As eleições suplementares para prefeito, como se sabe, ocorrerá no dia 3 de outubro próximo, e Campina do Monte Alegre, a exemplo de Angatuba e inúmeras outras cidades, por causa da impossibilidade daqueles que tiveram mais votos nas eleições de 15 de novembro do ano passado, impedidos pela Lei da Ficha Limpa, terá um novo pleito. Em Campina do Monte Alegre, três candidatos disputarão a eleição e, pelo MDB a candidata é Sirlei Passarinho, professora, filha do ex-vereador Airton Ferreira (duas vezes por Angatuba, na ocasião em que Campina era ainda distrito) e uma vez pela própria CMA; seu candidato a vice é Pedrinho Cem. Sirlei também foi vereadora, em duas legislaturas, e já disputou a prefeitura campinomontealegrense em outra ocasião. Entrevistada por Onda 21, Sirlei discorre sobre seus projetos e apregoa a necessidade de união em torno de uma prioridade comum que é o desenvolvimento de Campina do Monte Alegre.
Sirlei no bairro Saltinho
A entrevista:
Onda 21–Candidata Sirlei, gostaria que você falasse sobre sua trajetória política até o momento, quantas vezes se candidatou, quantas vezes venceu, quais os maiores desafios que enfrentou na sua lida política, e até que ponto sua condição de professora a ajudou na função pública, ou a prejudicou se for o caso, e também acerca da sua condição de mulher envolvida nisso tudo.
Sirlei– Sempre estive envolvida com política, meu pai foi por três vezes eleito vereador. Duas vezes por Angatuba e uma vez pela Campina já emancipada. E como ele já vinha apresentando sinais de cansaço e adoecendo, lancei-me como candidata a vereadora e fui eleita por dois mandatos. Fui também candidata a prefeita em outra ocasião, momento este que entendi que poderia fazer muito mais pela Campina. E pelo fato de ser mulher e professora, são honras que se juntam e constroem, ambas com embates desafiadores, com condições que me ajudaram muito a me tornar mais forte
Onda 21– Sabemos que apesar de Campina do Monte Alegre ser um município pequeno, a política local se desenvolve de maneira muito acirrada, há os ataques, há a política clientelista, observando tudo isso gostaria que fizesse um perfil político sobre a cidade desde quando conquistou sua emancipação, e nos falasse sobre o que mudaria no sentido de tornar a população mais politizada e a classe política mais envolvida com os interesses que vislumbrassem as futuras gerações.
Sirlei– Temos que desmistificar essa questão de ser político e ser fanático. Duas condições que tornam tudo mais difícil. Nós vamos tentar mostrar que o equilíbrio ainda é a melhor solução. Um povo politizado é aquele que exerce a sua condição de cidadão, e é dando que se recebe. Teremos pessoas praticando a cidadania no momento que a administração trabalhe em sintonia com a nossa população.
Onda 21– Como todos sabem o país atravessa uma situação complexa politicamente, vemos que tem ocorrido, como continua ocorrendo, uma polarização extrema que alcançou até o eleitorado em nível local, há quem extrapola as próprias circunstâncias políticas a ponto de se tornar fanático, e sabemos que as coisas não devem ser assim, sabemos que a política tem que ser tratada com diplomacia e discernimento. Enfim, como você sendo uma candidata se posiciona neste aspecto¿
Sirlei- Como falei na resposta anterior, o fanatismo e o extremismo impedem que você tenha o controle de seus atos. Ninguém é fanático e polarizado sozinho, sempre são em grupos e para que possam se impor é sempre necessário o uso da força na maioria das vezes.
Sirlei, o deputado estadual de seu partido, Jorge Caruso, à esquerda; e o candidato a vice-prefeito Pedrinho Cem.
Onda 21– Candidata Sirlei, vemos que esta região é uma das menos privilegiadas do Estado, que há um grande número de jovens e as expectativas de trabalhos são poucas. Por outro lado, observamos que Campina do Monte Alegre possui recursos naturais para exploração turística, que uma universidade federal está praticamente na divisa da cidade, enfim, você já imaginou , ou mesmo já deu início em algum projeto para exploração destes aspectos positivos¿
Sirlei– Sim, temos bons contatos tanto na UFSCar como também com líderes e representantes do Turismo regional. E nossos projetos, na maioria deles, serão explorados por cidadãos da própria Campina. Temos projetos participativo e com envolvimento maciço da comunidade da cidade e do distrito do Salto, todos visando o bem estar dos envolvidos e daqueles que irão usufruir. Tudo isto com muito planejamento para que a execução sempre seja de baixo custo e de maior desenvolvimento. Os conceitos de preservação ambiental serão sempre respeitados com projetos arrojados e sustentáveis.
Onda 21– Já falamos aqui sobre o acirramento político existente em CMA, mas é também oportuno falar sobre como , caso seja eleita, irá se relacionar com opositores, com a Câmara Municipal e mesmo com os árduos desafios que possam surgir no meio do caminho ¿
Sirlei– A partir do dia 3 de outubro, após a eleição, deixaremos de ter opositores políticos, trataremos todos como cidadãos campinomontealegrenses, sem distinção. E quanto à Câmara de vereadores será da mesma forma. Eles foram eleitos para fiscalizar o prefeito, nós não daremos motivos para que não o façam da melhor forma, estaremos prontos para bem recebê-los e que cada um exerça o seu mandato da melhor forma possível, e com isto quem ganha é a comunidade. Como já dissemos atos polêmicos e polarizados sempre têm efeitos contrários. Campina estará sob uma nova administração, jamais vista. Não estaremos governando para satisfazer meus anseios e tampouco de um grupo, vamos governar para seis mil habitantes. Não vamos considerar se este é desta ou daquela religião, vamos nos fortalecer diante dos anseios de cada um. Vamos dar ao povo o que é do povo, vamos reacender a esperança, decodificar o desenvolvimento, vamos estar de portas abertas. Reconstruiremos a vocação do município, as tradições, a cultura, os costumes, as famílias a Educação e o respeito. As necessidades sociais serão o alvo prioritário do nosso governo, antes de qualquer obra a saúde terá espaço amplo para que nossos cidadãos sejam atendidos de forma rápida e satisfatória. Vamos, com o apoio de todos, construir nossa campina com alicerces fortes, debaixo para cima. Trataremos da implantação da APAE, de uma instituicão financeira, das festas tradicionais, das provas de laços, rodeios, daremos suporte maciço aos agricultores, ao comércio local e inclusive aos trabalhadores anônimos que temos em nossa maioria.
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