jun 10, 2014 Air Antunes Efeméride Musical 0
JOÃO GILBERTO- João Gilberto Prado Pereira de Oliveira nasceu na cidade baiana de Juazeiro. Desde cedo Gilberto parecia obcecado com a música; tanto que seu avô lhe comprou o primeiro violão quando tinha 14 anos. Depois de um ano, o resultado foi a liderança de uma banda de jovens estudantes. Durante esse tempo, Gilberto estava absorvido pela base rítmica das canções populares brasileiras e pela riqueza do som de Duke Ellington e Tommy Dorsey. Aos 18 anos, Gilberto deixou Juazeiro e foi viver em Salvador, buscar oportunidades na indústria cultural e atuar em shows ao vivo nas emissoras de rádio. Depois de ser ouvido pelo crítico musical carioca Antonio Maria, foi convidado a ser solista do grupo vocal “Garotos da Lua”. Mudou para o Rio de Janeiro, mas Gilberto ficou apenas um ano com o grupo, uma vez que todos se cansaram das suas ausências e falta nos shows. Demitido, Gilberto passou durante alguns anos a não ter residência fixa, vivendo da boa vontade dos amigos. Evidentemente Gilberto era uma companhia agradável, carinhoso e tinha extrema paciência para com os amigos. Após quase uma década de tentativas, uniu forças com o cantor Luis Telles que encorajou Gilberto a deixar o Rio e se mudar para Porto Alegre. Em pouco tempo, tinha se tornado na atração das noites de Porto Alegre, sendo esse período o responsável pelo aperfeiçoamento de seu estilo vocal e da batida de violão. João Gilberto cantava com de uma forma calma, sem vibrato, que associado ao seu toque no violão, o tornou famoso o bastante para gravar seu primeiro disco, “Chega de Saudade”(1959), um disco que fez dele um grande artista da bossa nova que agora emergia com sua voz e tom. Pegou a estrada, realizou shows pelo Brasil e gravou mais dois discos: “O Amor, o Sorriso e a Flor” (1960) e “João Gilberto”(1961). Depois de participar em 1962 do famoso evento de Bossa Nova no Carnegie Hall João decidiu morar nos Estados Unidos, onde viveu até 1980. Durante esse período, ele participou de importantes álbuns, como os que fez com saxofonista Stan Getz e Charlie Byrd, além de rever as obras de antigos compositores brasileiros, como Dorival Caymmi e Ary Barroso. Ele retornou ao Brasil no começo dos anos oitenta e desde então tem trabalhado com grandes nomes da música popular brasileira como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa e Chico Buarque. Apesar de não vender como antes, continua sendo muito respeitado por sua obra, ainda influenciando muitos jovens artistas. Mantendo sua imagem enigmática e excêntrica, Gilberto que vive um estilo semi-recluso e segundo à sua maneira, por mais de quarenta anos, ele que mudou o curso da cultura brasileira, fazendo da bossa nova a sua música e fazendo dela uma música universal. João Gilberto nasceu em Juazeiro/BA, em 10 de junho de 1931, morreu no Rio de Janeiro em 6 de julho de 2019.
ROSINHA DE VALENÇA– Maria Rosa Canellas, conhecida por Rosinha de Valença, violonista, cantora e compositora brasileira. O nome artístico lhe teria sido dado por Sérgio Porto, que dizia que ela tocava por uma cidade inteira. Um gravíssimo problema de saúde a retirou definitivamente do mundo artístico em 1992. Violonista concertista, cantora, e compositora nascida em Valença, no interior do Estado do Rio de Janeiro, Rosinha de Valença foi um dos mais importantes nomes femininos da música popular brasileira e considerada uma das matrizes instrumentais da bossa nova. Ainda criança começou a se interessar pelo violão, assistindo aos ensaios do conjunto regional de seu irmão, Roberto. Incentivada por esse irmão, começou a estudar violão sozinha, ouvindo músicas de rádio e, aos 12 anos, com técnica impressionante, já tocava na rádio da cidade e animava festas e bailes da região. Deixou os estudos para dedicar-se inteiramente à música1 e, em 1963, mudou-se para o Rio. Descoberta pelo jornalista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que a apresentou a Baden Powell e Aloysio de Oliveira, na boate Au Bon Gourmet. De Sérgio, ganhou o nome artístico de Rosinha de Valença. Na descrição entusiasmada do jornalista, Rosinha tocava por uma cidade inteira. Passou a tocar na boite Bottle’s, onde ficou por oito meses, e gravou seu primeiro disco, Apresentando Rosinha de Valença (1963), pela gravadora Elenco, pertencente a Aloysio. Destacou-se como excelente instrumentista, apresentando-se em programas de televisão como O Fino da Bossa, ao lado de Baden Powell, mestre de seu estilo no instrumento. Sua atuação com Baden foi fundamental para o rumo instrumental que a bossa nova veio a desenvolver. Viajou (1964), excursionou pelos Estados Unidos com Sérgio Mendes e seu grupo “Brasil 65” e mais Chico Batera, Jorge Ben, Wanda Sá e Tião Neto. O grupo gravou dois discos. Seguiu depois para a Europa como solista de um grupo formado pelo Itamaraty, para divulgar a música popular brasileira no exterior, apresentando-se em 24 países europeus. Rosinha passou também uma temporada em Paris, com uma bolsa de estudos da Embaixada da França. Em 1967, foi a violonista do show Comigo me desavim, de Maria Bethânia. Depois de sucessivas viagens e apresentações na URSS, Israel, Suíça, Itália, Portugal e países africanos, voltou ao Brasil em 1970 e engajou-se em movimentos de valorização da música instrumental do Brasil. A artista retornou ao Brasil em 1971 e passou a produzir discos de Martinho da Vila, participando de seus quatro LPs. Também produziu discos, dos quais participou igualmente como instrumentista, Nara Leão, Maria Bethânia e Miúcha, entre outros, e trabalhou com grandes nomes da música internacional, como o saxofonista Stan Getz e a cantora Sarah Vaughn. Depois voltou para a França. De volta ao Brasil em 1974, organizou uma banda que teve várias formações e contou com a participação de artistas como o pianista João Donato, o flautista Copinha e as cantoras Ivone Lara e Miúcha. Por sua atuação, ganhou um prêmio da Ordem dos Músicos do Brasil. Nos anos seguintes apresentou-se em diversos shows, ao lado de sua banda ou sozinha e acompanhando outros artistas. Gravou mais de uma dezena de LPs, editados no Brasil, EUA, Alemanha e França, por várias gravadoras, entre as quais RCA, Odeon, Forma, Pacific Jazz e Barclay. Um dos momentos marcantes de suas gravações foi Violões em Dois Estilos, gravado com Waltel Branco, pela Som Livre (1980), com repertório bastante eclético, com faixas como “Porto das Flores” (de sua autoria), “Asa Branca” (de Luís Gonzaga e Humberto Teixeira), “Morena do mar” (de Dorival Caymmi), “Ponteio” (W. Blanco), “Minueto e Prelúdio nº 13” (J. S. Bach). Quando sofreu a parada cardíaca (1992) que lhe causou uma lesão cerebral e a deixou em coma, ela estava de férias no Brasil. Desde então, Rosinha permaneceu em estado vegetativo e foi levada de volta para Valença. Dois anos após entrar em coma, um grupo de artistas realizou um show beneficente no Canecão para ajudar a custear suas despesas médicas. Nasceu em Valença /RJ, em 30 de julho de 1941, morreu em Valença em 10 de junho de 2004.
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