abr 07, 2014 Air Antunes Angatuba 1
Quando o assunto é política logo salta aos olhos de muitos algo denominado ideologia. Há quem diga que é de esquerda e com relação aos esquerdistas logo imagina-se o cidadão adepto à política contrária a injustiça social, à luta em favor das classes chamadas minoritárias. Quanto a quem é de direita imagina-se o cidadão que defende a situação como está, ou seja, que nada afete as posses de quem já tem, que não é afeito às lutas de classes, que é militarista, anti-comunista, que ultimamente vem afirmando que aeroporto está parecendo rodoviária, etc. Existem aqueles que se dizem de centro, e quanto a estes é bom tratá-los com desconfiança, afinal de contas eles geralmente são os “em cima do muro”. Mas, também, na política existe uma situação um tanto estranha , mas em determinadas localidades não rara, como é o caso de Angatuba no momento atual, aonde a ideologia deu lugar a algo que poderia ser identificado como o “efeito sanfona”.
Não se pode esquecer que em Angatuba existe o Partido dos Trabalhadores, o PT, que na teoria é de esquerda mas que na prática, em nível local, é um tanto omisso diante de questões que exigiriam sua intervenção. Outros partidos como o PMDB, PR, PSB, PSC, mantêm um posicionamento dito oposicionista à atual administração até porque o executivo vigente, protagonista de tantas imperfeições, irregularidades e falta de transparência, tem mesmo que sofrer assédio contrário até com certa energia e austeridade. Aonde fica o “efeito sanfona” ? Ora, este fica bem debaixo das bases do tucanato que impregnou o município com trocas de favores, compras de votos, festas de valores abusivos e extensa ostentação material de caráter pessoal com o dinheiro público.
Por que o “efeito sanfona?” Explicando: em Angatuba passou a se solidificar uma considerável parcela da população que direciona suas “ideologias’ ao sabor dos benefícios ou malefícios que afirmam estar obtendo do Poder Público. Com tantas promessas e tantas ações para cooptação de simpatizantes, a administração atual vive às voltas com um eleitorado que a enaltece quando se beneficia e a maldiz quando nada consegue para seu bem pessoal.
Tornou-se comum encontrar uma pessoa que quer passar algo, “uma bomba” contra o prefeito, contra a prefeitura , porém antes de uma cuspida secar sobre o quente asfalto tal criatura mudou de idéia, afinal de contas algum assessor do alcaide já o “adoçou” com uma proposta para seu bem pessoal. Também ocorre o inverso, a pessoa morre de amores pelo executivo vigente mas, de repente, por qualquer detalhe, por exemplo, um benefício que recebia e passou a não existir mais, isso já bastou para ser imediatamente contra, e então vai ela prometer uma “bomba”.
A ideologia que demarcou a política local vai da simpatia pela festa do peão à choradeira pela falta de remédio ou pelo membro da família que foi demitido da prefeitura, porém nada que assuste o executivo, afinal de contas não lhe faltam recursos e manobras para tornar feliz o maior número possível de cidadãos que se sujeitam a serem levados no bico como diz a gíria. E assim, o município sob o estigma de um falso desenvolvimento vai testemunhando um considerável número de pessoas (inocentes úteis) ideologicamente protagonizantes do nefasto “efeito sanfona” e a caminho do mau caratismo.
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Bom texto Ayr. Gostei, deu uma cutucada na ferida de todo mundo que precisa…espero que vc siga essa filosofia sempre independente de preferências pessoais.