José da Silva Lisboa, economista, político, jornalista e professor, foi o primeiro no Brasil a fundar estudos da economia política e a apresentar em sistema o direito comercial. Nasceu em 1756, em Salvador, filho de uma brasileira com um português empreiteiro de obras. Gradou-se em filosofia e direito canônico na Universidade de Coimbra, lecionou grego e filosofia em Portugal e depois na Bahia.
Na pintura, José da Silva Lisboa e, à direita, José Bonifácio de Andrada e Silva.
Defendia o liberalismo econômico e suas idéias se aproximavam daquelas de d. Rodrigo de Souza Coutinho- formou-se no bojo da “geração de 1790”- sobretudo no que se referia à criação de um império luso-brasileiro. Foi em Salvador que d. João o conheceu antes de seguir para o Rio de Janeiro e adotou, por sua sugestão, a medida da abertura dos portos às nações amigas.
Acompanhou a família real ao Rio para assumir uma cátedra de economia política que não se efetivou. Ocupou postos de destaque no governo, foi chanceler da Relação da Bahia, deputado à Constituinte de 1823 e senador vitalício de 1826 a 1835. D. Pedro elevou-o ao título de barão e depois visconde de Cairu, em 1826.
Favorável à monarquia constitucional, centrada na dinastia dos Bragança, defendia a obediência ao soberano como representante da nação. Ao morrer no Rio de Janeiro, em 1835, entrou para a História com um perfil contraditório, alguns o viam como um oportunista conivente com o poder, outros como um economista pioneiro, mas ficou como um dos melhores exemplos de burocrata do Império do Brasil e um dos construtores da nação.
De “A Construção do Brasil”, editora Prol Editora Gráfica