jun 15, 2022 Air Antunes Angatuba 0
A vida não pode ser pensada sem a morte!
O reviver dos que já partiram então dos nossos convívios e esperanças são lembrados com saudade. Se hoje deseja-se a felicidade é porque ela já foi vivida e dela ficou a lembrança!
Sem contar as histórias de vida da Jolice, como elas ficam?
Lembranças são parte importante da herança que se deixa.
A sua verdadeira identidade…o seu verso e reverso, o nó dos seus sentimentos, o afago e o desafio…no entanto, sentia-se simplesmente Jolice, aquela que não recuava diante das “veredas imprevisíveis”.
Partilhando sua vida e seus dons…herança indentitária da Família Pedroso: habilidosos construtores, máximas de vivências na sabedoria, na arte-o “Belo” em profusão, sensíveis a dor dos “outros”, o acolhimento, a caridade, a solidariedade como dádiva de Deus, a culinária…assumiu na própria vida; um esforço coletivo, uma ação comunitária, um mutirão que irmanava na certeza de que as tarefas que propunha não eram inatingíveis, havia o reforço, o respaldo dos entes queridos. Daí, compreender o lugar ocupado pela sua tradição familiar.
A primeira forma de cumprir sua dimensão de cidadania foi como aluna do curso do magistério na Escola “Ivens Vieira” ao desenvolver atividades pedagógicas, sobretudo, extraclasse pode revelar seus pendores de liderança na formação de equipe durante as comemorações cívicas, culturais, principalmente nas festas do Folclore, de grande importância enquanto cultura popular, de onde a aluna Jolice estabeleceu comportamentos que contribuíram para forjar um universo pessoal bastante variado e rico de crenças e valores.
Deus se revela em nós à medida que ofertamos o nosso melhor, mas seria para Jolice o de desenvolver um trabalho dedicado à Santa Casa de Angatuba, pelo qual buscou se especializar na área da saúde, tendo como referência a compaixão e a partilha com o próximo. A convivência com os doentes a complementava e realizava a força amorosa e transformadora, plena de todo bem-querer, alegria, realização pessoal.
No decorrer de diferentes períodos a Santa Casa recebeu enfermeiras holandesas, médicos e enfermeiras cubanos, enfermeiras espanholas e o médico espanhol Dr José Angel Ybarrola. Essa instituição filantrópica funcionava como modelo de saúde pública e havia uma parceria muito grande, verdadeira harmonia entre todos os setores; também Jolice “arregaçava as mangas”e todos convictos , de que “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, sem admitir que lhes roubassem a esperança da cura, de enxergar nos dramas alheios caminhos de humanização, de cooperação, de solidariedade aos doentes e seus familiares.
Consciente de suas competências irá comprometer-se com outras causas e fins comuns, conduzindo Jolice ao desenvolvimento e prática dos seus pendores culinários (herança familiar) na direção da “cozinha piloto”. Sempre acompanhada de uma equipe “sui generis”, singular…fez do trabalho a convivência exitosa com todos os setores da prefeitura: escolas municipais e estaduais, instituições beneméritas, com pessoas também de diferentes classes sociais e procedências…sempre a complementar e realizar esse seu importante mister. Uma força amorosa e transformadora, plena de resultados positivos que a merenda escolar de altíssima qualidade impunha.
Tamanhas eram as suas ocupações laborais, tornando também imprescindível a participação da Jolice nas festividades carnavalescas. Com antecedência ao desfile do Bloco “Vai, quem qué”, o dirigente Lucio Manfredo Lisboa contava com o apoio da Jolice e sua equipe para zelar desde os arranjos artísticos, angariar fundos, preparo de comes e bebes e tantos outras tarefas cabíveis para o brilhantismo do tradicional bloco popular carnavalesco.
E da Escola de samba “maracatu”, então, a “coqueluche “da Jolice, que junto aos seus familiares primavam pelo gosto impecável dos seus carros alegóricos e fantasias a fim de garantir sucesso nos desfiles carnavalescos.
Apesar das condições adversas vivenciadas, Jolice nunca deixou-se afetar e, mesmo aposentada continuou dando vez e voz ao seu espírito humanista, atendendo pessoas necessitadas da sua boa vontade, do seu altruísmo. Foi na família de seu compadre Vinicius de Morais Lisboa, que sempre encontrou o respaldo necessário para suas ações beneméritas, utilizando seu “casarão” para suas ações solidarias, recebendo, diuturnamente pessoas que buscavam alento e proteção, autoridades políticas, e fomentando encontros pedagógicos, sociais, …
E o tempo passava, e passou o tempo para Jolice! Teria que lidar com a doença, solidão, mudanças…no silêncio das suas desesperanças; o acolhimento dos seus entes queridos.
Como seria o amanhã? Teria mais desafios?
Mas a vida precisava do vazio!
Era o vazio grande da “Jolice de outrora” que precisava abarcar de onde saiu e para onde haveria de retornar. No vazio também chamado silêncio, Jolice enfrentou a doença, a ausência dos estes queridos, das permanências nos hospitais, na Santa Casa de Angatuba, tão diferente daquela sua Santa Casa dos velhos tempos, e que foi acolhida para o seu último ADEUS!
Que Deus Pai, Todo Poderoso acolha a alma da amada filha Jolice, dando-lhe o repouso eterno e Jesus Cristo junto à sua Mãe Maria Santíssima, concedam Paz, muita Paz para a Família enlutada!
“Jolice, a sua amizade eternizou em nós” – Família Levy Lisboa
Maria Aparecida Morais Lisboa
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