set 16, 2013 Air Antunes Ilustrada 0
Domingo, 28 de setembro de 2008, alguns angatubenses e inúmeros telespectadores em todo o país, sintonizados na TV Cultura de São Paulo, assistiram ao programa “Prelúdio”, um espaço para revelar jovens talentos da música clássica em um grande e requintado show de calouros. A gravação do programa havia sido feita no sábado, 20 de setembro. Na platéia, um grupo de pessoas de Angatuba assistiu detidamente a jovem Isaura Melo projetar o nome da cidade ; ela apresentou uma peça de Carl Heinrich Carsten Reinecke, célebre compositor e pianista alemão do século 19. Aplausos! Isaura foi aclamada a vitoriosa daquela etapa depois de ficar empatada com outras duas concorrentes e ter o voto de desempate do ilustre maestro Júlio Medaglia, o idealizador e produtor do programa.
Quanto ao júri, que júri a jovem de 18 anos, de Angatuba, enfrentou! Um integrante, o pianista Gilberto Tinetti , destaca-se como um dos mais importantes nomes da atual cena musical brasileira; quando radicado em Paris, realizou estudos de aperfeiçoamento com mestres como Alfredo Cortot, Friedrich Wuehrer e Madga Tagliaferro de quem é uma espécie de herdeiro musical; tem atuado intensamente por todo o Brasil e em grandes centros da Europa, América Latina, como recitalista camerista; desenvolve também intenso trabalho didático, atualmente, como professor de piano do Departamento de Música da Universidade de São Paulo; é produtor e apresentador do programa “Teclado”, da Rádio Cultura FM, de São Paulo. Outro jurado, Irineu Franco Perpétuo, jornalista especializado em música erudita, lançou recentemente, em parceria com Alexandre Pavan, o livro “Popular & Eruditos”, pela Editora Invenção, que é uma coletânea de 25 reportagens sobre a música brasileira, publicados originalmente na revista Educação, entre os anos de 1988 e 2000. Um terceiro jurado, Eduardo Monteiro, é formado em música pela Escola de Música da UFRJ, onde obteve o título de bacharel em piano e de Mestre, com dissertação sobre Ravel.; em 2000 tornou-se doutor em Musicologia pela Universidade de Paris V-Sorbonne, defendendo tese sobre o compositor brasileiro Henrique Osvald.
No sábado, 20 de setembro, Angatuba fervilhou, podemos dizer assim, culturalmente, em São Paulo. Enquanto Isaura gravava no teatro Franco Zampari, para o programa “Prelúdio”, da TV Cultura, no Parque da Água Branca, no grande festival da cultura popular paulista, o Revelando São Paulo, o estande de artesanato da cidade estava sendo visitado por milhares de pessoas de todo o Estado e de outras partes do Brasil; em outro ponto do Parque a sua bebida artesanal estava sendo apreciada por magnifico número de visitantes, e, na grande arena, bonecões de rua angatubenses se misturaram entre tantos outros proporcionando uma grande festa de animação e cores.
O editorial, em questão, quer enfatizar um detalhe muito importante a respeito do sistema administrativo do município a partir do ano que vem com nova gestão. No domingo 5 de outubro acontecem as eleições municipais, a população vai eleger prefeito e vereadores, e ela vai às urnas depois de ter ouvido intensas vezes promessas e propostas abordando melhorias na saúde, na educação, na geração de empregos, na construção de casas populares, de ter ouvido propostas de mudanças tanto quanto da manutenção da qualidade de vida, etc. Vale indagar, quantos serão os eleitores que irão às urnas votando para que outras Isauras resplandeçam no cenário cultural, assim como outras dezenas de jovens músicos, como o violeiro Rafael Henrique e o saxofonista Joubert Neto, entre outros, que têm se destacado por onde se apresentam? Quantos serão os eleitores que irão votar pensando na formação de novos grupos de teatros, nos talentos da dramaturgia, na revelação de novos escritores, nas participações destacadas de Angatuba em feiras ou festivais culturais?
Não é demais lembrar que prioridades como a saúde, a educação, enfim, a qualidade de vida como um todo, seriam menos desgastantes de serem desenvolvidas se existissem um grau de cultura mais elevado, acesso mais facilitado às artes, ao conhecimento mais aprofundado da literatura, maior integração aos fatos contemporâneos, em especial, etc. Não há dúvida de que Angatuba tem avançado de uma forma magistral no setor, e isso deve ser reconhecido e atribuído à atual administração, mas este é um fator que sempre deve ser lembrado pois afinal de contas esta é uma área ilimitável e o que não pode é haver qualquer ruptura em relação à face culta do sistema. Qualquer cidadão prefere ver Angatuba ser representada num programa erudito da TV Cultura ou qualquer outra grande emissora, ver a cidade fazendo bonito em eventos culturais lá fora, do que ver na TV Tem, a conhecida concessionária global na região, notícias que depreciam a cidade e, o que é pior, de maneira até injusta.
A propósito, o programa “Prelúdio”, além de chegar em todo o Brasil pela TV Cultura, foi notícia em grandes veículos da mídia impressa, como o jornal O Estado de Sâo Paulo, o Estadão, por sua vez o Revelando São Paulo, que recebeu um número de 1 milhão e 500 mil visitantes foi notícia no Bom Dia Brasil , da Rede Globo; documentário especial do programa de Otávio Mesquita da rede Bandeirantes, e recebeu destaques em noticiários do SBT, Record, dos grandes jornais impressos, etc.
Editorial do Jornal de Angatuba de 3/18 de outubro de 2008
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