Fofoca é alguma coisa comprometedora, às vezes, só de ouvir já deixa a gente complicado. Sim, alguém te relata algo que não acrescenta nada em sua vida, não é de interesse público, e você, só de ouvir, já faz parte da fofoca porque assim quis o fofoqueiro que, por sua vez, não passa de um amigo da onça. Também tem aquele lance em que a gente é o ponto central da fofoca, algo que você disse num determinado momento descompromissado o interlocutor repassa para frente tudo distorcido, e acrescenta até o que não foi dito, ele que maldosamente acrescentou. O fofoqueiro é assim, ele te conta algo, então se as coisas complicarem ele tenta se livrar dizendo que ouviu de você. Agora, imaginem que se no cotidiano entre os comuns a fofoca faz grandes estragos avaliem numa abrangência maior, como estamos vendo na política onde um grupo político de extrema direita se fez nisso, é especialista em fake news. As notícias falsas, muitas delas são salpicadas de elementos para ridicularizar o adversário, ou seja, você o destrói enquanto pessoa pública e de tabela sua vida pessoal.
Numa argumentação técnica, científica, a fofoca é uma forma de comunicação que envolve a disseminação de informações muitas vezes não verificadas sobre a vida de outras pessoas. Geralmente, os fofoqueiras são movidos pela curiosidade, pelo desejo de se sentirem importantes ou até mesmo pela intenção de prejudicar a reputação de alguém. A fofoca pode ocorrer em diversos contextos, como no ambiente de trabalho, na escola, entre amigos ou mesmo em comunidades online. Embora a fofoca possa proporcionar um certo prazer momentâneo para quem a dissemina, é importante reconhecer que ela pode ter consequências negativas significativas. A pessoa alvo da fofoca pode sofrer danos emocionais, ter sua reputação prejudicada e até mesmo enfrentar problemas sociais e profissionais. Além disso, a disseminação de informações falsas pode levar a mal-entendidos e conflitos desnecessários.
Observo que nas redes sociais boatos e fofocas às vezes até parecem ser instituições obrigatórias, bases de sustentação das próprias redes, sem que ninguém se preocupe com as consequências. A fofoca, seja de qual dimensão for, sempre gerará sequela vitimando alguém, como ocorreu recentemente com a modelo Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, um caso que envolveu a Mynd, a maior agência especializada em Marketing do Brasil, quando o perfil “Choquei”, que já fez parte de sua rede, foi acusado de compartilhar informações falsas que teriam resultado na morte da referida modelo. O fato até inspirou o governo de Lula em ressuscitar a discussão do PL das fake news (2.620, de 2020).