jun 04, 2014 Air Antunes Artigos 4
MARCELO ZERO
Ao contrário de alguns, não sinto nenhuma vergonha do meu país.
Não sinto vergonha dos 36 milhões de brasileiros que conseguiram sair daquilo que Gandhi chamava de a “pior forma de violência”, a miséria.
Agora, eles podem sonhar mais e fazer mais. Tornaram-se cidadãos mais livres e críticos. Isso é muito bom para eles e muito melhor para o Brasil, que fica mais justo e fortalecido. E isso é também muito bom para mim, embora eu não me beneficie diretamente desses programas. Me agrada viver em um país que hoje é um pouco mais justo do que era no passado.
Também não sinto vergonha dos 42 milhões de brasileiros que, nos últimos 10 anos, ascenderam à classe média, ou à nova classe trabalhadora, como queiram.
Eles dinamizaram o mercado de consumo de massa brasileiro e fortaleceram bastante a nossa economia. Graças a eles, o Brasil enfrenta, em condições bem melhores que no passado, a pior crise mundial desde 1929. Graças a eles, o Brasil está mais próspero, mais sólido e menos desigual. Ao contrário de alguns, não me ressinto dessa extraordinária ascensão social. Sinto-me feliz em tê-los ao meu lado nos aeroportos e em outros lugares antes reservados a uma pequena minoria. Sei que, com eles, o Brasil pode voar mais alto.
Não tenho vergonha nenhuma das obras da Copa, mesmo que algumas tenham atrasado. Em sua maioria, são obras que apenas foram aceleradas pela Copa. São, na realidade, obras de mobilidade urbana e de aperfeiçoamento geral da infraestrutura que melhorarão a vida de milhões de brasileiros. Estive no aeroporto de Brasília e fiquei muito bem impressionado com os novos terminais e com a nova facilidade de acesso ao local. Mesmo os novos estádios, que não consumiram um centavo sequer do orçamento, impressionam. Lembro-me de velhos estádios imundos, inseguros, desconfortáveis e caindo aos pedaços. Me agrada saber que, agora, os torcedores vão ter a sua disposição estádios decentes. Acho que eles merecem. Me agrada ainda mais saber que tido isso vem sendo construído com um gasto efetivo que representa somente uma pequena fração do que é investido em Saúde e Educação. Gostaria, é claro, que todas as obras do Brasil fossem muito bem planejadas e executadas. Que não houvesse aditivos, atrasos, superfaturamentos e goteiras. Prefiro, no entanto, ver o Brasil em obras que voltar ao passado do país que não tinha obras estruturantes, e tampouco perspectivas de melhorar.
Tranquiliza-me saber que o Brasil tem um sistema de saúde público, ainda que falho e com grandes limitações. Já usei hospitais públicos e, mesmo com todas as deficiências do atendimento, sai de lá curado e sem ter gasto um centavo. Centenas de milhares de brasileiros fazem a mesma coisa todos os anos. Cerca de 50 milhões de norte-americanos, habitantes da maior economia do planeta e que não têm plano de saúde, não podem fazer a mesma coisa, pois lá não há saúde pública. Obama, a muito custo, está encontrando uma solução para essa vergonha. Gostaria, é óbvio, que o SUS fosse igual ao sistema de saúde pública da França ou de Cuba. Porém, sinto muito orgulho do Mais Médicos, um programa que vem levando atendimento básico à saúde a milhões de brasileiros que vivem em regiões pobres e muito isoladas. Sinto alívio em saber que, na hora da dor e da doença, agora eles vão ter a quem recorrer. Sinto orgulho, mas muito orgulho mesmo, desses médicos que colocam a solidariedade acima da mercantilização da medicina.
Estou também muito orgulhoso de programas como o Prouni, o Reuni, o Fies, o Enem e os das cotas, que estão abrindo as portas das universidades para os mais pobres, os afrodescendentes e os egressos da escola pública.
Tenho uma sobrinha extremamente talentosa que mora no EUA e que conseguiu a façanha de ser aceita, com facilidade, nas três melhores universidades daquele país. Mas ela vai ter de estudar numa universidade de segunda linha, pois a família, muito afetada pela recessão, não tem condição de pagar os custos escorchantes de uma universidade de ponta. Acho isso uma vergonha.
Não quero isso para o meu país. Alfabetizei-me e fiz minha graduação e meu mestrado em instituições públicas brasileiras. Quero que todos os brasileiros possam ter as oportunidades que eu tive. Por isso, aplaudo a duplicação das vagas nas universidades federais, a triplicação do número de institutos e escolas técnicas, o Pronatec, o maior programa de ensino profissionalizante do país, o programa de creches e pré-escolas e o Ciência Sem Fronteiras. Gostaria, é claro, que a nossa educação pública já fosse igual à da Finlândia, mas reconheço que esses programas estão, aos poucos, construindo um sistema de educação universal e de qualidade.
Tenho imenso orgulho da Petrobras, a maior e mais bem-sucedida empresa brasileira, que agora é vergonhosamente atacada por motivos eleitoreiros e pelos interesses daqueles que querem botar a mão no pré-sal. Nos últimos 10 anos, a Petrobras, que fora muito fragilizada e ameaçada de privatização, se fortaleceu bastante, passando de um valor de cerca de R$ 30 bilhões para R$ 184 bilhões. Não bastasse, descobriu o pré-sal, nosso passaporte para o futuro.
Isso seria motivo de orgulho para qualquer empresa e para qualquer país. Orgulha ainda mais, porém, o fato de que agora, ao contrário do que acontecia no passado, a Petrobras dinamiza a indústria naval e toda a cadeia de petróleo, demandando bens e serviços no Brasil e gerando emprego e renda aqui; não em Cingapura. Vergonha era a Petrobrax. Pasadena pode ter sido um erro de cálculo, mas a Petrobrax era um crime premeditado.
Vejo, com satisfação, que hoje a Polícia Federal, o Ministério Público, a CGU e outros órgãos de controle estão bastante fortalecidos e atuam com muita desenvoltura contra a corrupção e outros desmandos administrativos. Sei que hoje posso, com base na Lei da Transparência, demandar qualquer informação a todo órgão público. Isso me faz sentir mais cidadão. Estamos já muito longe da vergonha dos tempos do “engavetador-geral”. Um tempo constrangedor e opaco em que se engavetavam milhares processos e não se investigava nada de significativo.
Também já se foram os idos vergonhosos em que tínhamos que mendigar dinheiro ao FMI, o qual nos impunha um receituário indigesto que aumentava o desemprego e diminuía salários. Hoje, somos credores do FMI e um país muito respeitado e cortejado em nível mundial. E nenhum representante nosso se submete mais à humilhação de ficar tirando sapatos em aeroportos. Sinto orgulho desse país mais forte e soberano.
Um país que, mesmo em meio à pior recessão mundial desde 1929, consegue alcançar as suas menores taxas de desemprego, aumentar o salário mínimo em 72% e prosseguir firme na redução de suas desigualdades e na eliminação da pobreza extrema.
Sinto alegria com esse Brasil que não mais sacrifica seus trabalhadores para combater as crises econômicas.
Acho que não dá para deixar de se orgulhar desse novo país mais justo igualitário e forte que está surgindo. Não é ainda o país dos meus sonhos, nem o país dos sonhos de ninguém. Mas já é um país que já nos permite sonhar com dias bem melhores para todos os brasileiros. Um país que está no rumo correto do desenvolvimento com distribuição de renda e eliminação da pobreza. Um país que não quer mais a volta dos pesadelos do passado.
Esse novo país mal começou. Sei bem que ainda há muito porque se indignar no Brasil.
E é bom manter essa chama da indignação acessa. Foi ela que nos trouxe até aqui e é ela que nos vai levar a tempos bem melhores. Enquanto houver um só brasileiro injustiçado e tolhido em seus direitos, todos temos de nos indignar.
Mas sentir vergonha do próprio país, nunca. Isso é coisa de gente sem-vergonha.
Da revista Isto É.
Marcelo Zero é formado em Ciências Sociais pela UnB
happy wheelsnov 12, 2023 0
out 12, 2023 0
jul 06, 2023 0
maio 31, 2023 0
HMM-RPL-PNBC-ME X HERANÇA MALDITA. OUTUBRO PROMETE. Há 20 anos estamos tentando, pelos caminhos da paz, do amor, do perdão, da conciliação, da união e da mobilização, negociar um Novo Pacto Social para o Brasil, no sentido do descortino de novos horizontes, principalmente para as próximas gerações, propondo a Mega-Solução para o velho “mar de lama” da corrupção e CIA, como desejam as Ruas do Br…asil, que, obviamente, implica em ruptura com o velho continuísmo da mesmice, das velhas heranças malditas, representados pelos velhos gollpismo-ditatorial, partidarismo-elleitoral (situação, oposição, direita, centro, esquerda), velhacos, mas confesso que está muito difícil convence-los porque, ao que parece, elles estão mentalmente condicionados na mentalidade antiga e só conseguem pensar na próxima eleição, no que cada um delles pode conseguir para si, sem condições de refletirem sobre o que todos podemos ganhar com a Mega-Solução (RPL-PNBC-ME), especialmente as próximas gerações, motivo face aos quais estou chegando à conclusão que o único caminho a seguir é a retidão, a linha direta com as Ruas, porque das velhas heranças malditas não podemos e nem devemos esperar mais nada de novo de verdade, senão apenas mais dos mesmos, mais continuísmo da mesmice, raso e seco, que, aliás, é gollpe, como já disse o Dr. Ayres Britto, ex-STF.
O QUE INTERESSA AO CAPITAL VELHACO EM TERMOS DE ELEIÇÕES , OU GOLLPE ? Quem melhor segura a Vaca para a velha e nova bezerrada de ouro mamar é o que o capital velhaco, senhor das eleições e patrão dos eleitos, quer saber do partidarismo-elleitoral e do gollpismo-ditatorial, velhacos, conforme a lua de mel ou de fel de cada um com a população, no tempo e no espaço, à base do aqui e agora, os quais, assim, nos têm reféns há 125 anos, como massa de manobras. O resto são detalhes. Portanto, tirar o controle remoto das mãos do capital velhaco e entregá-lo à população, diretamente, é o que pretendemos fazer via RPL-PNBC-ME (Revolução: na Política e no Estado). E, ao que parece, é isso o que a população tb está querendo, e é nessa sintonia que grande parte dos segmentos sociais, mais conscientes, tb estão operando, perfazendo-se assim uma grande, inédita e inusitada coincidência de propósito, que, às vezes, nem coincidência parece, mas, isto sim, o dedinho de Deus operando contra o império do capital velhaco , contra o qual só Deus pode. O resto são especulações, conforme a fertilidade mental e interesses pessoais de cada um face ao modello exaurido, animado, ou não, por bufões pseudo-esquerdistas, que, às vezes, face ao excesso de contorcionismo e malabarismo para chegar lá, chegam até a se matar entre si por uma boquinha no erário, cuja finalidade, elegendo meia-dúzia de gatos pingados, como peças decorativas estrepitosas, é apenas ajudar a legitimar a farsa elleitoral arquitetada pelo capital velhaco, em prol do capital velhaco.
IDH n.1 e 100 ANOS DE ESTABILIDADE E PROSPERIDADE. É ESTE O NOVO PACTO SOCIAL QUE ESTAMOS PROPONDO AO BRASIL, COM A RPL-PNBC-ME, o Novo Caminho para o Novo Brasil de Verdade, porque evoluir é preciso, em contraponto aos 125 anos de continuísmo da mesmice, impostos pelo gollpismo-ditatorial e partidarismo-elleitoal, velhacos, que vivem em permanente estado de guerra tribal primitiva pelo poder, à base do nefasto “quanto pior, melhor”, do “mata-mata eleitoral”, do “dá, ou desce”, do ´’é dando que se recebe”, da “governabilidade fisiológica”, do “palanquísmo vazio”, das bravatas, dos sofismas, das traições, dos 171 eleitorais, do “ esqueçam o que escrevi”, do “era tudo bravata de campanha”, do “quem indicou”, do “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, do “para os amigos tudo e para os adversários a lei”, “ das concorrências para inglês ver”, dos “propinodutos”, dos “ caixas dois”, dos “rouboanéis, das “releições compradas”, do “quem não tem padrinho morre pagão”, dos conchavos, das maracutáias, da “mania de levar o máximo de vantagem em tudo o tempo todo”, do “tudo por dinheiro”, do flagelo da corrupção, do monopólio partidário sobre as eleições, do dinheiro como senhor das eleições e patrão dos eleitos…, flagelos esses cuja Mega-Solução não pode continuar sendo adiada às calendas gregas.
VEJA OS NÚMEROS DO DATAFOLHA
“- Dilma Rousseff (PT): 34%
– Aécio Neves (PSDB): 19%
– Eduardo Campos (PSB): 7%
– Pastor Everaldo (PSC): 4%
– Magno Malta (PR): 2%
– Denise Abreu (PEN): 1%
– Eduardo Jorge (PV): 1%
– José Maria (PSTU): 1%
– Randolfe Rodrigues (PSOL): 0%
– Eymael (PSDC): 0%
– Levy Fidelix (PRTB): 0%
– Mauro Iasi (PCB): 0%
– Brancos/nulos/nenhum: 17%
– Não sabe: 13% ”
“QUE SE VAYAN TODOS ! “ , COMO PROPÕE A MEGA-SOLUÇÃO (RPL-PNBC-ME), parece ser o sentimento consolidado que, há anos, já domina o imaginário social nacional. Nesse sentido, “Caem todos” (situação, oposição e gollpismo-ditatorial). Cai o rei de espadas, cai o rei de paus, cai o rei de copas, cai o rei de ouros, cai a Dama, caem os valetes, caem, caem e caem…, exceto a Mega-Solução (RPL-PNBC-ME), que, à evidência, sobe com a indignação popular crescente, que a quer e a busca, desesperadamente (embora cerceada e proibida pelos velhos partidarismo-elleitoral e golllpismo-ditatorial, velhacos, que a temem assim como o capeta teme a cruz), à medida em que ” … nenhum postulante à Presidência tem conseguido, pelo histórico pessoal, ou intervenção no debate público, refletir as tensões, as esperanças, as demandas políticas da sociedade…”. Citações entre aspas extraídas do Editorial , “Espelho eleitoral”, de hoje, 07/06/2014, da FSP.