Já passaram cerca de 30 anos e um monopólio disponibilizado pela prefeitura de Angatuba para a Viação Expresso Transpen usufruir no município ainda perdura. Isso é algo ridículo no exato momento em que ao longo do tempo em vez de melhorar os serviços pioraram. A empresa continua sendo a única que infelizmente faz o transporte intermunicipal, péssimo por sinal, enquanto que não existe qualquer previsão de que essa situação mude, que outra empresa sirva também aos munícipes desde o terminal rodoviário local, lembrando que uma concorrente só atende ao angatubense a partir do posto e restaurante Auto da Serra, localidade fora do perímetro urbano.
Atualmente, a cidade é servida com precários horários de segunda à sexta-feira, ainda em ônibus circulares que param a todo momento não importando se o veículo fique lotado como uma lata de sardinha. Para quem sai da rodoviária com destino ao distrito Bom Retiro, uma trajetória de pouco mais de 20 quilômetros, vai ter que se espremer por quase uma hora. Alguém que dependa da Transpen para fazer uma baldeação em Itapetininga ou em Sorocaba pode tirar o cavalo da chuva, não vai conseguir. Imagine, Angatuba, município localizado a 200 quilômetros de São Paulo, a maior cidade da América Latina, tornou-se uma localidade praticamente inatingível para quem, vindo de longe, depende do transporte intermunicipal. Saindo de Sorocaba, com destino a Angatuba, cobrir um trajeto de 113 quilômetros torna-se uma grande desventura até para o mais otimista cidadão. O jeito é o cidadão esperar meio dia por um ônibus que venha para Angatuba, às vezes a saída é tomar um metropolitano para Itapetininga mas mesmo assim a situação não se ameniza, na vizinha cidade o viajante vai depender de taxis que cobrem o trecho e ainda saindo de lá em horário dependente do taxista. Outro detalhe que até parece uma piada é a ausência dos serviços no final de semana. Pasmém, a Transpen não atende o município aos sábados e domingos, como se o angatubense não tivesse necessidade de viajar nestes dois dias.
A questão do péssimo serviço da Transpen para Angatuba já foi debatida pela Câmara Municipal, mas por enquanto nada de novo. De parte da prefeitura ao que parece a “esperança” é de que a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) resolva. O referido órgão é que regula e fiscaliza o Programa de Concessões Rodoviárias, o transporte coletivo intermunicipal de passageiros e outros serviços de transporte público delegados a ela pelo Estado de São Paulo. Nem é preciso salientar que a prefeitura deveria intensificar esforço para que essa situação seja resolvida, afinal os usuários dos serviços da Transpen no município são na maioria contribuintes, pagam seus impostos e deveriam ter essa reivindicação atendida.
Curiosamente no seu histórico a empresa afirma que “encontra-se sempre em desenvolvimento e crescimento para oferecer as melhores experiências para os consumidores”. Com a palavra a Transpen.