mar 07, 2018 Air Antunes Angatuba 0
Angatuba comemora nesta semana seus 156 anos de fundação, idade justificada com profundidade histórica pela professora doutora Maria Aparecida de Morais Lisboa e que refuta os argumentos ditos oficiais que concedem dez anos a menos ao município. Mas esse é apenas um detalhe que nada tem a ver com o motivo aqui discorrido. A cidade, como os cidadãos que ela habitam tem seu aniversário comemorado, mas como trata-se de um aglomerado de pessoas, de uma coletividade organizada político e socialmente, sua comemoração é responsabilizada pelo poder público, mais especificamente pelo poder executivo. A comemoração do aniversário é custeada pelo cofre público que, por sua vez, é abastecido com o imposto pago pela população, mas isso não significa que o gasto com festividades comemorativas deve ser feito ao bel prazer, aos custos abusivos, simplesmente porque o povo quer ou porque representa vantagem nas urnas, nada disso. A programação de aniversário, tal como a prefeitura de Angatuba realiza neste ano, deve ser compatível com as reais possibilidade financeiras do município. Não se pode gastar o que não tem, a vida não se resume em festividades e é sempre bom ressaltar que as prioridades imprescindíveis ao cidadão incluem a boa saúde, casa para morar, a educação de bom nível e o transporte.
Talvez dentro de alguns anos as pessoas vão estar mais conscientes sobre seus direitos ao lazer e não vão ficar avaliando uma gestão pública pela intensidade das festas promovidas. Quando se diz que o lazer é um direito do cidadão e que a prefeitura tem a obrigação de suprí-lo, isso não significa que ela tenha que promover megashows de milhões de reais, que tenha que pagar espetáculos caríssimos para atender o povo. O lazer tido como direito do cidadão passa pela construção de praças públicas, pela promoção daqueles eventos culturais que além de ser um entretenimento transmite o conhecimento, instrui e torna as pessoas mais capacitadas para o domínio das artes significativas. O lazer apenas pelo lazer oferecido ao povo, pelo poder público, também pode ser promovido mas jamais tendo para isso que sacrificar setores como a saúde e a educação principalmente. É inadmissível, até uma crueldade, pagar um artista famoso de alto custo enquanto que não tão distante dalí um hospital se ressente da falta de um aparelho de raio X, por exemplo.
Em Angatuba, neste momento, não deixa de ser uma irresponsabilidade do cidadão quando ele critica a atual administração municipal pela não realização dos glamurosos rodeios-shows de anos atrás, especialmente porque nem naquele período os tais eventos eram plausíveis, e não os eram porque a saúde até estava mais precária do que hoje, apenas para citar um setor. Enfim, voltando à eventual consciência mais apurada das pessoas que aqui estarão num futuro não tão distante, é provável que elas se sentirão muito indignadas por saber que em algum lugar do passado se fazia festas caras porque isso dava votos enquanto que seres humanos tinham a seu dispor precários serviços de saúde, educação sem qualidade, além de outras dificuldades que oprimiam o direito à dignidade e ao bem estar social de cada um.
Quanto ao momento atual, a administração municipal elabora uma festividade consciente de que as prioridades não estão sendo lesadas e que, consequentemente, a programação merece ser aclamada pelo seu caráter honesto, responsável e, naturalmente, pela sua eficiência.
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