ago 02, 2021 Air Antunes Angatuba 0
Estamos vivenciando tempos difíceis… tantas pessoas partindo, fazendo com que a SAUDADE nos leve a revisitar a relação que tínhamos com os nossos entes queridos que faleceram.
Um grande significado dado à vida: a existência de um forte vínculo com alguém que, quando rompido gera a possibilidade de desfazer laços: – o luto: uma dolorosa experiência pessoal e única, mas que também pode e deve se estender aos amigos, além dos familiares.
A morte faz parte da nossa condição humana e seu enfrentamento, nos fortalece quando vivemos paralelamente a realidade da doença e da própria morte.
E acreditar que Deus, Pai Todo Poderoso, que nos dá o poder da Vida e nesses momentos dolorosos, difíceis Ele é quem nos encoraja, nos fortalece e alimenta a nossa Fé.
Perdoem-nos amiga Zéfa e familiares aos tantos amigos e colegas pela nossa ausência, por não poder partilhar com vocês esse extenso tempo de dor que passaram juntos ao leito do nosso estimado Lacir; sem poder receber visitas provocadas por essa terrível e avassaladora pandemia.
Porém, diante dessa ausência, o que nos mantinha confiantes era integrar nas correntes de orações que fluíam para que a Trindade Santa e a Virgem Maria compadecessem desse filho querido, amenizando a dor da família, fortalecendo todos na Fé, na Esperança para minorar essa luta renhida; acreditando que Deus o tempo nos molda e que a dor nos fortalece.
E, pensar, também, que nestes últimos tempos, a morte vem sendo tirada do nosso convívio; quando ela chega não temos mais a despedida. Só a notícia… a terrível notícia da morte!
Sábado, 31 de julho de 2021!
Quando da triste notícia do falecimento do nosso grande amigo e inestimável colega Lacir de Lima Cafundó, o “Professor Lacir”, carinhosamente também chamado “Fiinho”, pelos seus familiares; queria muito que ele estivesse brincando de “sumiu/apareceu” como das nossas brincadeiras infantis.
Queria muito ter me despedido! A perda é seguida da reafirmação da presença e que a despedida tem muita importância.
Professor Lacir:
Seus colegas professores, seus eternos amigos, sentem a saudade batendo no peito da velha amizade; uma “coisa boa”, que continua morando dentro de todos os quais conviveram consigo: colegas, funcionários e alunos do magistério da querida Escola “Ivens Vieira”.
“Saudade não tem braços, mas quando aperta dói demais”, diz o poeta; assim nos permite revisar a realidade da sua história: – uma vida para a educação, para a cidadania:
A inventividade do seu trabalho no magistério, fez com que semeasse sempre flores que superassem as cinzas cotidianas que por ventura surgissem das agruras da sala de aula;
O amor às nossas tradições, o zelo pela nossa história, as lembranças da memória das pessoas simples, os causos, as infinitas estórias… deixaram um grande legado útil, não só aos seus alunos, como também às pessoas que compartilhavam consigo desses momentos infalíveis;
Compromissado que assumiu perante o dom que Deus lhe deu: a Arte, que transformou no Belo as veredas ásperas da sua caminhada profissional;
Encontrou sempre um jeito de se manter imune a tudo que viesse afetar a sua felicidade, que adoecesse a sua alma quando da formação de gerações de alunos e professores;
Ah! a Escola do “Guareí Velho” … construiu seus sonhos, trilhou o seu próprio caminho, escolheu viver os melhores dias da vida devotada à educação;
O “ser” religioso latente em você, permitiu que os dias bons lhe dessem felicidade, que os dias ruins lhe dessem experiência e os piores lhe ensinassem a viver;
Diante das intrigas, das maledicências que aconteciam vez por outra entre seus pares ou não… soube filtrar os sentimentos, as pessoas e as situações que chegavam até o seu coração;
Ser humano simples, filho amado, pai extremoso, esposo devoto; aprendeu a se libertar de tudo o que impedisse o seu progresso, que o desmotivava;
Pessoa prestativa, altruísta, colaborou incansavelmente nas festas tradicionais e beneficentes;
Eterno “folião”, criou, fez artes… esbanjou alegria, animação nos desfiles carnavalescos da sua amada Escola de Samba “Liberdade”;
Sobretudo, como verdadeiro angatubense, primou por uma vida carregada de exigências de responsabilidade e de cidadania. Escolheu um caminho a trilhar, para a vida pública com a marca da ética, da solidariedade e ao respeito ao “outro” nas relações humanas;
E, muito mais … junto à zelosa e aguerrida esposa “Zéfa”, junto ao casal de filhos, iniciou a tão bem aventurada família, você, meu amigo, viu mais uma vez em sua existência que no comando de tudo está Deus!
E, assim, você partiu ao encontro do Senhor nosso Deus!
“Fechei os olhos e pedi um favor ao vento:
Leve tudo que for necessário.
Ando cansada (o) de bagagens pesadas.
Daqui para frente apenas o que couber
no bolso e no coração” (Cora Coralina)
Parte em paz, nosso velho amigo guerreiro!
Que Deus Pai Todo Poderoso o receba de braços abertos na Eternidade, no aguardo da Ressureição!
Resta-nos a comunhão da dor e na oração com toda família. Que o Cristo Salvador e a Virgem Maria Mãe de Deus derramem sobre todos, “a luz que renova, a serenidade que acalma e o amor que protege”, na esperança do encontro definitivo que juntos teremos com a vida em plenitude na Casa do Pai!
Assim seja!
Prof.ª Maria Aparecida M. Lisboa
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