nov 12, 2013 Air Antunes Artigos 0
O feriado é um momento esporádico no calendário para, na teoria, homenagear ou reverenciar um evento histórico ou religioso. O Brasil é um dos países aonde mais existem feriados, porém, um dos poucos que reverenciam a data em seu intrínseco conteúdo. A grande maioria sabe pouco ou nada sabe qual é o significado daquela data.. Na verdade o que sabe é se vai ou não cair em dia útil ou no final de semana. Se cair no meio da semana se faz muita festa, se for na sexta ou na segunda, então, a alegria é transbordante. Haja Facebook para expressar a satisfação! No serviço público, o regozijo é maior quando o feriado vai cair na terça-feira ou na quinta, pois então poderá haver a famosa ponte. Imagine, sair do trabalho na quarta à tarde e só voltar na segunda!!! Ou sair na sexta-feira e só voltar na quarta!!! Quer dizer, refletir sobre a data, promover palestras ou outros eventos alusivos, nem pensar! Isto é para apenas algumas instituições ou pessoas abnegadas no contexto. Dentre uma variedade de datas uma das que mais exalaram o pretexto para o feriado apenas pelo feriado é o Dia da Consciência Negra.
O Dia da Consciência Negra foi estabelecido pelo Projeto de Lei federal nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. O dia é celebrado desde 1960, porém sem qualquer alardeamento e sem oficialidade. Quem idealizou a oficialização deste dia, o 20 de novembro, foi o sociólogo Abdias Nascimento, deputado federal de 1983 a 1987, senador de 1997 a 1999, quando assumiu a vaga após a morte de Darcy Ribeiro. Abdias, um dos cidadãos negros brasileiros de maiores destaques, também foi professor benemérito da Universidade do Estado de Nova York.
O 20 de novembro foi escolhido porque é a data da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante toda a história do Brasil, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos. Por conta de tudo isto as escolas deveriam comemorar criando espaços culturais alusivos, promovendo trabalhos de alunos, etc. Prefeituras deveriam mobilizar seus setores culturais para a realização de shows, exposições, palestras, pois é para isto tudo é que justifica o feriado. O sentido de qualquer feriado está nas celebrações de seus significados. Feriado apenas pelo feriado não passa de um dia de descanso, apenas isto.
Apenas gestores públicos conscientes, conhecedores da etapa e do momento históricos, mobilizarão seus setores correspondentes para uma comemoração efetiva da data, pois o resto é resto. Alguns mandatários concedem este feriado apenas como intuito eleitoreiro, uma vez que nem sabem quem foi Zumbi e talvez nem sabem quando ou se aconteceu neste país algo chamado abolição da escravatura. O que se quer mesmo é satisfazer o funcionalismo como forma de cooptação eleitoreira, sabe da data apenas porque ouviu falar, porque “deu na televisão”, e assim caminha a humanidade!
Infelizmente, por conta de uma mídia capitalista selvagem que impõe o consumismo como a única e exclusiva forma de cultura, por conta de gestores que só se empenham em oferecer o circo como principal proposta de governo, o popularesco, as nefastas festas de peão, o povo vai se emburrecendo. Quase não se vê alguém que afirme estar lendo um livro, é muito difícil num diálogo atualmente alguém perguntar, “você já leu livro tal?” Aliás, foi constatado no ano passado que o brasileiro passou a ser o povo que menos lê, pasmém, na América Latina. Lemos menos que a Nicarágua, que Honduras, que a Bolívia, que o Panamá, que as Guianas, etc. Por conta de tudo isto é que o brasileiro entende o feriado apenas aquela data em que não vai trabalhar. Para ele isto basta, de restante é cervejada, a churrascada, as baladas e as fotos que vão ser postadas no Facebook.
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