dez 22, 2022 Air Antunes Angatuba 0
Presidente da Câmara Municipal de Angatuba para o próximo biênio, Jair Rodrigo de Oliveira Pinto, popularmente conhecido como Jair da Ong, concedeu entrevista ao Jornal de Angatuba na qual ele enaltece o desempenho da administração do prefeito Nícolas Basile Rochel e acerca de uma polêmica muito atual inserida na opinião pública afirma que política e religião não se devem misturar. Eleito vereador com 290 votos pelo partido Republicanos, Jair destacou seu trabalho cultural e ambiental que redundou na criação do parque denominado Mico Leão Preto e da Kombiteca, uma atividade literária. Frisou ainda sobre sua bancada na Câmara Municipal, avaliou administrações passadas e realçou a importância da oposição num processo democrático.
A entrevista:
Jornal de Angatuba– Jair, você é considerado uma nova geração na política angatubense, e com certeza é alguém com apreço às inovações. A pergunta: apesar de ser uma pessoa imbuída de idéias próprias, de viver uma época em que a cidade tem novas exigências, novas necessidades, que avaliação você faz de administrações passadas, o que ficou de bom, o que jamais tem que ser reeditado?
Jair– Eu vejo que cada chefe do executivo que passou deixou seu legado, eu sempre acompanhei a política desde a minha infância. Eu particularmente vi o progresso em Angatuba com o prefeito Emílio, um líder excepcional, uma pessoa fantástica, visionário. Ai depois disso, vi um jovem político em ascensão, que também podemos observar que foi bom para aquela época, idéias novas, idéias práticas, penso que até um certo ponto foi maravilhoso para o município também, e não podemos negar que deixou seu legado. Aí a população quis mudança, e escolheu um “discípulo” do Emílio, o dr. Luiz, que fez uma excelente “gestão pública” tal qual colocou em ordem a economia do município, a moralidade, ética. Aí eu vejo o começo de uma nova geração na política com a chegada do Nicolas Basile a chefe do executivo. É notório que o Nicolas é jovem em sua idade, mas adquiriu uma boa bagagem sendo vereador, isso certamente faz que ele seja muito mais sensível aos problemas das comunidades, pois ele mesmo fazia requerimentos na sua legislatura, solicitando melhorias para as comunidades, e hoje ele tem a oportunidade de transformá-las em um lugar melhor para se morar, dando dignidade, e principalmente bom meio ambiente para que as pessoas cuidem das suas famílias. Sobre erros do passado que não podemos jamais admitir, é a corrupção, isso causa uma ferida eterna na cidade, veja por exemplo uma dívida milionária que foi reparcelada recentemente, esse valor mensal deixa de ser transformado em serviço para as comunidades. Então concluo essa primeira questão dizendo que o pior erro em uma gestão é a corrupção
Jornal de Angatuba– Como você próprio se identifica, como você ficou conhecido, “Jair da Ong”, seu trabalho a frente de uma Ong visava a aproximação de jovens à cultura, ao meio ambiente. Foi exclusivamente essa sua ação que o levou a pretensão de um cargo público eletivo ?
Jair– Eu nunca tive pretensões políticas em minhas atitudes ou atividades, eu venho de uma família humilde onde tudo nos faltava, sendo assim eu cresci sendo ajudado em todos os sentidos. Na minha juventude eu fui embora para o município de Paranapanema, e depois para o Rio de Janeiro, somando assim uma ausência do município de Angatuba próximo de onze anos, retornei para cá no ano de 2015, chegando aqui comecei a trabalhar na empresa Eletro Júnior, e o caminho para o meu trabalho era a pista de caminhada Jorjão, e vendo uma beleza natural, e infelizmente sem cuidados, com muito lixo, iniciei a limpeza daquela região, aí junto com meus amigos Felipão, como é conhecido, e Canário (in memorian), resolvemos fazer um parque de pneus atrás da Construilma, tal qual também faz parte da pista de caminhada, aí conseguimos algumas sucatas e fizemos humildemente um parquinho infantil para as crianças daquela região, para nossa surpresa, todas as tardes o tal parque hoje denominado Mico-Leão Preto ficava lotado, era maravilhoso ver as famílias trazendo ali suas crianças. Foi aí que tivemos a brilhante idéia de juntar o entretenimento com conhecimento, nesse período conhecemos um projeto chamado Mobilização Doce Leitura da Secretaria de Educação juntamente com o apoio da empresa Citrosuco, que também tinham objetivos de levar a educação para fora dos muros das escolas, aí surgiu a idéia da Kombiteca. E dessa idéia surgiram outras como a sacolinha literária, a geladeirotecas, onde foram distribuídos gratuitamente mais de três mil livros infantis, entretanto otimizamos nas crianças o incentivo à leitura, e não poderia deixar de falar nas árvores que plantamos, foram mais mil mudas pelo município todo. Eu recebi muitas críticas de pessoas que não produzem nada, ou não tem coragem de colocar a mão na massa sobre a Ong, pois aqui eu deixo esclarecido, jamais corri atrás de criar um CNPJ para a ONG, pois eu observei que era mera burocracia, e as pessoas, as comunidades nunca jamais me perguntaram se a Ong tinha CNPJ, elas me cobravam de fazer as nossas atividades em seus bairros, aí vem uns “Sicofantas”, nós fizemos tudo com doações das próprias comunidades, de pessoas do bem, do comércio, e deixo bem claro aqui que nunca fomos atrás de dinheiro público para financiar ou apoiar as nossas atividades. Pois onde passamos deixamos nosso legado, e hoje no legislativo eu consigo através de um bom diálogo com o prefeito novos parques infantis, por exemplo, vila Ribeiro, vila Progresso, Nhô Ribeiro, Pé junto, Teodoros, Orestes. Enfim posso afirmar que fiz tudo isso com grandes parceiros e o resultado está aí. Enfim, creio que não fui eu que entrei na política e sim a política que entrou em mim. E gostaria de deixar uma reflexão aqui, quem ganha uma eleição não é o político, e sim as comunidades que terão de fato uma pessoa na política que os representem, e os ajudem em suas reinvindicações.
Jornal de Angatuba- Agora à frente do legislativo angatubense como você vai atuar dentro do que podemos dizer, ideologicamente, considerando as diferenças existentes na classe política local? A pergunta é oportuna no exato momento que se espera uma flexibilidade, ou uma diplomacia, de quem dirige uma casa de leis, algo que em outros tempos nem sempre foi assim.
Jair- Sobre a presidência do legislativo é algo natural que aconteceu, os meus amigos da “Comitiva” (Bianca, Manoel, Mancha, Pedro, João Luiz) sugeriram que eu fosse o candidato, e assim foi e tivemos êxito nesse propósito, tenho um ótimo dialogo com o prefeito Nicolas, tal qual foi o meu padrinho político, tenho muita admiração pelo que ele vem fazendo e transformando a cidade, e certamente farei de tudo para acelerar os trâmites burocráticos entre executivo e legislativo, todavia que tudo isso com responsabilidade, ética, moralidade, e principalmente discernimento para conduzir esses procedimentos. Certamente respeitando as opiniões da nossa oposição.
Jornal de Angatuba– Você pertence a um partido, Republicanos, que é visto por alguns como espécie de um braço religioso, também algo que às vezes pode até confundir o cidadão, afinal de contas a política é algo que está acima de preferências religiosas e não pode ser confundida sob este perfil. Gostaria que vc mencionasse algo sobre essa questão que ultimamente tem sido muito protagonizada.
Jair– Sim, tenho muito orgulho de ser um político desse partido chamado Republicanos, é um partido que foi muito atencioso com as eleições suplementares aqui no município de Angatuba, então, fomos por um período protagonistas desse partido nas eleições suplementares, onde o presidente nacional do partido Marcos Pereira deixou a porta do seu gabinete aberta pra nós, foi onde tivemos a certeza que estávamos no partido certo, é um partido que tem mandado muito recurso para Angatuba, e foi o presidente do partido que nos ajudou a reparcelar a dívida milionária que herdamos, então temos gratidão eterna por isso. No âmbito municipal eu Jair tenho autonomia para tomar minhas decisões e até mesmo as minhas convicções políticas, jamais eles interferiram em nossas diretrizes e idéias. No tocante o elo entre política/religião eu por exemplo sou católico, o importante é o respeito para com todos os credos, e penso que ambos são semelhantes a água/óleo não devem se misturar.
Jornal de Angatuba -É natural que na Câmara Municipal existam a bancada situacionista e a bancada oposicionista. Você, como sabemos, é alinhado partidariamente com o prefeito Nícolas Basile. Sob este aspecto, o que você espera da relação com a bancada situacionista, uma vez que é costumeiro haver maior acirramento entre as partes num segundo biênio de uma legislatura?
Jair-Hoje eu vejo uma legislatura com os seguintes números, seis situacionistas, e três oposicionistas, sendo assim temos que respeitar as opiniões, então eu vejo que será favorável o diálogo entre esses dois poderes, pois estarei lá para servir os munícipes angatubenses, servir os anseios das comunidades, e temos uma Comitiva de vereadores que vêm mostrando e mudando a órbita da política aqui no município, por exemplo, quando é que alguém viu políticos trabalhando juntos na prática pelo mesmo ideal, hoje temos um grupo que pensa junto e conquista junto, pois somos mais fortes juntos, e somos desprendidos de ego e de poder.
Jornal de Angatuba– Falando especificamente dos trabalhos do legislativo local, como você está vendo a reação popular em relação à atual legislatura?
Jair-Eu particularmente posso afirmar para a população que temos um excelente grupo de vereadores, todos estão trabalhando em suas áreas ou causas, vejo independentemente de ser situação ou oposição que estamos bem representados, estamos dando o nosso melhor nas condições que temos. E vou falar uma particularidade minha, “que bom que temos oposição, pois a unanimidade é burra”.
Jornal de Angatuba– Jair, observa-se que a população às vezes faz críticas contundentes sobre a administração municipal. Ouve-se que a cidade urbanisticamente está feia, há críticas sobre o atendimento na saúde pública e há também quem até critica no sentido de que a atual administração se preocupa muito com eventos festivos popularescos, enquanto que não há atividade cultural nenhuma, entre outras críticas. Aqui, neste ítem, não há uma pergunta, mas sim o pedido para que você opine sobre estas críticas e até sobre outras que você, provavelmente, também ouve.
Jair– Realmente hoje as pessoas se tornaram mais críticas, isso é importante que se manifestem mesmo, sendo assim estarão mais informadas para não votarem em políticos corruptos. Sobre as críticas coerentes, são todas bem vindas, esse governo está mexendo em coisas estruturais, coisas paradas a décadas, por exemplo a ponte Vico, dos Teodoros, mais de 30 anos os políticos prometendo e nada, agora no primeiro ano do governo Nicolas e Sandro já está concluída, as pontes de madeira da zona rural já foram mais de quinze substituídas, vão lá na vila Progresso e vejam a transformação feita naquele bairro, convido todos os munícipes a irem no o bairro Nhô Ribeiro e verem a área de lazer que foi entregue para aquela comunidade, o bairro do Bom Retiro com uma quadra totalmente nova. Vejam ruas da zona urbana que não tinham iluminação pública agora já estão iluminadas, dando dignidade pra esses moradores, hoje temos ESF em algumas comunidades, por exemplo a do bairro dos Teodoros, o posto estava inerte e agora tem médico visitando os pacientes em casa, isso se repete na Boa Vista, Batalheira, Bom Retiro, Faxinal, Arealzinho, Ribeirão Grande. Assim sendo eu vejo que estamos evoluindo, estamos longe de ter uma cidade perfeita, mas estamos trabalhando para deixar o nosso legado, destravar coisas burocráticas, é notório a entrada de novas empresas no município, exemplo as farmácias, fábricas de artefatos de cimento, entre outras do ramo de confecções. Sabemos que temos muito a remar, e na questão cultural estamos nos dedicando para desmembrar essa pasta, aí sim podemos ser mais específicos e melhorar nesse quesito.
Jornal de Angatuba-Para finalizar, o que o angatubense pode esperar de você, um político de nova geração mas que já tem demonstrado grande interesse de que as coisas mudem para melhor?
Jair- Os angatubenses podem esperar muito trabalho, muito respeito com o dinheiro público, muita ética para tratar dos processos legislativos, muita gratidão pelo apoio que estão me dando nessa nova jornada, podem esperar companheirismo com as comunidades, e meu lema é servir. Também quero que as pessoas que leram essa matéria tenha o discernimento e a compreensão que somos humanos, podemos falhar ou errar até mesmo, mas jamais será por falta de tentativa para que tudo dê certo. Um forte abraço a todos, e foi um prazer responder essas questões aqui apresentadas.
Entrevista publicada no Jornal de Angatuba
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