Cultivo do pêssego, uma das características da fase áurea.
O ex prefeito Emílio Carlos Lisboa cultivou o sonho de tornar o município de Angatuba auto suficiente na produção de hortifrutigranjeiros, além do leite que era produzido na Fazenda Municipal de Angatuba localizada no bairro dos Aleixos, no então distrito Campina do Monte Alegre. A área da fazenda era de terras devolutas, quando então o prefeito iniciou o processo de usucapião para iniciar o projeto de auto suficiência. Conquistou a posse das terras num total de aproximadamente 22 alqueires e iniciou o processo de desenvolvimento da área com aquisição de vacas provindas de Castro, Paraná, o maior centro de produção e qualidade leiteira do país ou até mesmo mundial.
Na época foram construídas casas para gerente e escritórios, galpões, poço artesiano, instalações para caprinocultura, instalações para a produção de leite e pasteurização, aquisição de máquinas agrícolas, posto de monta para equinos, avicultura, viveiro para mudas, plantou todas as frutas possíveis e imagináveis, além de legumes e hortaliças. O milho e o sorgo também foram cultivados para alimentação bovina, com as silagens.
Tratava-se de um projeto futurista e exemplar, cartão postal do município de Angatuba, a beleza do que se produzia era sinônimo de alta produtividade, considerando o arrojo do projeto. Há de se lembrar de que o leite estava preparado para atender as necessidades de crianças anêmicas com deficiência ferropriva, além disto foram adquiridos todos os sistemas para pasteurização e o seu envasamento, além da adequação das dependências e treinamento de pessoal.
Toda a produção era totalmente destinada para as cozinhas pilotos, escolas do município e distritos, Campina do Monte Alegre, Salto, Bom Retiro, vila Volpi, vila Ribeiro, Guarei Velho, Teodoros, o asilo também era beneficiado, bem como a Irmandade Santa Casa de Angatuba, entre outros.
Porém, quando do evento da emancipação de Campina do Monte Alegre, no início dos anos 90, o então prefeito de Campina do Monte Alegre lançou-se em um desafio para conquistar à toda força para que as terras e instalações fossem transferidas para o dominío do novo municipio, sem custo algum, com todas as instalações, máquinas, animais, enfim “de porteiras fechadas”, como diz o ditado popular, ato desastroso. Não houve acordos infelizmente.
Durante este processo, foi visível a deterioração dentro do processo de transição, que iniciou-se no governo do então prefeito Carlos Eduardo Vieira Ribeiro, continuou com José Benedito Ferreira por dois mandatos, Orlando Donizeti Aleixo, e novamente Carlos Eduardo Vieira Ribeiro, mas até agora não houve nenhum projeto de revitalização da fazenda, ao contrário foi destruída, hoje é um depósito de lixo, que agride o meio ambiente e a vizinhança próxima.
Angatubenses e, principalmente os campinenses, avaliam que a fazenda hoje é o maior exemplo de péssima administração e pouco caso com o dinheiro público, como alguém opinou à esta editoria, “tem nome para o mal uso do dinheiro público e de péssimos administradores – chama-se improbidade administrativa- e a dilapidação do patrimônio público está estampada nas dependências da fazenda. Como diz Boris Casoy -isto é uma vergonha…!!!-” Outro afirma, “Estes maus políticos e péssimos administradores poderiam ser afastados do meio político, são despreparados e incompetentes para tratar do interesse público e para que ninguém faça deles exemplos a serem seguidos e errem como o fizeram”.
Sobre o atual estado da fazenda modelo,assim também chamada em outros tempos a Fazenda Municipal de Campina do Monte Alegre o mesmo pode ser averiguado por qualquer pessoa que a conheceu em seu período áureo e mesmo por quem não a conhecia.