposta e contribuição do Governo Federal às manifestações populares de junho de 2013, já que os partidos e o Congresso Nacional impediram qualquer mudança efetiva pela via direta do legislativo, mesmo àquelas mais paliativas como a introdução do plebiscito e referendo como meios de consulta popular para alterar as regras do sistema político.
Com isso, notamos a febre ética de VEJA, Globo e Cia de forma demagógica, promovida como meio (caminho) de inverter a lógica real dos fatos. Pela lógica deles os verdadeiros contraventores (saqueadores) da nação são aqueles que combatem os efeitos nocivos da exclusão social e buscam ampliar as formas de participação do cidadão na política e economia. VEJA, Globo e Cia como representantes do estamento político, enquanto imprensa, notam a perda, mesmo milimétrica, das rédeas do processo histórico para segmentos populares. Conforme atestam algumas pesquisas de opinião, a população começa a perceber que a imprensa – os grandes veículos de comunicação – possui interesses escusos, veiculados através de reportagens e notícias repletas de mensagens subliminares. Obviamente, a escolha de pautas e manchetes sensacionalistas segue absorvida pela lógica do capital, no caso brasileiro tal lógica opera adequada a singularidade do contexto estamental.
A “tática” é requentada de idos nem tão distantes, vide a famosa marcha pela família de 1964, que redundou na queda de Goulart e na ascensão dos militares. Ao que parece, fundada em preceitos Lacerdistas de fundo Macartista, a grande imprensa e seus barões querem sangue! Só não desconfiam que 1964 não é 2014. O contexto, a conjuntura é outra.
Nessa altura do texto, algum leitor (incauto e de boa fé) poderia se perguntar, mas não seria útil (vantajoso) ao capitalismo expansionista – e a própria imprensa – a incorporação das massas à sociedade de consumo, tal qual ocorreu nos últimos anos? Óbvio que sim, desde que não provoque qualquer ruptura, mesmo minúscula, no encadeamento organizacional do modo de produção nem, muito menos, na estrutura do Estado brasileiro. De cara, amparado em Florestan Fernandes (1976), poderia dizer sem o menor prurido: são nossas raízes de fundo ibérico-aristocrata interferindo no desenlace burguês do início do século XXI no Brasil. Nesta linha, ao interpretar o livro A Revolução Burguesa no Brasil de Florestan Fernandes (1976), o professor Ronaldo Baltar esclarece: “A tradição patrimonialista bloqueia a vocação modernizante da burguesia”. De forma vulgar é como se a empregada doméstica que, AGORA, consegue pagar a passagem de avião também deixasse de ser submissa aos abusos dos patrões em relação a seus direitos trabalhistas. Essa gente, mesmo com sofreguidão, deixou de ser INVISÍVEL, através de uma melhora das condições econômicas ou mesmo de uma maior participação política. Para o estamento isto é um acinte, uma provocação imperdoável!!!
Nesse contexto, VEJA e GLOBO advogam por um capitalismo ultraseletivo, ultracheiroso, ultraexcludente, ultrapreconceituoso, uma espécie de eugenia socioeconômica, cujo fundamento, em primeira instância, está em ditar valores e manter a rédea estreita do processo social: “o estamento burocrático, fundado no sistema patrimonial do capitalismo politicamente orientado, adquiriu o conteúdo aristocrático, da nobreza da toga e do título.
A pressão da ideologia liberal e democrática não quebrou, nem diluiu, nem desfez o patronato político sobre a nação, impenetrável ao poder majoritário, mesmo na transação aristocrático-plebeia do elitismo moderno. […] O poder – a soberania nominalmente popular – tem donos, que não emanam da nação, da sociedade, da plebe ignara e pobre”. Continuando nas palavras de Faoro: “o abraço lusitano produziu um social enormity, segundo a qual velhos quadros e instituições anacrônicas frustram o florescimento do mundo virgem. Deitou-se remendo de pano novo em vestido velho, vinho novo em odres velhos, sem que o vestido se rompesse nem o odre rebentasse.
O fermento contido, a rasgadura evitada gerou uma civilização marcada pela veleidade, a fada que presidiu ao nascimento de certa personagem de Machado de Assis, claridade opaca, luz coada por um vidro fosco, figura vaga e transparente, trajada de névoas, toucada de reflexos, sem contornos, sombra que ambula entre as sombras, ser e não ser, ir e não ir, a indefinição das formas e da vontade criadora. Cobrindo-a, sobre o esqueleto de ar, a túnica rígida do passado inexaurível, pesado, sufocante”.
Enfim, no caso específico de VEJA, do ponto de vista legal, se ficarmos estacionados apenas na relação que esta mantinha com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, poderíamos dizer que a mesma só dever ser explicada pela polícia. Já que, como indicam as mais de 200 gravações da Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira e seu fiel escudeiro, Dadá, eram as principais fontes do diretor da Sucursal da Revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior.
Conforme evidenciam as gravações, a trupe fabricava, ardilosamente, as melhores notícias da semana (para informar condignamente seus leitores “curtos”), abastecidos em dois princípios republicanos elevados, que traduzem o valor da liberdade de expressão para a mídia estamental: reverenciar a figura sacrossanta de Demóstenes Torres (ex-senador pelo estado de Goiás) e pichar o picareta Luiz Inácio Lula da Silva, como forma de mostrar um país limpinho, honesto, decente, probo. (O Tijolaço).
Ironia à parte, o jornalista Fernando Brito arremata: “Carlos Cachoeira não forneceu uma ou duas informações à Veja. Teve, sim, uma longa convivência que, em termos biológicos, teria o nome de mutualismo: uma interação entre duas espécies que se beneficiam reciprocamente. Cachoeira usava Veja como instrumento de seu esquema de coação, chantagem e propinagem. Veja usava Cachoeira como fonte de combustível para a fornalha de seu ódio político contra governos de esquerda, Lula e Dilma”. Esta interpretação dos fatos faz com que o jornalista dispare um recado aos promotores de plantão e à polícia: “não existe “sigilo de fonte” na decisão interna de um órgão de imprensa em manter uma longa e sistemática relação com um bandido”.
Entre tantas aberrações, antes do primeiro turno das eleições de 2014, VEJA fabricou mais uma pérola, do tipo: P. R. Costa disse, que A. Yusseff disse, que A. Polocci teria pedido dinheiro para a campanha de 2010, mas não tem certeza. É um diz que me disse inacreditável, o ponto mais elevado do jornalismo de INSINUAÇÃO. Resultado: condenada pelo TSE a dar direito de resposta ao PT tanto na Capa quanto nas páginas internas, não apenas por esta ilação, mas por dezenas delas. A expectativa é de que virão mais direitos de resposta, se o ministro do STF, Gilmar Mendes, assim o deixar.
Com isso, VEJA e Globo fazem Fofoca eleitoral rasa de conteúdo e cheia de ódio com o intuito de estimular o protofascismo no Brasil e afastar o PT da vida pública. Alô, alô, Plim, Plim, como diz Paulo Henrique Amorim: Globo mostra o DARF!!!
Não obstante, diante da própria desgraça ainda conseguem se passar por vítimas, já que no país de corruptos, índios, prostitutas, pretos, vagabundos, ignorantes e congêneres, eles seriam uma os “donos” da autoridade moral (os paladinos da moralidade) capaz de ditar valores e representar os bons costumes. “Esta inversão de valores colossal é orquestrada para manter a subserviência colonial mais sem-vergonha, numa tentativa de transformá-la em heroísmo de modernos empreendedores”, esclarece o jornalista e professor José Arbex Jr da PUC-SP.
Em algum momento, quiçá um dia, depois de muita luta, quando os interesses sociais genuinamente autóctones conseguirem se sobrepor à estratificação patrimonialista-aristocrata importada de Portugal, cravada singularmente na formação política, social e cultural brasileira, tenderemos a viver perfeitos a um contexto mais autêntico, menos acrítico, hipócrita e colonial, capaz de induzir outro plasmar histórico, como defende o mestre Gilberto Vasconcelos, dotado de uma fenomenologia tropical com a cara do Brasil, qual seja: a educação nacionalista do folclore de Luís da Câmara Cascudo, a estética do audiovisual de Glauber Rocha, a antropofagia de Oswald de Andrade, o trabalhismo de Vargas, Goulart e Brizola, a medicina de Silva Melo, a biomassa de Marcelo Guimarães, a física de Bautista Vidal, a neurociência de Miguel Nicolelis, a antropologia de Darcy Ribeiro, a sociologia dos Gilbertos Freyre e Vasconcellos, a literatura de Lima Barreto, a música de Heitor Villa-Lobos…
Do ponto de vista da imprensa, da realização de um jornalismo de vanguarda, a chama mudancista apta a provocar rupturas paradigmáticas e peitar o estamento da grande mídia, tem endereço e “atende” na forma de atuação consciente de blogueiros e jornalistas da estirpe de Paulo Henrique Amorim (conversaafiada), Luís Nassif (brasilianas.org), Rodrigo Vianna (O escrevinhador), Luís Carlos Azenha (Vi o mundo), Fernando Brito (Tijolaço), Eduardo Guimarães (Cidadania), Miguel do Rosário (Ocafezinho), Altamiro Borges (blogdoMiro) e tantos outros abnegados que batalham em favor da res-publica, uma República de Verdade.
Levy Lisboa Neto: jornalista, pesquisador político e trabalhista. Doutorando em ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em ciências sociais pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
OBS: No sábado, 27/09/2014, o jornalista Ricardo Kotscho descreve em artigo opinativo trecho de uma conversa que teve com o ex-presidenciável e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em 2012. Campos relata a Kotscho as palavras com as quais foi recebido na sede da Editora Abril, em São Paulo, pelo presidente do grupo à época, Roberto Civita: “Você está vendo estas capas aqui? Esta é a única oposição de verdade que ainda existe ao PT no Brasil. O resto é bobagem. Só nós podemos acabar com esta gente e vamos até o fim”. Veja, Globo e Cia, em paralelo ao judiciário, são as instituições anacrônicas que barram o florescimento do mundo novo no Brasil!!!
Sem mais meu povo!!!
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Ei, casão, não sei quem é vc, se e jovem ou não, mas com certesa não viveu no tempo da tucanada ou estava fora do Brasil, como os alimentos sofriam alteração todos os dias, as máquinas de marcação mudavam de preço, para mais, é claro…Neste ano, me parece, neste semestre, as coisas ficaram mais complicadas, mas tenho certeza de que logo tudo entrará no eixo. Engraçado,a oposição está torcendo para que nada dê certo, mas vai dar…
MAS É CLARO QUE NAO ESTARÍAMOS PORQUE, A PETROBRÁS NÃO SERIA MAIS NOSSA, O FHC, TERIA VENDIDO, A TROCO DE BANANA, COMO FEZ COM A VALE DO RIO DOCE E OUTRAS EMPRESAS PÚBLICAS BRASILEIRAS E AINDA BEM QUE O PSDBESTA NÁO FOI VITORIOSO POIS NÃO SABEMOS PARA ONDE IRIA NOSSO DINHEIRO COM A VENDA DE NOSSAS RIQUEZAS…
A VEJA SÓ ESTÁ ALERTANDO OS DESMANDOS E FALCATRUAS DA CORJA DO PT, E MERECE NOSSOS PARABÉNS, SE O POVO TIVESSE OUVIDO ANOS ATRÁS, NÃO ESTARÍAMOS COM A PETROBRÁS, NOSSO MAIOR PATRIMÔNIO INDO A BANCARROTA