dez 17, 2019 Air Antunes Artigos 0
Chegamos a um final de ano inóspito, sem o cumprimento de boas expectativas e sem o ânimo natural que o periodo haveria de dispor. Não há duvida de que o ano termina pior do que começou e, o pior, o período nos rechaça de qualquer perspectiva otimista. 2019 foi um ano em que o país regrediu em tudo, setores como economia, saúde, cultura, educação, meio ambiente, retrocederam um, dois, três, vários passos. Ainda, por conta de um extremismo de direita, do fascismo imperante, que chegou ao poder, relações entre pessoas estremeceram como jamais se viu, a polarização entre prós e contras dividiu brutalmente seres humanos, no país o cidadão ou é Montechio ou é Capuleto ou, como se diz na Bahia em termo futebolístico, ou se é Vitória ou se é Bahia. O único ponto positivo nesta divisão é que dá para se distinguir quem é alienado e quem não é, só isso.
Enfim, deparando com um quadro como este, o que esperar de 2020 do país, da sua cidade? Não sabemos. Poderíamos arriscar um “nada será como antes” como diz canção de Milton Nascimento, afinal de contas até nas ações políticas muito foi abalado nos conceitos de confiança e de companheirismo, pilares importantes em qualquer relacionamento humano. Perante a tanto lapso de caráter, não dá para imaginar como seguir em frente em termos de agrupamento em torno de causas sérias, de como melhorar a cidade, de como evoluir a condição humana dos menos favorecidos. Estamos vivendo período de uma hegemonia vilã, de uma inversão de valores na qual de um momento para outro o apoio ideológico em torno de uma causa é superado pela vaidade, pelo fanatismo, pela supremacia da mesquinhez, pela oficialização do que a gíria chama de “trairagem”.
Embora o final do ano suscite os mais variados votos de tudo de bom, do renascimento da esperança, não dá para vislumbrar uma evolução justamente porque está havendo recuo nos bons valores morais, o que não deixa de ser uma anomalia praticada justamente por aqueles que politicamente estão se dizendo “cidadãos do bem”. É difícil crer e não é exagero esperar 2020 munido de um bom escudo, não estamos longe de uma situação em que as batalhas se travem no mínimo com paus e pedras.
Editorial: Jornal de Angatuba
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