Uma das mais tradicionais festas de Angatuba será realizada neste mês de maio, do dia 8 a 31 e no dia 7 de junho. Trata-se da Festa do Divino Espírito Santo. A programação inclui a parte religiosa, romaria, leilão de gado e shows na praça da matriz (leia embaixo quais serão as atrações e seus respectivos dias e horários).
Essa é a 141ª edição da Festa do Divino de Angatuba, que conta com a realização de uma comissão organizadora, com o apoio de pessoas que contribuíram com prendas, de patrocinadores, da prefeitura, tudo isso com a supervisão do padre Rogério José Pereira.
No programa do domingo, 7 de junho, haverá a romaria de cavaleiros que sairá às 10h30 da igreja do bairro dos Buenos, com destino ao asilo Santo Antonio. Haverá uma passagem, com parada na praça Monsenhor Ribeiro (da matriz), para bênçãos dos cavaleiros e seus animais. Às 12 horas tem início o almoço no recinto de festas do asilo, valor do almoço R$ 10,00, e pode ser comprado antecipadamente com os festeiros do Divino do no Escritório Paroquial. Às 15 horas, leilão de prendas vidas, também no asilo.
Embaixo a programação religiosa.
A origem da Festa do Divino
O culto do Espírito Santo, de acordo com o historiador português Moisés do Espírito Santo, tem origem na Antigüidade. Entre os israelitas, a Festa de Pentecostes era celebrada cinqüenta dias (sete semanas) depois da Páscoa, sendo uma das quatro festas importantes do calendário judaico: Páscoa, Omar, Pentecostes e Colheitas.
Ela era conhecida, ainda, com nomes diferentes: das Ceifas, das Semanas, do Dom da Lei, e outros, tendo sido, primitivamente, uma festa agrária dos cananeus.
Entre os hebreus, o termo shabüoth faz referência à festa que começa cinqüenta dias depois da Páscoa e marca o fim da colheita do trigo. “A Festa do Divino é um eco das remotas festividades das colheitas”.
Já o culto ao Espírito Santo, sob a forma de festividade, no sentido que iria adquirir mais tarde, se cristaliza no início da Baixa Idade Média, na Itália, com um contemporâneo de São Francisco de Assis, o abade Joachim de Fiori (morto em 1202), que ensinava que a última fase da história seria a do Espírito Santo. Suas idéias chegaram a Alemanha e espalharam-se pela Europa.
Em Portugal, no século 14, a festa do Divino já se encontrava incorporada à Igreja, como festividade religiosa. A responsável por essa institucionalização da festa em solo português foi a rainha D. Isabel, esposa do Rei D. Diniz (1.279 – 1.325), canonizada como Santa Isabel de Portugal, que mandou construir a Igreja do Espírito Santo, em Alenquer . Em solo português, ela seria fortemente marcada por influências de tradições judaicas, muitas das quais chegaram até nós.
Com o início da colonização, ela foi introduzida no Brasil, provavelmente desde o século 17. A figura do Imperador do Divino – criança ou adulto – era o escolhido para presidir a festa. Aqui ela sempre foi uma festa de caráter popular, não figurando entre as quatro festas oficiais celebradas por ordem da Coroa, no período colonial. Mas seu prestígio no início do século 19 era tanto, que em 1822, segundo Luís da Câmara Cascudo, o ministro José Bonifácio escolheu para Pedro I o título de Imperador, em vez de Rei, porque era muito grande a popularidade do Imperador do Divino. Em certas cidades ou vilas do interior, o Imperador do Divino, com sua corte solene, dava audiência no Império, com as reverências privativas de um soberano.