ago 13, 2017 Air Antunes Artigos 0
O debate é um procedimento normal no dia a dia dos cidadãos e, desde que as intervenções sejam educadas, diplomáticas, todos os pontos de vistas, errados ou não, são frutos de uma vigente democracia plena. No entanto, teoria a parte, de alguns anos para cá os ânimos se afloraram negativamente e o debate transformou-se um terrorismo verbal, virtual considerando o evento redes sociais na internet, algo que proporcionou estremecimentos em laços de amizade (amigos se azedaram), até familiares, ou seja estabeleceu-se um rigoroso universo de hostilidades.
Quando não concordamos com determinado ponto de vista devemos intervir, sê necessário, de maneira normal, apresentando o nosso argumento técnico sobre o assunto, desprezando qualquer influência embasada em nossas paixões ou em nosso interesse pessoal, caso tenhamos. Que país melhor podemos ter se reagirmos agressivamente, ironicamente ou com resquícios de superioridade contra aquele que emitiu opinião a qual não concordamos? Um país evoluído faz-se não apenas pelo seu produto interno bruto, seu poderio econômico, pelo zêlo com o bem público, mas também pela cultura de seu povo, porém o que tem ocorrido é muito diferente. Vemos atrás de argumentações agressivas, coléricas, notícias falsas com a gravidade de que o argumentador é ciente da falsidade; vemos na defesa de algumas opiniões o racismo, o preconceito contra o negro, o preconceito social, o preconceito regionalista e até palpites de quem deveria voltar à escola para estudar história novamente. Nestas agressividades, pois, o emissor na sua generalização envolve pessoas até consideradas bons amigos, além de honestas, trabalhadoras, decentes, provoca uma mácula.
Não podemos aceitar argumentações como, “você é idiota, imbecil ?”, embora a menção “as redes sociais dão voz aos imbecís”, de Umberto Eco, esteja dentro do contexto, ou o seu “idiotas da aldeia”. Inaceitável também a máxima “quem defende esse partido também é bandido”. Depreciar os defensores deste ou daquele político os comparando a débeis mentais, ao burro animal da família dos muares, etc., não é menos pior. Igualmente, é inaceitável a atitude de jovens, que acabaram de sair das fraldas, em retrucar alguém mais velho com desrespeito, ofensivamente, como tem ocorrido, e quase sempre no estilo apelativo, na marra.
O debate político saudável se faz com conhecimento, com discernimento, com bagagem sociológica, com a leitura de jornais de pontos de vistas diferentes pois é a partir daí que teremos condições de apontar quem é tendencioso ou não. Não está incluído num bom debate sermos escravos de uma emissora de televisão que dita suas regras tal como o big brother do “1984”, de George Orwell. Devemos, sim, entender o que realmente está por trás dos bastidores e não papagaiar bobagens emitidas propositadamente por mídias interessadas em rumos que serão úteis apenas para elas. É fato que aqueles que mais sabem desvendar as entranhas do sistema são os que mais sabem defender suas idéias de maneira civilizada. Não é à base coices que se desenvolverá moralmente, socialmente e economicamente o país.
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