
ago 16, 2024 Air Antunes Angatuba 1
Angatuba volta a viver um cenário político que não se repetia há 52 anos: uma eleição municipal com apenas dois candidatos. Desde 1972, quando as disputas eram acirradas entre duas frentes políticas, a cidade experimentou a pluralidade nas urnas, com mais opções de escolha para seus eleitores. No entanto, o próximo pleito promete ser um retorno ao passado, com um embate direto entre dois nomes que já são conhecidos na política local. Esse cenário traz à tona memórias de uma época em que as campanhas eram mais concentradas, e os debates, muitas vezes, se intensificavam devido à polarização entre os dois concorrentes. Há quem acredite que o retorno desse modelo de disputa pode significar uma volta ao fortalecimento das ideologias locais e ao engajamento da comunidade em torno de propostas mais claras e objetivas, algo que alguns refutam considerando que ambos os candidatos, o prefeito Nícolas Basile Rochel (Republicanos) e Demiam Menke (PSD) e a maioria de seus respectivos seguidores não se diferem em termos ideológicos.
Poderia ser raciocinado que, embora a cidade tenha passado por diversas mudanças sociais e econômicas nas últimas cinco décadas, a eleição com apenas dois candidatos possa ser vista tanto como um reflexo de um amadurecimento político, onde as alianças se consolidam de forma mais sólida, quanto como um sinal de que o cenário político está se reorganizando, talvez em resposta ao desejo da população por uma política mais próxima e menos fragmentada, contudo não é o que pensam formadores de opinião mais antenados quando atribuem a “escassez” de candidatos mais como resultado de uma crise de liderança, considerando ainda que nem ambos os disputantes de então absorvam a reputação de líderes.
Para a disputa pela vereança a única chapa que não apoia oficialmente algum candidato majoritário é a do Partido dos Trabalhadores.
Como foram as disputas eleitorais para prefeito desde 1976
A última eleição municipal de Angatuba, com apenas dois candidatos, ocorreu em 17 de dezembro de 1972, ocasião em que até tropa do Exército se fez presente para garantir um pleito tranquilo. Na época as eleições ocorriam em 15 de novembro, mas devido a conturbados conflitos entre os grupos políticos locais essa data ficou impossibilitada, daí o adiamento para o mês seguinte. Os dois candidatos foram Alfio Verardi (Arena 1), que venceu o pleito, e Zezinho Araújo (Arena 2).
Na história das eleições majoritárias seguintes podem ser destacados um prefeito que exerceu quatro mandatos, José Emílio Carlos Lisboa; a eleição com maior número de disputantes (seis), a de 1982; um mandato de seis anos, 1982/1988; o maior número de votos (9731) e maior percentual de votos obtidos , 70,76%, por Luiz Antônio Machado (MDB), em 2016; uma eleição suplementar realizada em 2021, após a do ano anterior ter o candidato com mais votos, Carlos Augusto Rodrigues de Morais (PSDB), o Calá, como impossibilitado por inelegibilidade pela Lei da Ficha Limpa. Destaca-se também um mandato “tampão”, de um ano, exercido por João Damasceno, o Maceninho, ele que foi eleito presidente da Câmara Municipal no dia 1º de janeiro de 2021.
1976– Os candidatos a prefeito em 1976 e seus respectivos votos foram os seguintes: Enil Boris Morais Ferreira (MDB), 2501 votos (41,76%); Francisco José Rodrigues (Arena 1), o Zé da Carmela, 1778 votos; Valdevino Rodrigues (Arena 2), 799 votos; José Paz (Arena 3), Zé Dentista, 659 votos. NOTA: Apesar da votação maior para o candidato Enil, se elegeu prefeito o Zé da Carmela; naquela eleição somavam-se os votos por partidos (que podia ter mais de um disputante) e os dos candidatos da Arena chegaram a 51,03% contra 41,76 do candidato do MDB.
1982-José Emilio Carlos Lisboa (PMDB), 3451 votos (48,11%); Enil Boris de Morais Ferreira (PMDB), 1712 votos; Paulo de Almeida Leme (PMDB), 620 votos; Rubens Vieira de Moraes (PDS), 540 votos; Benedito Henrique Hergessel (PTB), 122 votos; Alice Quintiliano de Camargo (PDT), 35 votos. NOTA: Nesta eleição também somou-se os votos por partidos, e os do PMDB tiveram 80,62% da votação, embora Emílio já tenha sido o que obteve mais votos individualmente.
1988– Lélio Moura (PMDB), 5779 votos (60,3); Alfio Verardi (PFL), 1249 votos; João Lopes Neto (PDT), 1084 votos; José Roberto Loriaga Leão (PT), 376 votos.
1992– José Emílio Carlos Lisboa (PMDB), 4132 votos (46,62%), Alberto Carlos Pinto (PT), 3787 votos; José Francisco Basile (PSB), 316 votos.
1996– Antônio Pedro Quirino (PSDB), 4081 votos (42,78%); Roberto de Jesus Ramos (PMDB), 3234 votos; Alberto Carlos Pinto (PT), 1697votos ; Luiz Antonio Vieira (PTB), 44 votos.
2000– José Emílio Carlos Lisboa (PMDB), 5683 votos (49,97%); Antônio Pedro Quirino (PSDB), 2147 votos; Alberto Carlos Pinto (PDT/PT), 1610 votos; Antônio Nogueira Terra (PSL/PPS), Toninho Terra, 1465 votos;
2004– José Emilio Carlos Lisboa (PMDB), 5683 votos (47,90%); Evaldo Rodrigues (PTB), 4169 votos; Paulo César Raxkid Dimeoni (PT), 1182 votos; Antônio Nogueira Terra (PPS), Toninho Terra , 715; José Roberto Loriaga Leão (PDT), 116 votos.
2008– Carlos Augusto Rodrigues de Morais Turell (PSDB), Calá, 6490 votos (49,71%); Akamilton Gomes de Almeida (PMDB), 5733 votos; Izaías Leite (PT), 747 votos; Onofre da Silva Filho (PSC), 87 votos.
2012– Carlos Augusto Rodrigues de Morais Turelli (PSDB), Calá, 6983 votos (51, 65%); José Emílio Carlos Lisboa (PMDB), 5464 votos; Vagner Aparecido Ribeiro (PT), 1072 votos.
2016– Luiz Antônio Machado (MDB), 9731 votos (70,76%); João Luiz Meira (PSDB), 2394 votos; Aislan Menk (PSDB), 1128 votos.
2020 (Pleito não válido para o majoritário)- Carlos Augusto Rodrigues Morais Turelli (PSDB), Calá, 4904 votos (38,81%); Nícolas Basile Rochel ( Republicanos), 3242 votos; Bruno Américo Santi (PV), 2313 votos; Benedicto dos Santos Jr (Podemos), 1109 votos; Márcio Abdelnur (PRTB), 463 votos.
2021 (Eleição suplementar)- Nícolas Basile Rochel (Republicanos), 7830 votos (65,86%); Maria Teresa Rodrigues Menke (PSDB), 3738 votos; Juliano Volpi Abdelnur (Avante), 321 votos.
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A cartilha do Emílio está garantida independente de quem “vença”, ou seja, Angatuba sempre será um município no modelo tão sonhado pelo “Emílio CheGuevara” desde moleque até seu destino pós vida, um município com uma das maiores arrecadações de ICMS Rural se dobrando a uma administração centenária de incompetentes.