ago 09, 2023 Air Antunes Angatuba 0
ADRIANA ROCHA
A leitura sempre fez parte da minha vida. Os gibis eram o único material escrito a que tinha acesso e, mesmo assim, de forma restrita, em razão das limitações financeiras. Os livros eram raríssimos, compartilhados entre os alunos e devolvidos ao final do ano letivo.
Alfabetizada pela minha mãe, Nice, muito antes de começar o ensino formal, entendi que as letras permitiam composições criativas, que permitiam um outro mundo… Cada palavra aprendida e visualizada era como um presente. E assim cresci!
Os livros são parceiros diários e organizo a minha vida a partir da leitura. Se não estou lendo é porque algo está desestruturado, então, faço uma pausa e escolho a companhia. Como a escolha é complexa! Há tantas possibilidades: leituras e releituras. E a lista aumenta numa proporção que precisaria de muitas vidas para dar conta.
Ainda na escola, minhas aulas preferidas eram de composição, posteriormente transformadas em redação. Entendi, muito cedo, que para escrever bem é preciso ler muito, mais do que simplesmente entender as regras ortográficas e gramaticais, que são importantes, mas que não são suficientes para que o texto seja criativo.
As escritoras me encantavam e me desafiavam a fazer parte deste mundo, a ser uma delas. E, assim, em 2014, aos quarenta anos, publiquei meu primeiro livro: Esti(g)ma, com temática feminina, com narrativas representando trinta dias na vida de uma mulher. A escrita é libertadora! Continuei escrevendo e percebi que o feminino é meu campo de inspiração. Todos os livros solos têm esta temática e sinto-me confortável para tratar do assunto.
A participação em uma antologia de escritoras feministas me inspirou a escrever sobre Dina Lisboa, atriz angatubense, que, mesmo sem mencionar a palavra, era feminista em suas ações, paixões e reações. Assim, nasceu o título do livro que será lançado em sua homenagem, no dia 11 de agosto de 2023, às 19h30, durante o Sarau Literomusical (link no final do artigo) em Angatuba, que acontecerá na Casa da Cultura.
No palco feminista é um livro pensado simbolicamente. Optei por apresentar três contos na primeira parte, representando três gerações de mulheres: a menina, a jovem e a senhora. Na segunda parte, o texto sobre Dina coroa minha visão sobre a luta do ser mulher ao longo da história: os desafios de ruptura com o patriarcado, os preconceitos pela escolha em ser livre, a dor que o machismo causa.
O conteúdo não se limita ao universo feminino, propiciando aos homens reflexões sobre o quanto o seu comportamento é resultado de uma cultura misógina. Élcio, meu parceiro de vida e de letras, comoveu-se ao fazer a revisão textual e confessou-me sua luta para superar ideias arraigadas e que não mais lhes servem. Gratidão pela acolhida à minha escrita. Gratidão por acolher-me!
O livro, publicado pela Crearte Editora, tem o apoio cultural da Lexmediare Câmara de Mediação e Estudos Ltda e está participando do Prêmio Sorocaba de Literatura 2023 na categoria conto.
O exemplar, autografado, será disponibilizado pelo valor de R$ 30,00.
Será uma honra homenagear Dina Lisboa em sua terra natal!
Adriana da Rocha Leite, escritora e advogada
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