Cada ser humano é único, insubstituível,
vive com ele uma forma única de sabedoria!
Cada ser humano possui uma história de vida Única…
Eis algo surpreendente que lhe confere um
valor infinito!
Uma história de vida torna-se interessante, sobretudo, quando estamos felizes! Uma felicidade que
valoriza aqueles que nos rodeiam em presença, em palavras e em verdadeira amizade. E a vida é muito melhor quando os “Outros “estão felizes por causa de nós! Assim sendo, não podemos deixar que a nossa história se esvazie mesmo naqueles momentos em que as nossas forças vierem a esmorecer, que mude de rumo quando da perda de um ente querido, do ser humano que construiu uma história, o tempo da sua história!
Não podemos, também, afastar de nós, da nossa vida, a fragilidade e a finitude. Todo Amor que se quer eterno torna a vida mais longa e infinita!
Por isso gostamos mesmo é de preparar novos começos e sentirmos desajeitados em cuidar de fins, o que nada impede de se narrar o cenário do tempo…de compreender a história protagonizada pelo nosso saudoso amigo Laurentino de Paulo, conhecido como “Lôro”, que aos 82 anos, neste dezembro de2.021, partiu para a eternidade do lugar que ocupou na sua amada Angatuba!
Um ser humano que construiu uma trajetória de vida pessoal e coletiva, afinada com os princípios éticos, morais, cristãos…que regiam sua origem familiar simples, humilde, modesta.
Ser pessoa simples é o que o tornou grande!
– Um grande homem!
Ainda muito jovem, enfrentou os tempos mais difíceis da sua vida, crescendo e tornando-se forte na labuta e foram deles que Lôro pode mais orgulhar-se de si mesmo.
Não sucumbiu diante dos tropeços, do cansaço; não desistiu diante da luta, seguiu confiante a sua jornada.
-Grande esposo!
Lôro, como rapaz sentimental e romântico, sensível à afetividade, buscou encontrar na jovem Therezinha Borges um afeto duradouro. Sua amada, natural de São Miguel Arcanjo, após uma curta estada em Sorocaba, fixou- se em Angatuba, onde exerceu a função de Técnica de Enfermagem na Santa casa local.
Em outubro de 1969 ocorreu o enlace matrimonial, onde Lôro e Therezinha Borges Paulo juraram eternizar a abençoada união conjugal. Junto à sua fiel companheira, Lôro construiu uma vida digna de esposo, não permitindo que situações adversas ao casamento detivessem essa felicidade. Foi a “chama viva” do Amor, da União que manteve a fidelidade do casal até os seus últimos dias de vida!
-Grande pai!
Deus resolveu expressar mais uma vez o Amor que Ele tem pela Família: abençoou o casal Lôro e Therezinha, com o nascimento do menino Fabiano, em15 de abril de 1.974. Este acontecimento indubitavelmente veio marcar a história familiar, transbordando de gratidão, de proteção e de planos futuros. Lôro se orgulhava do filho pelo desenvolvimento educacional infanto-juvenil; o crescimento em sabedoria, o empenho como estava sendo plantado o futuro do filho, o cultivo de boas amizades, o amor e a dedicação aos estudos, a construção do conhecimento, culminando quando Fabiano graduou-se em Ciência da Computação, pela Universidade Federal de São Carlos-UFSCAR, e em seguida tornou-se Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo-USP.
Como verdadeiro e incansável porta-voz do êxito profissional do filho, Lôro reproduzia efeitos de júbilo, de orgulho de plena felicidade, espalhando tais sentimentos diante das oportunidades que sempre surgiam quando do encontro com os amigos. O casamento do filho Fabiano com Sandra Kawamoto, somado ao nascimento dos seus netos: Matheus e Luiza, permitiram, sobremaneira, que Lôro mantivesse a exaltação dos valores das trajetórias familiares e suas conquistas.
-Vibrante Torcedor!
Impossível descrever nosso Amigo, Lôro, sem mencionar sua grande paixão pelo futebol, fazendo do “São Paulo Futebol Clube” seu time, por excelência.
-Grande cidadão! A cidade de Angatuba “deixa de ser um conceito geográfico, para se tornar o símbolo complexo e inesgotável da existência humana(…) como também: ela se embebe como uma esponja dessa onda que reflui das recordações e se dilata(…)”.
A família Levy Lisboa e Eulina Pereira de Moraes, a qual pertenço, morou durante as décadas de1950 a 1970, num casarão onde havia uma “sede” (também denominada de comitê), um espaço reservado às manifestações do líder político Levy onde havia o serviço de autofalante: “A voz da Verdade de Angatuba”, que funcionava nos meses que antecediam as eleições e em ocasiões especiais…quando a política partidária entre “Pescoceiras” e “Cupinchas” efervescia. Neste local, tudo se conservava em perfeita ordem, zelo e préstimos com a autoridade do Lôro para o acolhimento do pessoal e da comunicação político- partidária.
Com isso Lôro tornou-se:
-o divulgador das mensagens políticas;
-o porta-voz das realizações do deputado Araripe Serpa para Angatuba.
Lôro que fez da sonoplastia dos “Pescoceiras”, o ritmo para o seu mais “caro” aprendizado da prática política cidadã e que durante a vida pôde resgatar o sentido histórico da Política, exercendo seus direitos e deveres, participando semanalmente das sessões na Câmara Municipal e num contínuo diálogo político com seus fregueses e amigos angatubenses.
Existe, outrossim, uma razão maior que além de ressaltar sua importância como cidadão consciente, retomo, também quando do seu emprego, como jovem aprendiz, no bar do Sr Benedito Simões de Almeida, conhecido Dito Simões; manifestando interesse no fazer dos quitutes elaborados pela Dona Hermida (esposa do Sr Dito) como bolinhos e almôndegas para serem vendidos nesse estabelecimento comercial.
Acontece que o serviçal Lôro, com o passar dos anos tornou-se também proprietário de bar e pôde praticar o seu saber culinário nos vários comércios que adquiriu através dos tempos. Mas foi no seu popular “Bar do Lôro”, situado à Rua Tte José Marcos de Albuquerque, “parada obrigatória das pessoas da zona rural” e somadas aos sujeitos anônimos, pessoas comuns, de diferentes classes sociais…que marcaram presença para saborear a tradicional almôndega, conhecida também como “bolinho do Lôro”.
Essa” preciosa iguaria” que alimentou gerações de angatubenses, tornou-se elemento fundamental da memória, do trabalho, da cultura, da vida social, das relações de classe e da Política que marcaram a identidade “sui generis” do nosso amigo Lôro, tão válida, tão digna, tão construtiva!
Face a todo esse contexto de vida, pedimos ao Pai de misericórdia, guardai o Vosso filho Lôro no constante Amor entre aqueles que salvastes, para que redimido pela paixão de Jesus Cristo, goze também da sua Ressurreição! Vós que sois o Deus da Vida, da Esperança, consolai a família enlutada, mantendo todos firmes na Fé; para que sigam pelo caminho que Vosso Amor lhes preparou;
auxiliando-os na Vida Nova e conduzindo-os à eterna salvação!
Assim seja!
Angatuba, 02.01.2022
Prfª Dra. Maria Ap. M. Lisboa
