maio 13, 2014 Air Antunes Ilustrada 2
Depois de mais de 300 anos de escravidão no Brasil a abolição em 13 de maio de 1888, um domingo, foi pouco referida nos jornais que circularam naquele dia. É certo que o assunto tomou conta da semana entrante, mas a data para a oficialização do feito já era sabida dias antes. Na verdade, o movimentos abolicionista havia começado várias décadas antes. Joaquim Nabuco, um dos principais abolicionistas, colaborou para a primeira etapa do processo em 1850, que consistia na extinção do tráfico de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre. Esta lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei. No ano de 1885, foi promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade .Foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total e definitiva finalmente foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão no país. Com todo este desenvolvimento sobre uma causa, os jornais daquele dia não se aprofundaram muito sobre o tema. O jornal “A Província de São Paulo” , atualmente, “O Estado de São Paulo”, dedicou apenas duas coluna à esquerda, da primeira página, para tratar do assunto. (Leia a referida primeira página na sequência da matéria-clique sobre para aumentar).
Há quem considere a Princesa Isabel uma santa por ter assinado a Lei Áurea, mas ela não fez mais que obrigação, além da pressão que existia de parte de muitos políticos, afinal de contas o Brasil já vinha sofrendo uma espécie de boicote de outros países por ter ainda uma mão de obras escrava, e isso vinha prejudicando as exportações. Aliás, o Brasil foi o último país no mundo a sediar a escravidão, e até deve ser por este fato que o racismo ainda predomina muito na nação, e os negros ainda representando a classe com menos oportunidade no mercado de trabalho. O sociólogo Gilberto Freyre foi quem diz que a liberdade dos escravos não foi ampla, que a Lei Áurea só transferiu eles da senzala para a favela. E é verdade, não houve qualquer indenização aos negros pelos mais de 300 anos labutando de sol a sol, sendo chicoteados, tratados como burros de carga, e tudo isso na condição de escravos, ao contrário do que foram oferecidos aos imigrantes europeus, japoneses e outros do velho mundo. Mas, enfim, veio a abolição e os negros ainda lutam sentindo as dificuldades refletidas da época da escravidão.
Atualmente, as comunidades negras, as instituições afrodescendentes, cultuam mesmo o 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra, que é a data do nascimento de Zumbi dos Palmares, pois aquela tem mais a ver com o verdadeiro anseio do negro que é a obtenção da liberdade não apenas física, mas a do direito de cidadania, da qualidade de vida, do direito de representar, da propriedade e do respeito.
Bem que os jornais daquele dia poderiam se aprofundar mais na questão, mas não o fizeram. Instrumentos principais dos oligarcas, imaginaram que a partir dalí o importante se restringia ao desenvolvimento dos negócios efetuados pelos barões do café.
Embaixo, a primeira página do jornal “A Província de São Paulo”, atual “Estadão”. Clique sobre a postagem para aumentá-la.
happy wheelsjan 04, 2024 0
maio 20, 2023 0
maio 13, 2023 0
maio 13, 2023 0
Sim, Tiago, concordo, o Brasil não foi o último país a abolir a escravidão, foii de fato, a Mauritânia, mas .já no século 20 e há menos de 40 anos, mas aí trata-se de uma anomalia que frustra os apelos de liberdade já tão difundidos,algo que horripila qualquer cidadão em qualquer canto do mundo, enquanto naquela época a escravidão era vista de uma forma quase normal, e para muitos até representava a supremacia do ser humano dito “superior” sobre o “inferior”. Digo que a escravidão no Brasil foi um dos fatos que fecharam um ciclo da história mundial.
O Brasil não foi o último país do mundo a abolir a escravidão, foi sim, o último país do continente americano a abolila ( www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/etapas_da_luta_abolicionista.html), o último país que de fato aboliu a escravidão foi a Maurítânia, apenas, acredite em 1981 https://pt.globalvoices.org/…/mauritania-a-cara-da-escravidao-moderna/) vale lembrar que no caso da Mauritânia foi abolida oficialmente, infelismente, ainda ocorre na prática.
Quanto o fato dos jornais do dia 13 de maio não ter dado tanta ênfase no assunto há de se considerar que na época a informação sobre eventos, ainda que importantes demoravam a chegar e a serem confirmadas, ainda hoje os jornais de papel demoram um pouco a imprimirem notícias sobre fatos importantes, por exemplo, em 2011 a a morte de Bin Laden ocorreu em um horário em que os jornais escritos da europa já estavam em circulação, porisso a morte desse terrorista só foi tratada pela mídia empressa desses locais com mais ênfase no dia seguinte.
Eu concordo com você que os escravos foram libertados sem nenhum direito a indenisação, a lei áuria continha dois artigos, que diziam: Art 1 a escravidão está abolida no Brasil.
Art 2 revoga-se quaisquer disposições em contrário.
Não determinou nenhuma providência para a vida dos agora libertos.
Eu concordo com você que eles foram muitas vezes habtar a favela e viver em condições miseráveis, mas apesar disso não eram mais escravos, vale lembrar que se a monarquia tivesse decretado mais leis para a integração dos ex escravos poderia ter havido uma revolta da elitizinha rural um ano e meio antes e implantado a república com muito mais derramamento de sangue, já que os ex escravos, naturalmente ficariam do lado da monarquia, que não queria, nem conseguia se defender.
Apesar do erro que apontei sobre o Brasil ser o último país do mundo a declarar a escravidão gostei do seu texto, eu concordo com a excência dele.