A sessão ordinária do dia 6 de abril de 1964, da Câmara Municipal de Angatuba, foi intensamente tomada pelo assunto golpe militar ocorrido seis dias antes, com a derrubada do presidente da República João Goulart. E até deu-se a impressão de que a sessão foi realizada para confirmar o apoio dos vereadores angatubenses, em sua maioria, àquilo que eles identificavam uma “revolução”. Mas naquele dia, amenizando o debate acerca do golpe militar, os vereadores depois de vários argumentos votaram e aprovaram , em primeira discussão, o projeto que extinguia o expediente de trabalho do funcionalismo público municipal aos sábados.
O Projeto de Lei era de autoria do vereador José Paz, o Zé Dentista como era conhecido. Ele justificou sua propositura explicando que com o sábado livre o funcionário da prefeitura teria oportunidade de conseguir melhorar seu ordenado fazendo uso de outros meios de trabalho, que no Estado e na União, a referida lei já se encontrava em vigência.
Falando em nome do seu partido, a UDN, o vereador Reinaldo Volpi hipotecou solidariedade à aprovação do Projeto de Lei de autoria de Zé Dentista, porque a propositura acarretaria melhoria à situação dos funcionários e não haveria redução nos períodos de trabalho. Quanto à melhoria dos vencimentos, Reinaldo Volpi esclareceu que por ser funcionário municipal não quis compor a comissão que faria estudos com o prefeito no dia seguinte. Em nome dos funcionários solicitou à comissão nomeada que estudasse com carinho e cuidado pois o erário municipal não se encontrava atualmente em boas condições. O projeto foi aprovado por unanimidade em primeira discussão.
Apenas para ilustrar a matéria, uma foto de uma rua de Angatuba , da época, ou de aproximadamente de 1964.