Quando o assunto é política logo salta aos olhos de muitos algo denominado ideologia. Há quem diga que é de esquerda e com relação aos esquerdistas logo imagina-se o cidadão adepto à política contrária a injustiça social, à luta em favor das classes chamadas minoritárias. Quanto a quem é de direita imagina-se o cidadão que defende a situação como está, ou seja, que nada afete as posses de quem já tem, que não é afeito às lutas de classes, que é militarista, anti-comunista, que ultimamente vem afirmando que aeroporto está parecendo rodoviária, etc. Existem aqueles que se dizem de centro, e quanto a estes é bom tratá-los com desconfiança, afinal de contas eles geralmente são os “em cima do muro”. Mas, também, na política existe uma situação um tanto estranha , mas em determinadas localidades não rara, como é o caso de Angatuba no momento atual, aonde a ideologia deu lugar a algo que poderia ser identificado como o “efeito sanfona”.
Não se pode esquecer que em Angatuba existe o Partido dos Trabalhadores, o PT, que na teoria é de esquerda mas que na prática, em nível local, é um tanto omisso diante de questões que exigiriam sua intervenção. Outros partidos como o PMDB, PR, PSB, PSC, mantêm um posicionamento dito oposicionista à atual administração até porque o executivo vigente, protagonista de tantas imperfeições, irregularidades e falta de transparência, tem mesmo que sofrer assédio contrário até com certa energia e austeridade. Aonde fica o “efeito sanfona” ? Ora, este fica bem debaixo das bases do tucanato que impregnou o município com trocas de favores, compras de votos, festas de valores abusivos e extensa ostentação material de caráter pessoal com o dinheiro público.
Por que o “efeito sanfona?” Explicando: em Angatuba passou a se solidificar uma considerável parcela da população que direciona suas “ideologias’ ao sabor dos benefícios ou malefícios que afirmam estar obtendo do Poder Público. Com tantas promessas e tantas ações para cooptação de simpatizantes, a administração atual vive às voltas com um eleitorado que a enaltece quando se beneficia e a maldiz quando nada consegue para seu bem pessoal.
Tornou-se comum encontrar uma pessoa que quer passar algo, “uma bomba” contra o prefeito, contra a prefeitura , porém antes de uma cuspida secar sobre o quente asfalto tal criatura mudou de idéia, afinal de contas algum assessor do alcaide já o “adoçou” com uma proposta para seu bem pessoal. Também ocorre o inverso, a pessoa morre de amores pelo executivo vigente mas, de repente, por qualquer detalhe, por exemplo, um benefício que recebia e passou a não existir mais, isso já bastou para ser imediatamente contra, e então vai ela prometer uma “bomba”.
A ideologia que demarcou a política local vai da simpatia pela festa do peão à choradeira pela falta de remédio ou pelo membro da família que foi demitido da prefeitura, porém nada que assuste o executivo, afinal de contas não lhe faltam recursos e manobras para tornar feliz o maior número possível de cidadãos que se sujeitam a serem levados no bico como diz a gíria. E assim, o município sob o estigma de um falso desenvolvimento vai testemunhando um considerável número de pessoas (inocentes úteis) ideologicamente protagonizantes do nefasto “efeito sanfona” e a caminho do mau caratismo.
1 thoughts on “Desvinculada de ideologias a política atual de Angatuba sobrevive sob o “efeito sanfona””
Thiago Basile
Bom texto Ayr. Gostei, deu uma cutucada na ferida de todo mundo que precisa…espero que vc siga essa filosofia sempre independente de preferências pessoais.
Bom texto Ayr. Gostei, deu uma cutucada na ferida de todo mundo que precisa…espero que vc siga essa filosofia sempre independente de preferências pessoais.