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Eleitos de Angatuba e Campina do Monte Alegre foram diplomados nesta segunda (19)

dez 20, 2016 Air Antunes Angatuba 1


Os eleitos de Angatuba

Os eleitos de Angatuba- Bonilho Silva (PSD), João Maceno-Maceninho (PMDB), Benedito Plens Neto (PMDB), Pedro das Dores Hergesel -Saci (PV), Élia Mariano (PMDB), prefeito Luiz Antonio Machado (PMDB), José Nilson Antunes de Almeida (PMDB), Nícolas Basile (PMDB), vice-prefeito Márcio Abdelnur (PV), Carlos Matias Junior (PV), Bruno Américo Santi (PSC).

 

 

Eluler Zacarias, juíza Fabiana Marini e Marcos Ramos

Eluler Zacarias, juíza Fabiana Marini e Marcos Ramos

O salão do júri do fórum de Angatuba foi palco, na noite desta segunda-feira, da cerimônia de diplomação dos eleitos dos municípios de Angatuba e Campina do Monte Alegre nas últimas eleições.  Com o recinto lotado a juíza da 215ª Zona Eleitoral de Angatuba, Fabiana Marini, deu início à cerimônia incitando à todos os diplomados a exercerem seus mandados com integridade e, para embalar a sua mensagem, leu a crônica “Sobre Política e Jardinagem”  do educador e escritor, Rubem Alves (1933-2014), transcrito na íntegra na sequência.  Além da juíza fizeram parte da mesa o presidente da OAB-Angatuba, Marcos Ramos Pereira e o representante do Ministério Público local, Euler Zacarias Rodrigues.

Primeiramente receberam os diplomas os vereadores eleitos de Angatuba, assim como o prefeito eleito, Luiz Antônio Machado (PMDB) e o vice, Márcio Abdelnur (PV). Após os vereadores eleitos de Campina do Monte Alegre, também o prefeito eleito Gil Vicente de Oliveira (PDT) e o vice, Jacy Aleixo Machado (PDT), receberem seus diplomas, a cerimônia foi encerrada com os cumprimentos entre todos os presentes.

 

Prefeito Gil, de Campina do Monte Alegre, à direita e vereador eleito Reginaldo Lopes, ao centro.

Prefeito Gil, de Campina do Monte Alegre, à direita e vereador eleito Reginaldo Lopes, ao centro.

 

  Sobre Política e Jardinagem

RUBEM ALVES

De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim vocare, quer dizer “chamado”. Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um “fazer”. No lugar desse “fazer” o vocacionado quer “fazer amor” com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.
“Política” vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.

Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oases. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu “o que é política?”, ele nos responderia, “a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas”.

O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.

Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.

Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer se encontra não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.

Todas as vocações podem ser transformadas em profissões O jardineiro por vocação ama o jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.

Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a profissão política é a mais vil. O que explica o desencanto total do povo, em relação à política. Guimarães Rosa, perguntado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: “Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade… Ao contrário dos ‘legítimos’ políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem.” Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. Uma árvore leva muitos anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.

Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com gigolôs.

Escrevo para vocês, jovens, para seduzi-los à vocação política. Talvez haja jardineiros adormecidos dentro de vocês. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. Todas elas, legítimas, se forem vocação. Mas todas elas afunilantes: vão colocá-los num pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?

Acabamos de celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegar, não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda não tocada pela mão do homem. Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros. Eram lenhadores e madeireiros. E foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim para a felicidade de todos, foi sendo transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde uns poucos encontram vida e prazer.

Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores à cuja sombra nunca se assentariam.

 

 

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One thought on “Eleitos de Angatuba e Campina do Monte Alegre foram diplomados nesta segunda (19)”

  1. Antonio Salvador Basile 20 de dezembro de 2016 at 9:03 pm

    A meritíssima Juíza foi perfeita ao compartilhar sua mensagem, mensagem essa certeira e oportuna para o momento calamitoso em que passamos na atual política.

    Reply ↓

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