dez 16, 2016 Air Antunes Angatuba 0
Depois da realização da concorrida reunião sediada na Associação Comercial de Angatuba, pela diretoria da Santa Casa local, no dia 6 de dezembro, na qual ânimos se exacerbaram, foi acertada a pendência com os médicos. Eles não vinham recebendo há vários meses e a situação além de crítica estava se tornando acirrada entre o prefeito de Angatuba, Carlos Augusto Calá Turelli (PSDB) e a diretoria do hospital. Aliás, a tal situação aparentemente vem exalando diferenças existentes de algumas décadas para cá, além de que atrai um curioso interesse de emissora de televisão regional, a TV Tem.
Quanto ao pagamento para os médicos, segundo explicou um membro da diretoria, o acerto com dois deles foi concretizado totalmente, enquanto para outros oito os valores foram parcelados sendo que neste 15 de dezembro uma parcela dos atrasados era para ser paga e, por sua vez, o pagamento mensal para todos ocorre no dia 30 de dezembro, pelo menos é o que rege o calendário.
Sobre o impasse, isto vinha ocorrendo em relação aos repasses para o hospital. O prefeito afirma que havia repassado R$ 4.550.000,00 para a Santa Casa e atribuía os atrasos de pagamentos à diretoria, enquanto esta no seu silêncio acarretou dúvidas à população, daí a convocação de todos, inclusive dos munícipes para a reunião do dia 6 na Associação Comercial, evento que contou com a ausência do prefeito; o representando havia vários de seus principais assessores. Elucidada a questão, a briga continua.
De acordo explicou Sílvio Larozzi, um dos membro da diretoria, no começo do ano foi aprovada pela Câmara Municipal projeto do Executivo que liberava recursos para a Santa Casa, entidades filantrópicas e carnaval. A verba para o hospital repassada até novembro foi em torno de R$ 3.900.000,00, ficando faltando soma superior a R$ 600 mil. Desta soma restante, R$ 219 mil foram usados para acertar com os médicos. Cerca de R$ 400 mil, pelo que se vê, é a soma que falta de todo o repasse anunciado. O que o prefeito não explicou sobre o acerto feito na semana passada é se tal foi proveniente de subvenção da prefeitura, ou se foi repasse do SUS, ou ainda da Samu ou do Programa da Saúde da Família (PSF).
Ainda da reunião do dia 6, o ex-prefeito José Emílio Carlos Lisboa explicou que a Santa Casa é municipalizada no exato momento em que ficou compromissado, em ata, que a prefeitura tem a obrigação de repassar verbas. Por sua vez, o prefeito Calá, embora viva se desvencilhando da sua responsabilidade assumida no ano de 2009, aparentemente pretende implantar no imaginário popular que a culpa de falta de pagamentos, de atrasos para os demais funcionários, é da diretoria, assim como fica imputando às gestões do então prefeito Emilio as conseqüências que vigoram nos dias atuais, ou seja, ele está mais preocupado em ridicularizar àquelas administrações, até por conta de sustentar uma folclórica rivalidade política, algo que aprofunda mais ainda seu melancólico final de governo..
A diretoria da Santa Casa explica, ainda, que é necessário a população saber que aquela é um hospital e, o Pronto Socorro (PS) é o que diz o próprio nome, no entanto, em Angatuba ambos funcionam no mesmo espaço. O Pronto Socorro é um departamento estritamente vinculado à prefeitura, no entanto muitos atendimentos que são feitos na Santa Casa não são originalmente do hospital mas sim do PS. O plantão médico é responsabilidade do Pronto Socorro que, por sua vez, atende a pacientes com algum problema de atendimento imediato, coisas tipo um corte no pé, a desintoxicação de uma bebedeira, entre outras que não necessitam de internamento. O correto seria que o PS não funcionasse junto ao hospital. Às vezes em uma reclamação que deveria ser atribuída ao PS quem, como afirma a gíria, acaba pagando o pato é a Santa Casa. O prefeito, quando atribui culpa à diretoria ele se compromete primeiro porque não é da responsabilidade dela o PS mas sim o hospital, e, em segundo lugar, se existe um compromisso assumido de que a prefeitura deve repassar recursos para a Santa Casa (incluindo o Pronto Socorro) ele não deve se queixar de forma alguma, devendo apenas, quando necessário, prestar contas à população, sem pestanejar.
Quanto às demais nuances acerca da Santa Casa, é inadmissível para muitos, como ocorreu na reunião de 6 de dezembro, as especulações motivadas por diferenças políticas, com o agravante de que tais especuladores são os primeiros a debater o assunto hospital fazendo disto o uso político. Afirmou o ex-prefeito Emílio, que nada existe de ilícito no item transparência quanto às questões como apartamentos que foram doados à Santa Casa e muito menos o caso de uma fazenda, inclusive desafiou a quem tiver dúvida que o convoque para as devidas explicações que ele se fará presente.
Enquanto isso, lideranças políticas entendem que os fatores mais agravantes sobrepostos à Santa Casa remetem ao período pós-2009, quando surgiram no cenário o médico Demian Menk e sua clínica Policlin, ele, diretor clínico do hospital e tio do prefeito, uma provedora que ganha pela sua função, quando em outras ocasiões o cargo era exercido de maneira voluntária. Também não se pode negligenciar o fato de que a Santa Casa, que passou por reformas propiciadas por contribuições de empresas, comerciantes e de cidadãos, foi intensamente usada nas propagandas políticas do atual prefeito, um detalhe que contraria a fala do chefe do executivo quando ele diante da crise responsabiliza tão e exclusivamente a diretoria do hospital.
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