O alinhamento frequente de pastores evangélicos e militares com a extrema direita não é coincidência, mas resultado de uma combinação de interesses ideológicos, estratégicos e históricos. Ambos os grupos tendem a valorizar uma visão de mundo hierárquica e centralizada, em que a autoridade é pouco questionada e a disciplina é vista como virtude central. No caso dos militares, a lógica parte da tradição de ordem, segurança e defesa da “pátria” contra inimigos internos ou externos, muitas vezes definidos de forma vaga, mas ligados a discursos conservadores e anticomunistas.
Já para parte dos líderes religiosos, especialmente no meio evangélico, a aproximação com a extrema direita se dá pelo compartilhamento de pautas morais rígidas e pela defesa de um modelo de sociedade pautado em valores considerados “tradicionais”. Nesse campo, a política se torna ferramenta para garantir influência cultural, manter privilégios institucionais e combater mudanças sociais que percebem como ameaças à sua visão de fé.
O encontro entre esses dois universos acontece porque ambos enxergam na extrema direita um aliado capaz de reforçar sua autoridade e oferecer espaço para que suas agendas avancem. O resultado é um bloco político coeso, mas excludente, que se alimenta do medo de transformações sociais e do desejo de preservar uma ordem que favoreça seus interesses.
Neste alinhamento, pois, pastores evangélicos e militares no poder, com raras exceções, não se importam se do lado em que estão também está o mercado financeiro sempre ganindo contra a política da justiça social, e também não se importam com o aprimoramento da educação, da cultura, da defesa do meio ambiente, entre tantas outras prioridades que realmente são de interesse da grande maioria da população , da classe trabalhadora.