dez 01, 2013 Air Antunes Angatuba 4
No início de 2009 a jornalista da TV Cultura Cláudia Piche esteve em Angatuba e inquiriu a população em uma questão bem simples: “Qual a sua maior riqueza?” A partir das respostas ela deduziu que o cidadão angatubense era feliz naquele momento. A vinda da jornalista a Angatuba foi movida pela implantação em Angatuba, pela administração José Emílio Carlos Lisboa (PMDB), do projeto piloto para implantação do FIB (Felicidade Interna Bruta). A matéria de Cláudia Piche, “Angatuba, campeão de felicidade”, transcrita na sequência, induz a cada cidadão se perguntar no momento atual: “Como está Angatuba hoje” ?
CLÁUDIA PICHE
Qual a sua maior riqueza? Em dezembro de 2008, fiz essa pergunta aos moradores de Angatuba, pequena cidade na região de Itapetininga, interior de São Paulo, a 220 Km da capital. Curiosamente, ninguém me respondeu carro, casa, TV de plasma ou dinheiro. As repostas incluíam família, saúde, tranqüilidade e amizade.
Diante disso, cabe a pergunta: seria mesmo correto atribuir ao PIB (Produto Interno Bruto) a soma de todas as riquezas produzidas num país? No início da década de 1970, o Butão, pequena nação asiática, desenvolveu um novo critério para aferir o crescimento, batizado de FIB (Felicidade Interna Bruta.) Trata-se de um sofisticado conjunto de índices para medir o que poderia ser considerado um desenvolvimento integral: bom padrão de vida econômica, boa governança, educação e saúde de qualidade, vitalidade comunitária,proteção ambiental, acesso à cultura, gestão equilibrada do tempo e bem-estar psicológico
Com base nesses indicadores, o Butão pôs em prática ações para elevar o seu FIB. Em pouco mais de 30 anos, o analfabetismo e a mortalidade despencaram, a economia se recuperou, as belezas naturais continuaram preservadas. E o “jeito butanês de ser” chamou a atenção da ONU.
Do Butão para Angatuba
O que o Butão tem a ver com Angatuba? Com 21,5 mil habitantes, Angatuba foi escolhida entre mais de 5,5 mil municípios brasileiros como o primeiro a desenvolver um projeto-piloto para implantação do FIB, graças, sobretudo ao ambiente favorável, resultado de suas próprias ações em busca da felicidade local.
Na cidade, 100% do esgoto são coletados e tratados. É, provavelmente, a única cidade do Brasil a conseguir a proeza de educar a população para separar o lixo orgânico do reciclável. E isso já acontece há mais de 10 anos! A coleta e separação de cerca de 35 toneladas mensais de lixo reciclável, hoje, garante o sustento de mais de 20 famílias. Já as 180 toneladas de orgânico mensais vão direto para o aterro sanitário que obteve nota 10 da Cetesb nos últimos 3 anos. Em 2008, o município ficou em segundo lugar, entre os mais verdes de São Paulo.
Nas ações de saúde, Angatuba também é exemplar. Foi o primeiro município do Brasil a fortificar um alimento ingerido diariamente pelas crianças. Em 1993, os índices de anemia por privação de ferro acompanhavam a média nacional: 60% das crianças entre 6 meses e 5 anos de idade. Hoje, todas, nessa faixa etária, independentemente da classe social, têm direito a receber, de graça, o leite fortificado. Mais de 1400 litros são distribuídos todos os dias. O índice de anemia caiu para 4%, comparável ao de países desenvolvidos.
Falemos de FIB
O projeto-piloto do FIB teve início no ano passado em parceria com a ONG Visão Futuro, coordenada pela antropóloga Susan Andrews, também responsável pelo FIB no Brasil.
Nas escolas, a merenda é de primeira. Legumes, verduras e frutas servidos aos 8 mil alunos vêm da fazenda municipal, com produção praticamente orgânica. Lá, também em caráter piloto, uma microdestilaria de álcool garante o abastecimento da frota de veículos municipais. Da cana aproveita-se o bagaço para alimentar a fornalha que produz biocombustível, a palha para proteger o solo do pomar, e o vinhoto para substituir os fertilizantes.
Todo esse esforço foi medido por alunos da rede pública de ensino, treinados para aplicar os questionários que avaliam os indicadores FIB. O resultado surpreendeu: 90% das 450 famílias ouvidas se declararam felizes por viver na cidade.
Isso tudo nos leva a algumas considerações. Primeiro: talvez o PIB esteja mesmo obsoleto para medir o desenvolvimento de um país. Segundo: nem só de crescimento econômico deve-se a felicidade de uma comunidade.
Terceiro: a vontade política, sem dúvida, é elementar quando se trata de desenvolvimento humano. Quarto: a alternância política é democrática e salutar, mas a continuidade de projetos como este é fundamental para as pessoas. Quinto: cabe-nos, neste momento, desejar sorte ao novo prefeito da cidade. Que ele consiga manter tudo que está bom. E ampliar o projeto do FIB para que tenhamos, em breve, a primeira medição nacional do FIB. Quem sabe a experiência de Angatuba possa inspirar outros governantes a uma disputa saudável entre os mais felizes municípios do Brasil.
Cláudia Piche é repórter e apresentadora do programa Balanço Social da TV Cultura
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Emílio Carlos Lisboa- uma trajetória exemplar de honradez pública, Um homem excepcional e singular naquilo que é tão precioso e tão raro na vida pública: a fidelidade aos seus princípios e convicções.Homem público, transparente, íntegro e combativo, sempre primou pela ética na Política e sua história é um exemplo para todos.
ANGATUBA DEVE-SE MUITO A ESSE GRANDE HOMEM!
Eu ia dizer, sem comentário, mas, preciso aproveitar a oportunidade para perguntar se o asfalto das ruas João Orsi, Rosalina Carriel Orsi,já está concluído, pois se estiver, daqui uns dias não se ve mais asfalto, pois as pedras já começam a aparecer, venham conferir se não acreditam….
hoje falta cultura, falta respeito ao povo de Angatuba esta gestão vergonhosa .que trata o povo igual a boi largado no pasto isso é que eles sabem fazer para que o elegeu. cultura é festa de peão acorda povão.
Cada dia pior,mas pra melhorar,deveria voltar Angatuba de 20 anos atrás,quando tinha bons médicos,cultura,educação,meio ambiente e segurança.