O pessoal um pouco mais velho lembra-se muito bem de uma época em que era comum a chamada “brincadeira dançante”. Vinha o final de semana e a expectativa era para a “brincadeira….”, uma espécie de bailinho doméstico, na casa de alguém da turma em espaço que poderia ser a garagem, a varanda do fundo, etc. Os românticos da turma, praticamente todos, se viam ansiosos porque era mais uma oportunidade de “tirar” pra dançar o “paquera”, a “paquera”; era como caminhar nas nuvens. O repertório musical, nem precisa se aprofundar, era super, mas super romântico, mesmo. Naquele meio entre as faixas dos long plays, ou LPs, de vinil, estava “Don´t let die”, uma canção lançada em 1971 que tinha como intérprete Hurricane Smith. A referida provocava batidas mais aceleradas nos corações apaixonados. Ninguém sabia inglês , o que a canção dizia, só se sabia, segundo o conceito vigente, que era uma música romântica, e isso bastava. Ninguém sabia que Don´t let die” era um apelo em favor da natureza, da ecologia, e que nada tinha de romantismo.
A voz um tanto sufocada do inglês Hurricane (Norman) Smith, um quase cinquentão que já tinha sido piloto da Real Força Aérea na Segunda Guerra Mundial, engenheiro de som dos Beatles e produtor musical de três álbuns do Pink Floyd, discorria a seguinte mensagem, segundo a tradução para o português: