jun 08, 2019 Air Antunes Angatuba 0
Angatuba chegou ao século 21 buscando um envolvimento mais estreito com as questões ambientais. Ali pelo início dos anos 2000, o município já figurava entre aqueles da região sudoeste paulista com um percentual inferior a 10% de mata nativa, e já existia a consciência de que as nascentes de água estavam desaparecendo a largas passadas. Existiam ainda o problema do lixo orgânico, o mau-cheiro exalado pela lagoa de tratamento de esgoto e a coleta do lixo reciclável. Cientes de tudo estavam os integrantes da AVA-Associação Verde de Angatuba, órgão fundado no final da década de 1980. Abnegados ambientalistas, os “avaianos” contavam com estudos sobre os problemas ambientais do município. A administração municipal na gestão iniciada em 2001, por sua vez, respaldou à todas iniciativas de proteção ao meio ambiente e ela mesmo acelerou um eficiente processo educacional, do qual fizeram parte as escolas, em relação a coleta seletiva de lixo reciclável, além de dar início à discussão relacionada a criação de um aterro sanitário para o lixo orgânico, uma prioridade que tornou-se realidade por volta de 2004. Neste mesmo período foi estabelecido também um espaço específico para a reciclagem do lixo, assim também como houve um amplo trabalho de plantio de árvores. Enfim, apesar dos avanços daquela época muito ainda restou para ser feito, no entanto não houve avanço no setor principalmente de parte do poder público para quem as ações ambientais não estão passando de um mero faz de conta.
Interessante ressaltar que até por causa das ações realizadas, naquela primeira década, em 2008 Angatuba foi classificada em segundo lugar no Estado no Programa Município Verde Azul (PMVA), programa lançado em 2007 pelo Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, que estabeleceu o inovador propósito de medir e apoiar a eficiência da gestão ambiental com a descentralização e valorização da agenda ambiental nos municípios. Também Angatuba já tinha obtido outro mérito com a classificação de seu aterro sanitário como um dos melhores de todo o território paulista, enquanto que árvores plantadas anos antes já davam um novo e saudável aspecto urbanístico para a cidade e o trabalho da coleta seletiva responsabilizada por uma cooperativa vinha sendo muito bem desenvolvido, ou seja, tudo isso contribuiu para o segundo lugar no PMVA.
Com a administração municipal na sua gestão iniciada em 2009, o meio ambiente passou a sofrer novamente sequelas a partir do “faz de conta” empreendido pelo poder público, sem contar que a partir daí o setor do meio ambiente ganhou status de secretaria, porém algo que não impediu que houvesse extenso corte de árvores, desvio da água que serve o município para fazenda de particular, restos de material mortuário enterrados na beira de um ribeirão, lixo reciclável enterrado como se fosse orgânico tanto no aterro sanitário como em outros lugares. Por conta desta balbúrdia ambiental Angatuba despencou muito nos índices do PMVA.
No ano de 2017, sob uma nova administração, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, tendo o vice-prefeito Márcio Abdelnur como secretário e a assistência do professor e ambientalista César Lemos Ribeiro, desempenhou um trabalho bastante eficiente e Angatuba saiu da 330ª colocação no Município Verde Azul de 2016 para a 70ª em 2017, mas a tal gestão da pasta não continuou em 2018, ano em que o município regrediu para a 200ª classificação, perdendo assim 130 pontos em relação ao ano anterior. Não se quer aqui expor uma crítica apenas pela crítica, no entanto é interessante salientar a inexistência de um trabalho mais efetivo em torno das questões ambientais, afinal o meio ambiente é um dos setores públicos em que o “faz de conta” não consegue enganar a opinião pública. Na postagem aqui anexada estão as pontuações de cada diretiva exigidas pelo PMVA nos anos de 2017 e de 2018, algo que comprova o retrocesso ocorrido principalmente no ano passado.
Saudações ao grupo Eco Road de Angatuba, que vem na prática e teoricamente empreendendo várias ações consistentes em defesa do meio ambiente, inclusive como o faz de alguns anos para cá, no mês de junho na Semana do Meio Ambiente, o Fórum Ambiental. A edição de 2019 é a quarta e realiza-se neste sábado, 8 de junho, na escola Planeta.
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