Sintonia com a Verdade!

NOTÍCIAS

  • Hinos estaduais propagam racismo contra negros e índios
  • 17 de agosto na música
  • Partido Republicanos considera traição a adesão de Maceninho ao PSDB
  • Eleito presidente da Câmara, Maceninho assume prefeitura de Angatuba
  • Novas eleições municipais para prefeito e vice em 7 de março de 2021
  • Home
  • Artigos
  • Angatuba
  • Ilustrada
    • GALERIA DE FOTOS
    • Efeméride Musical
  • Nacional
  • Concursos/ Empregos
  • EDUCAÇÃO
  • Politica
  • Região
  • Siga-nos
    • Facebook
    • Twitter
    • Google+
    • Pinterest
    • RSS Feed
    • Linked
    • Youtube

Bolsonaro se apresenta como o “capitão do mato” do povo negro e pobre

ago 01, 2018 Air Antunes Politica 0


BENEDITA DA SILVA

No programa Roda Viva, Jair Bolsonaro quis botar a culpa da escravidão dos negros nos próprios negros, quando disse que havia o comércio de escravos da África. Mas esse comércio só existiu por causa do uso do trabalho escravo em larga escala nas minas de ouro e prata e nos latifúndios de cana e algodão e, mais tarde, no café das elites coloniais do continente americano e de seus patrocinadores do sistema mercantil europeu.bolso

Insistindo em negar a responsabilidade das elites coloniais pela escravidão, e demonstrando a sua reconhecida ignorância sobre história, ele disse que os “portugueses nunca puseram os pés na África”. Portugal não apenas colonizou Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde, que falam português, como as elites mais ricas e poderosas do Brasil colônia e império foram justamente a dos traficantes de escravos.

Fingindo-se de bobo, ele nega a dívida histórica da escravidão dizendo que nunca “escravizou ninguém”. Ele não tem escravo, mas a elite branca que detém o poder econômico no Brasil só conseguiu acumular riqueza e manter essa posição privilegiada porque explorou no passado o trabalho escravo e continua no presente explorando o negro e a negra com os menores salários do mercado.

A mesma elite branca que no passado comprava escravos na África e os explorava em seus latifúndios, hoje continua adotando o trabalho em condições similares à da escravidão. Muitos desses empresários escravistas foram punidos durante os governos de Lula e Dilma, mas a vitória do golpe do impeachment liberou o trabalho escravo no país. Esses setores constituem parte de apoio econômico e político de Bolsonaro.

Na realidade, o racismo estrutural do Brasil sempre foi oficialmente encoberto com o pano surrado da “democracia racial”. O candidato do fascismo pretende agora inaugurar uma nova fase, a do racismo oficialmente assumido, o racismo de Estado. O que sempre se fazia no âmbito das relações privadas ou nas ações policiais costumeiras, mas se negava oficialmente, se pretende que seja assumida publicamente; o racismo sem medo do voto em Bolsonaro. Ele não é candidato para presidente de todos os brasileiros, mas para agir como o “capitão do mato” do povo negro e pobre.

A política de cota foi atacada duramente por ele, que tenta se mostrar “indignado” com a suposta “injustiça de beneficiar o estudante pobre negro em detrimento do estudante pobre branco”. Ele finge não saber que a presidenta Dilma aprovou também a cota para escolas públicas, que beneficia tanto o aluno negro e branco de família de baixa renda. O que Bolsonaro defende mesmo é a expulsão das populações negras e indígenas da universidade e o seu confinamento nas favelas e periferias como alvo das ações de extermínio. Usa o argumento esfarrapado da meritocracia, como se pudesse haver igualdade de oportunidades entre um menino pobre da favela e um menino rico da zona sul.

Individualmente, Bolsonaro não passaria de mais um boçal racista e misógino se não tivesse sido transformado em porta-voz de uma parte da população brasileira que sempre foi racista, misógina e profundamente reacionária. Ele não é nenhum líder nem muito menos um “mito”, mas apenas um instrumento de setores poderosos em cassar Lula, esmagar a democracia e as esquerdas e extinguir qualquer política de igualdade social. É um fascista disposto a transformar o Brasil em neocolônia americana e numa presa indefesa do capitalismo mais selvagem e predador.   Do Brasil 247

Benedita da Silva, deputada federal pelo PT-RJ, ex-governadora do Rio de Janeiro e primeira senadora negra do Brasil

 

happy wheels
  • tweet
O golpe está aprofundando a exclusão educacional no país 3 de maio na música

Air Antunes

Mais nesta categoria
  • Inflação, desemprego e pandemia: os flagelos do bolsonarismo
    Inflação, desemprego e pandemia: os...

    dez 10, 2020 0

  • A despolitização como fenômeno político
    A despolitização como fenômeno...

    nov 28, 2020 0

  • 1º de maio: defesa da democracia, da vida e dos direitos dos trabalhadores
    1º de maio: defesa da democracia, da...

    abr 28, 2020 0

  • Contrato Verde e Amarelo atenta contra os trabalhadores
    Contrato Verde e Amarelo atenta contra...

    abr 16, 2020 0


Opine! Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Copyright 2014 - Onda 21