A função política torna o cidadão não uma espécie de deus, um monarca, e muito menos alguém que tem o poder de ofuscar a luz do sol. A função torna, sim, o político, um empregado do povo. O político nada mais é do que aquele que irá administrar, junto com seus pares, o dinheiro público. A política requer competência e, acima de tudo, honestidade e, quem quiser exercê-la precisa agir movido por uma quase filantropia. Deve ser entendido que o homem público recebe um salário pelo seu trabalho porque ele vai deixar sua profissão para exercer a função política. A política concede um poder que deve ser exercido exclusivamente em prol da população, algo diferente disso é contraditório.
Observamos que por detrás de uma irracional rivalidade entre grupos políticos às vezes acentua-se o desejo do poder apenas pelo poder. É natural que existam opositores, afinal de contas, como disse o nosso grande dramaturgo Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”, porém, oposição deve ser feita sob argumentos técnicos, científicos, não pelo clamor da emoção e, muito menos, porque determinado político garantiu benefício pessoal. Devemos pensar a política no contexto coletivo. Ser oposição baseado em velhos resquícios , em picuinhas provincianas, isso não é fazer política, isso é praticar terrorismo, é lutar pelo poder apenas pelo poder.
Atualmente, por conta das facilidades da comunicação via internet, mais especificamente , via redes sociais, irresponsáveis ganharam projeção faraônica, além de baixo nível. Calúnia, difamação e desinformação têm somado conotações das mais sérias, e quem as praticam o faz acreditando que a maioria da população é ingênua e lhe vai dar crédito. Bem disse Umberto Eco, quando salientou que “as redes sociais deram voz à legião de imbecís”, e que “normalmente, eles (os imbecís) eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel”. Sem falar nos pequenos burgueses que se acham o último biscoito do pacote…eles, , melancólicos e esganiçados empoadinhos provincianos!