maio 02, 2014 Air Antunes Artigos 2
LEVY LISBOA NETO
Na esteira da epistemologia contemporânea, da qual emerge progressiva descoberta do fator histórico e do seu significado teórico dentro da tarefa científica (MINAZZI, 1989), vamos analisar neste texto, muito rapidamente, a questão da teoria social como objeto do conhecimento, mas não sem antes pronunciar o escrito de Inre Lakatos (1989) em The Methodology of Scientific Research Programmes que defende a seguinte compreensão: “a filosofia da ciência sem a história da ciência é vazia; a história da ciência sem a filosofia da ciência é cega”.
Essa adição do fator histórico à epistemologia contemporânea feita por Lakatos, segundo Minazzi (1989), consegue individualizar alguns componentes fundamentais da atual reflexão epistemológica. A perspectiva fornecida pela hipótese de que algumas revoluções científicas ocorrem no âmbito de revoluções culturais mais amplas, enraizadas em rupturas históricas e epistemológicas radicais, pode ser ilustrada pelas transformações desenvolvidas na época do renascimento, assim como na do Iluminismo. O relativismo também serviria de exemplo ao ser considerado resultado de transformações filosóficas, científicas, artísticas, socioculturais e políticas ocorridas na transição do século XIX para o XX (IANNI, 2003).
De acordo com Ianni (2003) “é inegável que Hobbes e Locke são herdeiros da renascença, assim como Marx, Tocqueville, Comte e Spencer são herdeiros do Iluminismo, da mesma forma que Einstein e Freud situam-se no clima do relativismo […]. Esta perspectiva analítico-compreensiva contribui para pensarmos algumas questões que envolvem os dilemas do pensamento científico e da filosofia da ciência, estes postados sobretudo na metodologia, na lógica e na epistemologia, as quais limitam e caracterizam tanto as ciências naturais quanto sociais. Neste aspecto, desde o século XIX, as ciências convivem com inquietações referentes às diversidades metodológicas, lógicas e epistemológicas, as quais repercutem, até certo ponto, sobre o constructo da teoria social, esta marcada pela ausência de consenso quanto à natureza e objetivos, segundo Giddens e Turner.
Esta problemática é acentuada no século XX quando o mundo da cultura e do pensamento polariza-se entre ciências e humanidades. Utilizando-nos da abordagem realizada por Charles Percy Snow em “As duas Culturas e uma Segunda Leitura” temos “num pólo os literatos, no outro os cientistas […]”. (SNOW, 1955). Entre os dois, um abismo de incompreensão mútua – algumas vezes (particularmente entre os jovens) hostilidade e aversão, mas principalmente falta de compreensão , que redundaria em prejuízos na resolução de problemas sociais de países pobres. (IANNI, 2003). Este debate acaba gerando uma controvérsia de amplas proporções sobre estilos de pensamento, os quais não deixam de ser formas de conhecimento com dois tipos de linguagem e duas maneiras de esclarecimento.
Como diria o professor e pesquisador Octávio Ianni: “são modos de apreender, descobrir ou surpreender o dado e o significado, a situação e a configuração, a objetividade e a subjetividade, o modo de ser e a possibilidade, a vivência e a consciência; compreendendo a aparência e a essência, as partes e o todo, o presente e o passado, o singular e o universal”. (IANNI, 2003, p.05). Especificamente, no caso da Teoria Social, levando-se em conta a proposta de Giddens e Turner, foi depois da Segunda Guerra Mundial que uma visão, dentre outras, conquistou aceitação geral influenciada pelo empirismo lógico na filosofia, qual seja: a ciência unificada. Visão marcada por alguns elementos como a desconfiança da metafísica, a preocupação em definir com exatidão o que possa ser o científico, a ênfase na verificabilidade de conceitos e proposições e a simpatia por formas hipotético-dedutivas de construção de teorias.
Essa perspectiva estimulou a tendência a não contemplar a lógica das ciências sociais em si mesmas. Não obstante, percebemos a frequência com que as propostas de adoção da epistemologia das ciências naturais adentraram as ciências sociais. Como exemplo citamos esta passagem descrita por Octávio Ianni em A Polêmica sobre Ciências e Humanidades: “são evidentes as convergências dos conceitos formulados por Adam Smith para a economia política, e por Émile Durkheim para a sociologia, com o conceito de divisão do trabalho com o qual trabalhou o naturalista Charles Darwin. Sim, há um biologismo funcionalista, difuso e subjacente, mas evidente, tanto na economia política de Adam Smith como na sociologia de Durkheim”. (IANNI, 2003, p.15).
Entretanto, nas últimas três décadas ocorreu uma mudança decisiva: apareceu uma nova filosofia da ciência estimulando a proliferação de abordagens no pensamento teórico. Pois é afastada a ideia de que podem existir observações isentas de teoria, enquanto os sistemas de leis dedutíveis entre si já não são entronizados como o ideal supremo da explicação científica. Enfim, há uma proliferação de abordagens no pensamento teórico que dão margem à emergência da Teoria da Prática de Pierre Bourdieu, da Teoria Crítica de Jurgen Habermas, da fenomenologia (Alfred Schutz), da Hermenêutica, da Etnometodologia, da Teoria da Estruturação, do Interacionismo Simbólico nos Estados Unidos, do Estruturalismo ou Pós-Estruturalismo na Europa, as quais contribuem para a rejeição crítica do positivismo lógico como protagonista da teoria social.
Levy Lisboa Neto – Doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). É mestre em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
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Reforma política, ou Revolução ? Você confia Nelles, ou no Leão ? Você decide. “A que ponto chegamos”, é o título do artigo de hoje do ex-Presidente, FHC, pelo Jornal “O Estado de S.Paulo”, no qual FHC faz a sua “mea-culpa”, e chega à conclusão a que já chegou Sarney, Lula, Dilma, Cristovam Buarque, e todas as demais lideranças políticas conscientes deste país, sintonizados com a nova proposta e o novo discurso do HoMeM do Mapa da Mina do bem comum do povo brasileiro, baseada na paz, no amor, no perdão, na conciliação, na união e na mobilização em torno da Mega-Solução (RPL-PNBC-ME), há cerca de vinte anos na longa estrada da vida batendo incansavelmente nessa tecla, o Novo Caminho para o Novo Brasil de Verdade, porque evoluir é preciso. Veja a seguir o desfecho do artigo de FHC e tire as suas próprias conclusões, conforme o seu próprio grau de consciência.
“Mudar o sistema atual é uma responsabilidade coletiva. Repito o que disse, em outra oportunidade, a todos os que exerceram ou exercem a Presidência: por que não assumimos nossas responsabilidades, por mais diversa que tenha sido nossa parcela individual no processo que nos levou a tal situação, e nos propomos a fazer conjuntamente o que nossos partidos, por suas impossibilidades e por seus interesses, não querem fazer: mudar o sistema? Sei que se trata de um grito um tanto ingênuo, pedir grandeza. A visão de curto prazo encolhe o horizonte para o hoje e deixa o amanhã distante. Ainda assim, sem um pouco de quixotismo, nada muda.
Se, de fato, queremos sair do lodaçal que afoga a política e conservar a democracia que tanto custou ao povo conquistar, vamos esperar que uma crise maior destrua a crença em tudo e a mudança seja feita não pelo consenso democrático, mas pela vontade férrea de algum salvador da pátria? “
Por essas e muitas outras, repito, sinto as Ruas e o Destino chamarem, claro, alto e em bom som: “ Leão, Leão, Leão, Revolução, a Mega-Solução”.
Ora essa, se é o melhor que temos a fazer para o bem do povo brasileiro e, quiçá do mundo (se a jurupoca piar aqui piará lá tb), da Democracia e, sobretudo, do sucesso pleno do bem comum, e se todos quisermos, sob a graça e proteção de Deus, exceto este, ninguém mais conseguirá nos segurar. Vem coMMigo, Brasil, simbora para o futuro, rumo ao Novo Brasil de Verdade, porque evoluir é preciso. HMM-RPL-PNBC-ME.
O Mundo gira, a Lusitânia roda, a Ciência evolui, mas, em Banânia o tema da hora é TROCAS DE CANDIDATOS. Pingos nos is. Na vida real, no caso, quem está no mato e sem cachorro é a aposição. Dilma está vencendo de goleada, e no primeiro turno, jogando no ataque ( à moda Marta), com Lula correndo por fora, pelas laterais, ora como técnico ora como jogador. Enquanto Aécio, Campos e CIA, com FHC tb correndo por fora, à moda Lula, continuam levando o maior baile. Tudo isso, no velho campão encharcadão e démodé, nas regras antigas e no campeonato à moda antiga, é claro. Porém, o jogo só ficará difícil para eles, tanto para situação quanto para oposição, se a Mega-Solução conseguir entrar em campo, antes do apito final, na boa ou empurrada pela torcida após perder a paciência, derrubar o alambrado e invadir o gramado, cansada desse jogo horrível, de baixo nível técnico, que termina sempre empatado no zero a zero, em termos de mudanças de verdade: sérias, estruturais e profundas. Ora essa, se a Dilma, com cerca de 40% nas pesquisas, com possibilidade de vitória já no primeiro turno, motiva a troca de jogadores (“volta Lula”), imagine então a situação calamitosa do PSOL com 1% nas pesquisas, quando muito ( Por quê nada falam sobre isso ?). Nome por nome, candidato por candidato, por ora, melhor do que Dilma, com o seu coração de mãe, não existe, mas, se for para mudar candidatos, então tem que mudar todos, especialmente os que não conseguiram decolar e que já demonstram que não conseguirão se levantar de jeito nenhum posto que vazios de quase tudo, até de sentimentos sinceros. Nesse caso, seria uma ótima pedida Lula, pelo PTMDB-agregados (Situação), FHC, pelo PSDEMB-agregados, (Oposição) e HMM (RPL-PNBC-ME), pela Mega-Solução, porque o resto, me desculpem a franqueza, não passará de mais dos mesmos e do velho jogo de perda de tempo versus tempo perdido. Que tal HMM, pela Mega-Solução, versus LULA, pela Situação e FHC pela Oposição ? Projeto Novo e Alternativo de Nação e de Política X continuísmo da mesmice, raso e seco. É esse o Jogo que vale a pena jogarmos. Será que LULA e FHC topam ? Duvido. Enfim, está lançado o desafio. Façam as suas apostas. Tai aquilo que podemos chamar de A Eleição do Terceiro Milênio, no Brasil. Uma Eleição deveras emblemática: a síntese dos 125 anos do modello velho de repúbllica, representada por FHC e LULA, que não quer sair versus modelo novo (PNBC-ME), representado pelo HMM, que pede passagem para entrar. Daí sim veremos, quem é Messi, quem é Cristiano Ronaldo, quem é Neymar, e quem é de fato novidade alvissareira na Política. Os demais ainda estão em idade de crescimento como seres humanos e podem muito bem esperar mais um pouco, caso não sejam excessivamente egoístas e nem paupérrimos de espírito. Pelo amor de Deus, chega de cheiradores de todos os perfumes e bebedores de todas as taças. A Política, enquanto carro-chefe da sociedade, precisa de altivez e galhardia, principalmente frente aos demais poderes. Por quê não perguntam ao Randolfe se ele se dispõe a abrir mão da pré-candidatura em prol do HMM, enquanto encarnação do Projeto Novo e Alternativo de Política e de Nação ?