maio 18, 2016 Air Antunes Angatuba 1
Com o afastamento da presidente da República, Dilma Roussef, assumiu com o status de traidor, para alguns, e de “salvador da pátria”, para outros, o vice-presidente Michel Temer. E, então, aquilo que muitos antipetistas queriam, ou acreditavam que ocorreria com o PT fora, com Dilma fora, acabou se transformando no feitiço contra o feiticeiro, especialmente para os pobres que também gritaram “fora”, quer dizer, o que era ruim ficou pior. Já que se falava em erradicar a corrupção, Temer deveria formar seu ministério com gente decente, sem qualquer vestígios de atos corruptivos, mas o que fez foi lotar sua equipe de corruptos, assim como ele próprio é citado em uma infinidade de listas de nomes bem familiarizados com as milionárias maracutaias. Afora a corrupção que agora se instalou com mais consistência no Palácio do Planalto, Temer, ainda, passou a atender especificamente àqueles que instigavam o povo contra Dilma usando o pretexto da corrupção, para assim derrubar o governo petista e retomar a política econômica que satisfaz somente a classe média alta da nação. Assim, já nos primeiros dias do governo Temer, o pobre foi transferido para fora do orçamento da nação. Angatuba, entre tantos outros municípios do país cuja população pobre ganha pouco, ou quase nada, também é carta fora do baralho no requintado jogo arbitrado pelo presidente interino.
Um dos motivos que afetarão Angatuba é a redução do valor (ainda não oficial mas já prevista) pago pelo Programa Bolsa Família aos pobres. Assim, em menos de três dias de Governo Temer, o pobre foi colocado fora do orçamento da nação e consequentemente todos municípios de baixa receita. O Programa atende a 14,34% da população angatubense e em 2014 e 2015 destinou ao município em torno de R$ 1.300.000,00 para cada ano. É interessante contrariar aqueles que criticam o programa o apelidando de “Bolsa Vagabundo”, é uma pacovice tratá-lo assim, mesmo porque muitos que o recebem são pessoas trabalhadoras e fazem um milagre para sustentar suas famílias. Além disso, as famílias que recebem o Bolsa Família injetam o dinheiro no comércio local, e não no rodeio de Barretos ou em cervejadas em Guarujá. O que prejudica mesmo não apenas a economia dos municípios tanto quanto a do país é a volumosa sonegação dos impostos dos ricos, essa já soma, em 2015, o prejuízo para a nação no montante de R$ 420 bilhões, mas quanto a isso não se ouviu reclamações nas manifestações do “Fora Dilma”, “Fora PT”. Com a redução do Bolsa Família em Angatuba, o comércio local naturalmente vai também sofrer graves conseqüências, não há dúvida alguma quanto a isso. E que não haja gravidade maior com a extinção do programa, como também foi especulado. E que a população carente fique atenta quanto à distribuição de alimentos (legumes, frutas e verduras) que a prefeitura efetua toda quarta-feira, que é do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) , um benefício propiciado pelo Governo Federal na gestão do PT.
Apenas como um hiato, para se ter uma idéia do que representa o programa, há no país 13 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa Família. O programa oferece de R$ 77 a R$ 336 reais em troca de que suas crianças estejam matriculadas na escola. Em números absolutos, 47 milhões de pessoas, ou cerca de 25% da população brasileira, se beneficiam do Bolsa Família.
Outra bordoada federal contra Angatuba via governo Temer diz respeito ao Programa Minha Casa Minha Vida que, por sinal, tem na grande maioria de seus moradores um fator comum, o benefício do Bolsa Família. Quanto ao reajuste de 237,5%, o percentual refere-se ao valor máximo, que passará de R$ 80 para R$ 270 por mês, válidos para quem tem rendimento de R$ 1.200,01 a R$ 1.800. Já o valor mínimo, para famílias com renda até R$ 800, subirá 220%: de R$ 25 para R$ 80.
As extinções da Farmácia Popular e da Samu, até agosto, igualmente afetarão diretamente o pobre. Imagina-se quem recebe Bolsa Família e mora no núcleo habitacional Minha Casa, Minha Vida e ainda depende de remédios enviados pelo Governo! Mais ainda, digamos que esse pobre, seja uma empregada doméstica. Como se sabe, na pobreza um problema vai acarretando outro, na maior facilidade. Pois , então, o governo Temer vai reduzir os direitos adquiridos pela empregada doméstica no governo Dilma. Deduz-se aqui, que a madame que foi à manifestação contra o governo do PT, em Copacabana, no Rio, carregando uma placa pedindo “quero minha empregada de volta”, agora vai ter seu pedido atendido.
A possível extinção do SUS , que se cogitou, vale um parágrafo à parte, assim como não pode se esquecer o que foi dito pelo novo ministro da Saúde: “saúde não é um direito universal”. Para um governo que extinguiu o Ministério da Cultura, apenas como retaliação contra o grande número de intelectuais que gritou “não ao golpe” , acredita-se que não falta mais nada a ser promovido contra os programas sociais e contra o direito do cidadão pobre viajar de avião, tornar-se culto e formar-se num curso superior, no Brasil ou no exterior.
Enfim, dá para entender porque tanto a “classe média alta” criticava incisivamente o governo Dilma, o PT, na sua natureza em lutar pela igualdade social , e porque queria tanto a queda da presidente, primeiro usando o pretexto de “acabar com a corrupção”, depois por causa da famigerada “pedalada fiscal”, algo que mais ouviu falar superficialmente do que entendeu de fato.
O que existia por detrás daquelas inflamadas manifestações transmitidas pela Globo que, àquela altura até tinha antecipado os jogos do domingo à tarde para o período da manhã, era o desejo de que o governo fizesse tudo o que Temer está fazendo agora. Que interesse tinha a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em gastar gordas somas para patrocinar tais manifestações? É lógico que estas ocasiões não dispunham apenas de dinheiro da Fiesp, há quem prove a existência de recursos viabilizados por instituições dos Estados Unidos uma vez que também interessavam em derrubar o governo petista por razões que até valem outra matéria.
Ainda, contra o pobre existem mais ameaças, por exemplo, a medida que reduz recursos para sustentar programas educativos, a interferência na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e as privatizações que atendem apenas aos interesses dos grandes complexos empresariais do país ou do exterior.
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Já não gostava do PMDB e nem do seu filho, PSDB, face aos seus métodos, mas agora, depois do golpe baixo, sujo e covarde, praticado pelo dito cujo contra Dilma do PT, a primeira Mulher Presidente do Brasil, o que sinto pelo PMDB é nojo, é asco, é repulsa, de modo que se algum candidato do PMDB aparecer em minha casa pedindo voto vai levar um banho de água fria na cara.